Modelo de Agravo Interno contra Decisão Monocrática que Validou Notificação de Negativação por E-mail em Ação de Direito do Consumidor

Publicado em: 10/04/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de petição de Agravo Interno interposto perante Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado de São Paulo, com fundamento no CPC/2015, art. 1.021, visando a reforma de decisão monocrática que considerou válida a notificação de negativação enviada por e-mail. A parte agravante sustenta violação aos princípios do Código de Defesa do Consumidor, à Súmula 359/STJ e à jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, requerendo o restabelecimento da sentença de primeiro grau que reconheceu a nulidade da negativação e concedeu indenização por danos morais. O recurso também invoca o princípio da colegialidade e pede reapreciação do mérito de forma colegiada.

AGRAVO INTERNO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente da __ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado de São Paulo

2. PREÂMBULO

A. J. dos S., já qualificado nos autos do processo nº 0001234-56.2024.8.26.0000, que move em face do Órgão Arquivista X, também já qualificado, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 1.021, interpor o presente

AGRAVO INTERNO

contra a decisão monocrática proferida por esta Egrégia Turma Recursal, que reformou a sentença de primeiro grau que havia julgado procedente o pedido autoral, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor.

3. EXPOSIÇÃO DOS FATOS

O agravante ajuizou ação perante o Juizado Especial Cível em face do Órgão Arquivista X, em razão da violação ao direito do consumidor, consubstanciada no envio de comunicação de negativação de seu nome por meio de correio eletrônico (e-mail), em afronta direta à Súmula 359/STJ, que exige a comprovação da efetiva comunicação ao consumidor antes da inscrição em cadastros de inadimplentes.

A sentença de primeiro grau reconheceu a procedência do pedido, declarando a nulidade da negativação e condenando o réu ao pagamento de indenização por danos morais, em razão da violação ao dever de informação e à boa-fé objetiva, princípios basilares do CDC.

Ocorre que, em sede de recurso inominado, foi proferida decisão monocrática pela Turma Recursal, reformando a sentença sob o fundamento de que o envio por e-mail seria suficiente para configurar a notificação prévia, entendimento que, data venia, contraria frontalmente a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça e os princípios protetivos do consumidor.

4. DA TEMPESTIVIDADE

A decisão monocrática foi publicada em 10/04/2024, iniciando-se a contagem do prazo recursal no primeiro dia útil subsequente, nos termos do CPC/2015, art. 224. O presente agravo interno é interposto dentro do prazo legal de 5 (cinco) dias úteis, conforme dispõe o CPC/2015, art. 1.021, § 2º, sendo, portanto, tempestivo.

5. DO CABIMENTO

O presente recurso é cabível, pois visa impugnar decisão monocrática proferida por relator da Turma Recursal, que reformou sentença de primeiro grau, nos termos do CPC/2015, art. 1.021, caput, aplicável subsidiariamente ao rito dos Juizados Especiais, conforme autoriza a Lei 9.099/1995, art. 1º.

6. DO DIREITO

A decisão monocrática ora agravada incorreu em flagrante equívoco ao considerar suficiente o envio de notificação ao consumidor por meio de e-mail, para fins de inscrição em cadastro de inadimplentes. Tal entendimento viola frontalmente a Súmula 359/STJ, que dispõe:

"Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição."

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Agravo Interno interposto por A. J. dos S. contra decisão monocrática proferida por esta Egrégia Turma Recursal, que reformou a sentença de primeiro grau, a qual havia julgado procedente o pedido autoral em ação que trata de negativação indevida em cadastro de inadimplentes, sob a alegação de ausência de notificação válida ao consumidor.

O recurso é tempestivo, conforme dispõe o CPC/2015, art. 1.021, § 2º, tendo sido interposto dentro do prazo legal de cinco dias úteis contados da publicação da decisão agravada, ocorrida em 10/04/2024.

No mérito, entendo que assiste razão ao agravante. A controvérsia gira em torno da forma de notificação prévia ao consumidor acerca de inscrição em cadastro de inadimplentes. A decisão monocrática entendeu que a notificação por correio eletrônico (e-mail) seria suficiente para configurar a ciência do consumidor.

Todavia, esse entendimento não se coaduna com a jurisprudência reiterada do Superior Tribunal de Justiça, consolidada por meio da Súmula 359/STJ, segundo a qual:

\"Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.\"

O envio de e-mail, sem comprovação inequívoca de recebimento ou leitura, não atende à exigência de notificação prévia efetiva. Tal prática fere o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), bem como os princípios do contraditório e da ampla defesa, assegurados pela CF/88, art. 5º, inciso LV.

Ademais, o CDC, art. 6º, III garante ao consumidor o direito à informação adequada e clara, o que não se verifica no presente caso, diante da ausência de prova de que o autor tenha efetivamente tomado ciência da comunicação de negativação.

Ressalto ainda que a reforma da sentença por decisão monocrática, embora permitida pelo regimento interno, demanda a possibilidade de reavaliação pelo colegiado, de modo a preservar o princípio da colegialidade, conforme preconizado pela CF/88, art. 93, IX, que exige que todas as decisões do Poder Judiciário sejam fundamentadas, permitindo o controle da motivação pelos jurisdicionados.

Diante de todo o exposto, CONHEÇO do recurso e, no mérito, DOU-LHE PROVIMENTO, para reformar a decisão monocrática agravada, a fim de restabelecer a sentença de primeiro grau que:

  • Declarou a nulidade da negativação promovida pelo Órgão Arquivista X por ausência de notificação válida;
  • Condenou o réu ao pagamento de indenização por danos morais, diante da violação aos princípios da boa-fé objetiva e do dever de informação.

Condeno o recorrido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, §§ 2º e 11.

É como voto.

 

São Paulo, ____ de ____________ de 2024.

Desembargador Relator
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo


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