Modelo de Alegações Finais de Defesa em Caso de Violência Doméstica com Pedido de Absolvição por Insuficiência Probatória

Publicado em: 28/01/2025 Direito Penal Processo Penal
Apresentação de alegações finais pela defesa de Nilton Marcelino da Silva Neto, no âmbito de processo de violência doméstica, solicitando a absolvição com fundamento na insuficiência de provas, amparada pelo princípio constitucional da presunção de inocência e pelo princípio do in dubio pro reo. São apresentados argumentos sobre a fragilidade do conjunto probatório, a relevância limitada da palavra da vítima quando desacompanhada de outras provas e a ausência de elementos que sustentem a condenação. O documento também inclui pedidos subsidiários, como o direito de recorrer em liberdade e a isenção de custas processuais. Fundamentação legal no art. 386, VII, do Código de Processo Penal e jurisprudências relevantes.

ALEGAÇÕES FINAIS - DEFESA

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito do Juizado de Violência Doméstica da Comarca de Rio Verde - GO.

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Réu: Nilton Marcelino da Silva Neto

Por intermédio de seu advogado, devidamente constituído nos autos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no art. 403, §3º, do Código de Processo Penal (CPP), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DOS FATOS

No dia 12 de outubro de 2024, o réu foi preso em flagrante, acusado de ter agredido fisicamente sua ex-companheira, Nayane Rodrigues, e sua filha, Hadassa Vitória Rodrigues, de apenas 6 meses de idade. Segundo o relato da vítima, o réu teria arrombado o portão da residência, desferido socos e empurrões na ex-companheira enquanto ela segurava a criança, e posteriormente arremessado a criança ao solo, causando-lhe lesões. Após o ato, o réu ainda teria quebrado o celular da vítima.

O réu, no entanto, nega categoricamente os fatos narrados, alegando que jamais agrediu sua ex-companheira ou a criança. Afirma que as manchas no corpo da criança são decorrentes de vacinação e não de agressão. Além disso, informa que a ex-companheira é usuária de drogas e estaria fazendo tais acusações por não ter recebido dinheiro para comprar entorpecentes na noite anterior ao ocorrido.

Ressalta-se que a vítima é conhecida pelo Conselho Tutelar da comarca, sendo que dois de seus três filhos já foram encaminhados para adoção, e há histórico de negligência nos cuidados com os filhos. Esses fatos foram reconhecidos pela própria juíza na audiência de custódia, que determinou o acompanhamento da mãe e da criança pelo Conselho Tutelar.

Ademais, no mesmo dia da prisão do réu, a vítima enviou mensagens via WhatsApp para a mãe do réu, desferindo alegria, risos e deboche, incluindo filmagens do réu dentro da viatura preso.

DO DIREITO

Inicialmente, é importante destacar o princípio constitucional da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), que estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Tal princípio deve nortear a análise do caso em tela.

O Código Penal (CP), em seu art. 386, VII, prevê que o réu deve ser absolvido quando não houver provas suficientes para a condenação. No presente caso, a fragilidade do conjunto probatório é evidente, não havendo elementos que confirmem, de forma inequívoca, a prática dos atos imputados ao réu.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Réu: Nilton Marcelino da Silva Neto

Relatório

Cuida-se de ação penal que tem por objeto a análise das condutas imputadas ao réu, acusado de agredir fisicamente sua ex-companheira, Nayane Rodrigues, e a filha, Hadassa Vitória Rodrigues, de apenas 6 meses de idade. Os fatos narrados pela acusação e os argumentos apresentados pela defesa foram devidamente analisados.

Fundamentação

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e fundamentos legais apresentados.

Presunção de Inocência

Inicialmente, destaco o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88, que estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Este princípio deve ser observado em todas as fases do processo penal.

Fragilidade Probatória

Conforme os elementos apresentados nos autos, verifica-se a fragilidade do conjunto probatório. A palavra da vítima, embora relevante em casos de violência doméstica, não encontra suporte em elementos externos que a corroborem. Ademais, a defesa apresentou argumentos que levantam dúvidas razoáveis sobre a veracidade dos fatos narrados pela acusação, como o histórico de negligência da vítima e a ausência de provas materiais conclusivas.

Princípio do In Dubio Pro Reo

O princípio do in dubio pro reo, amplamente reconhecido pela doutrina e jurisprudência, estabelece que, na dúvida quanto à autoria ou materialidade do crime, deve-se decidir em favor do réu. No presente caso, a ausência de provas robustas e inequívocas impõe a aplicação desse princípio, em respeito aos direitos e garantias fundamentais do acusado.

Jurisprudências

Decisões similares reforçam a necessidade de absolvição em casos de insuficiência probatória. Cito precedentes que ratificam o entendimento:

  • APELAÇÃO CRIMINAL - TJSP (16ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: \\\\\\\"Fragilidade do conjunto probatório. Declarações da vítima em solo policial que não foram ratificadas em juízo. [...] Consagração do princípio in dubio pro reo.\\\\\\\"
  • APELAÇÃO CRIMINAL - TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: \\\\\\\"Incongruência entre as declarações da ofendida e o conjunto probatório. [...] Aplicação do princípio in dubio pro reo.\\\\\\\"
  • APELAÇÃO CRIMINAL - TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: \\\\\\\"Fragilidade das provas que deve levar à absolvição, diante da dúvida acerca do acontecido.\\\\\\\"

Dispositivo

Ante o exposto, em observância ao princípio da presunção de inocência e à insuficiência probatória, julgo procedente o pedido da defesa, com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal (CPP), para absolver o réu, Nilton Marcelino da Silva Neto, das acusações que lhe foram imputadas.

Em relação às custas processuais, considerando a hipossuficiência do réu, defiro o pedido de isenção, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil (CPC/2015).

Por fim, determino o imediato arquivamento dos autos após o trânsito em julgado.

Conclusão

É como voto.

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz de Direito


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