Modelo de Defesa contra Medida Protetiva com Fundamentação em Direito Sucessório e Abuso de Direito

Publicado em: 31/03/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário Sucessão
Petição apresentada à Vara Cível para defesa contra medida protetiva ajuizada de forma abusiva, com o objetivo de afastar herdeiros legítimos de imóvel rural adquirido antes do casamento sob regime de separação obrigatória de bens. O documento fundamenta a ilegitimidade da Requerente em relação ao imóvel, a inexistência de direito real de habitação e o abuso do direito de litigar, requerendo a declaração de propriedade exclusiva dos herdeiros, o indeferimento da medida protetiva e a responsabilização processual da parte autora.

DEFESA EM MEDIDA PROTETIVA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

Processo nº: [número do processo]

Nome do Requerido: [Nome abreviado conforme regras]

Nome da Requerente: [Nome abreviado conforme regras]

PREÂMBULO

FULANO DE TAL, qualificado nos autos, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar sua DEFESA em face da MEDIDA PROTETIVA ajuizada por BELTRANA DE TAL, também qualificada nos autos, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A Requerente, madrasta dos Requeridos, foi casada em regime de separação obrigatória de bens com o falecido pai dos Requeridos, Sr. [Nome do falecido], cujo óbito ocorreu em dezembro de 2024. O casamento foi celebrado em 2018, enquanto o imóvel rural objeto da presente lide foi adquirido em 2013, antes do matrimônio.

O imóvel em questão está vinculado ao INCRA e é de propriedade exclusiva do falecido pai dos Requeridos, não integrando o patrimônio comum do casal em razão do regime de separação obrigatória de bens (CCB/2002, art. 1.641, II). Após o falecimento do pai, a Requerente permaneceu no imóvel e, de forma abusiva, ajuizou medida protetiva contra os herdeiros legítimos, impedindo-os de acessar o bem que lhes pertence por direito sucessório.

Tal medida protetiva foi utilizada de forma indevida, com o intuito de manter a posse exclusiva do imóvel, configurando abuso de direito e violação ao princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 187).

DO DIREITO

Inicialmente, é necessário destacar que o regime de separação obrigatória de bens, aplicável ao casamento da Requerente com o falecido, impede a comunicação de bens adquiridos antes do matrimônio (CCB/2002, art. 1.641, II). Assim, o imóvel rural adquirido em 2013 é de propriedade exclusiva do falecido e, com seu óbito, passou a integrar o acervo hereditário, sendo destinado aos herdeiros legítimos, nos termos do CCB/2002, art. 1.829.

Ademais, a Requerente não possui direito real de habitação sobre o imóvel, uma vez que este não se trata de bem destinado à moradia familiar, mas sim de propriedade rural vinculada ao INCRA, cuja função é eminentemente produtiva. O direito real de habitação, previsto no CCB/2002, art. 1.831, é restrito ao imóvel utilizado como residência do casal, o que não é o caso em tela.

Quanto à medida protetiva, verifica-se que a Requerente a utiliza de forma abusiva, com o objetivo de afastar os herdeiros legítimos do imóvel e consolidar sua posse indevida. "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de defesa contra medida protetiva ajuizada pela Requerente, madrasta dos Requeridos, com o objetivo de afastar os herdeiros legítimos de um imóvel rural adquirido antes do matrimônio da Requerente com o falecido pai dos Requeridos.

O imóvel está vinculado ao INCRA, possui caráter exclusivamente produtivo e não integra o patrimônio comum do casal, conforme o regime de separação obrigatória de bens. A Requerente, em sequência, ajuizou medida protetiva alegando posse exclusiva.

A controvérsia gira em torno da legitimidade da medida protetiva e da posse do imóvel pelos herdeiros legítimos.

Voto

1. Da Admissibilidade

Os requisitos de admissibilidade foram devidamente observados, sendo a matéria de competência deste juízo. Portanto, conheço do recurso interposto.

2. Da Fundamentação

Conforme preceitua a CF/88, art. 93, IX, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas sob pena de nulidade. Passo, então, à análise da matéria.

2.1 Dos Fatos e do Direito

O regime de separação obrigatória de bens, aplicável ao casamento da Requerente com o falecido, impede a comunicação de bens adquiridos anteriormente ao matrimônio, nos termos do CCB/2002, art. 1.641, II. O imóvel rural em questão foi adquirido em 2013, antes do casamento, configurando-se como bem exclusivo do falecido.

Com o falecimento do pai dos Requeridos, o imóvel passou a integrar o acervo hereditário, devendo ser destinado aos herdeiros legítimos, conforme o CCB/2002, art. 1.829. A Requerente, por sua vez, não possui direito real de habitação, pois o imóvel não atende aos critérios de moradia familiar previstos no CCB/2002, art. 1.831.

Além disso, verifico que a medida protetiva foi utilizada de forma indevida, com o objetivo de perpetuar a posse exclusiva da Requerente sobre o imóvel, configurando abuso de direito, conforme preceitua o CCB/2002, art. 187, e o CPC/2015, art. 139, III.

2.2 Da Jurisprudência

A análise de precedentes reforça a posição de que medidas abusivas, como a ajuizada pela Requerente, configuram abuso de direito e esbulho possessório. Destaco as seguintes decisões:

  • TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Reconhecendo abuso do direito de litigar.
  • TJSP (7ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Direito real de habitação não se estende a bens adquiridos antes do matrimônio.
  • TJSP (23ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Reintegração de posse em caso de esbulho possessório.

3. Conclusão

Ante o exposto, concluo que a medida protetiva ajuizada pela Requerente carece de fundamento jurídico e legal, configurando abuso de direito e violação aos princípios da boa-fé objetiva.

4. Dispositivo

Diante do exposto, voto no sentido de:

  1. Julgar improcedente a medida protetiva requerida pela Requerente;
  2. Reconhecer que o imóvel rural integra o acervo hereditário do falecido, sendo de propriedade exclusiva dos herdeiros legítimos;
  3. Condenar a Requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados nos termos do CPC/2015, art. 85;
  4. Determinar a reintegração de posse do imóvel em favor dos herdeiros legítimos.

5. Termos Finais

É como voto, promovendo a justiça e segurança jurídica.

[Localidade], [Data]

______________________________

[Nome do Magistrado]

Juiz(a) de Direito


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