Modelo de Alegações Finais da Defesa no Âmbito do Juizado de Violência Doméstica: Pedido de Absolvição por Insuficiência de Provas com Fundamentação no CPP, Art. 386, VII

Publicado em: 11/02/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal
Alegações finais apresentadas pela defesa de S. de J. C. N. F., no Juizado de Violência Doméstica de Rio Verde - GO, em processo que trata de acusações de ameaça, perseguição e descumprimento de medida protetiva. A defesa solicita a absolvição do réu com base na insuficiência de provas (CPP, art. 386, VII), destacando o princípio da presunção de inocência e a fragilidade das provas apresentadas. Como pedidos subsidiários, requer o relaxamento da prisão preventiva ou, alternativamente, o direito de recorrer em liberdade. A peça jurídica é fundamentada em jurisprudências relevantes e princípios constitucionais do direito penal brasileiro.

ALEGAÇÕES FINAIS DA DEFESA

Processo nº: [Número do Processo]

Juizado de Violência Doméstica de Rio Verde - GO

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Juizado de Violência Doméstica de Rio Verde - GO,

O acusado, S. de J. C. N. F., já qualificado nos autos, por meio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos termos do art. 403, §3º, do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DOS FATOS

Conforme consta no inquérito policial e na denúncia, a vítima, I. R., engenheira agrônoma, manteve um relacionamento amoroso com o acusado por cerca de sete meses. Após o término do relacionamento, a vítima relata que o acusado teria adotado comportamentos intimidatórios, incluindo perseguições, ameaças, invasões de domicílio e agressões físicas.

O acusado foi denunciado por diversas infrações penais, incluindo ameaça (CP, art. 147), perseguição (CP, art. 147-A), descumprimento de medida protetiva (Lei 11.340/2006, art. 24-A), entre outros. Contudo, em seu interrogatório, o réu negou todas as acusações, alegando que as narrativas da vítima são inverídicas e que não praticou os atos descritos na denúncia.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que, no âmbito do direito penal, prevalece o princípio da presunção de inocência, consagrado no art. 5º, LVII, da CF/88, segundo o qual "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

Além disso, é imprescindível que a condenação penal esteja lastreada em provas robustas e inequívocas, conforme preconiza o CPP, art. 386, VII, que determina a absolvição do réu quando não houver provas suficientes para a condenação.

No presente caso, a defesa sustenta que as provas apresentadas pela acusação são frágeis e insuficientes para sustentar uma condenação. A palavra da vítima, embora relevante, não pode ser considerada isoladamente, especialmente quando existem contradições e ausência de elementos corroborativos.

Ademais, o acusado apresentou elementos que indicam a existência de um relacionamento consensual e discussões típicas de casais, sem que houvesse qualquer conduta criminosa de sua parte. A defesa também destaca que as alegações da vítima carecem de comprovação material, sendo insuficientes para configurar os delitos imputados.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Cuidam os autos de denúncia formulada pelo Ministério Público em face de S. de J. C. N. F., acusado de práticas de crimes de ameaça (CP, art. 147), perseguição (CP, art. 147-A), e descumprimento de medida protetiva (Lei 11.340/2006, art. 24-A), entre outros, todos supostamente perpetrados contra a vítima I. R., engenheira agrônoma, com quem o réu manteve um relacionamento amoroso por cerca de sete meses.

A defesa, em suas alegações finais, sustentou a ausência de provas robustas e inequívocas para a condenação, requerendo, com fundamento no art. 386, VII, do CPP, a absolvição do acusado, ou, subsidiariamente, o relaxamento da prisão preventiva e a possibilidade de recorrer em liberdade.

Fundamentação

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, toda decisão judicial deve ser devidamente fundamentada. Assim, passa-se à análise dos elementos de fato e de direito constantes nos autos.

1. Da Presunção de Inocência

A Constituição Federal, em seu art. 5º, LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, segundo o qual \"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória\". Tal princípio implica que a condenação do réu somente poderá ocorrer se houver provas contundentes acerca da materialidade e autoria do delito.

2. Da Análise das Provas

Conforme os autos, a denúncia está fundamentada, em grande parte, nos relatos da vítima, os quais, apesar de relevantes, não encontram suporte em outros elementos probatórios que demonstrem, de forma inequívoca, a prática dos crimes imputados. A jurisprudência é pacífica ao afirmar que, embora a palavra da vítima tenha especial peso em crimes praticados no âmbito doméstico, ela deve estar em harmonia com o conjunto probatório.

Nesse sentido, destaco os seguintes precedentes:

  • TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: \"Fragilidade das provas que deve levar à absolvição, diante da dúvida acerca do acontecido.\"
  • TJSP (7ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: \"Declarações isoladas da vítima, sem elementos corroborativos, não são suficientes para afastar a presunção de inocência.\"

No presente caso, verifico que as provas apresentadas pela acusação são frágeis e insuficientes para afastar a dúvida razoável quanto à autoria dos delitos imputados ao réu. A inexistência de elementos materiais que corroborem os relatos da vítima conduz à aplicação do princípio in dubio pro reo.

3. Da Insuficiência de Provas

O Código de Processo Penal, em seu art. 386, VII, estabelece que o réu deve ser absolvido quando as provas forem insuficientes para condenação. Considerando que não há elementos concretos que demonstrem, de forma inequívoca, a prática dos delitos narrados na denúncia, impõe-se a absolvição do acusado.

4. Da Medida Cautelar

Quanto ao pedido subsidiário de relaxamento da prisão preventiva, verifico que o mesmo perdeu o objeto, uma vez que não constam nos autos elementos que indiquem a manutenção da custódia cautelar do acusado. Ademais, a análise da concessão do direito de recorrer em liberdade restou prejudicada, diante da conclusão pela absolvição.

Conclusão

Ante o exposto, e com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, voto pela absolvição do réu S. de J. C. N. F., diante da insuficiência de provas para a condenação.

É como voto.

Decisão

Decide-se, por unanimidade, nos termos do voto do relator, pela absolvição do acusado, nos termos do art. 386, VII, do CPP.

Rio Verde - GO, [Data]

Magistrado: [Nome do Magistrado]


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