Modelo de Alegações finais em ação de reintegração de posse com pedido de indenização por benfeitorias e atualização monetária de créditos entre Loteadora X e réu A. J. dos S., fundamentadas no CCB...

Publicado em: 22/04/2025 AdvogadoCivelProcesso Civil
Modelo de alegações finais em ação de reintegração de posse ajuizada por Loteadora X contra A. J. dos S., abordando a compensação e atualização monetária dos créditos relativos a benfeitorias comprovadas em perícia, a boa-fé do réu, o direito à indenização, além da fundamentação jurídica segundo o Código Civil, Código de Processo Civil e princípios constitucionais aplicáveis. Contém pedidos para reconhecimento da indenização, atualização dos valores, compensação entre as partes e condenação em custas e honorários.

ALEGAÇÕES FINAIS (MEMORIAIS)

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________.

2. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de reintegração de posse ajuizada por Loteadora X em face de A. J. dos S., ora representado por este patrono, na qual a autora alega ter sido esbulhada da posse do imóvel objeto da lide. No curso do processo, restou incontroverso que o réu realizou benfeitorias no imóvel, as quais foram devidamente avaliadas por perícia judicial no valor de R$ 120.000,00. Por outro lado, a autora reconhece que o réu possui crédito de R$ 45.000,00 a ser compensado, porém, em suas alegações finais, atualizou apenas os valores que entende devidos a si, mantendo inalterado o valor do crédito do réu, em flagrante prejuízo à isonomia e à correta apuração dos valores devidos entre as partes.

O presente feito, portanto, versa não apenas sobre a posse do imóvel, mas também sobre a compensação de valores relativos a benfeitorias e créditos reconhecidos, sendo essencial a correta atualização e compensação dos valores, para que se evite enriquecimento ilícito de qualquer das partes.

3. DOS PONTOS CONTROVERTIDOS

Os principais pontos controvertidos que subsistem nos autos são:

  • A existência e extensão do crédito do réu pelas benfeitorias realizadas, devidamente apuradas em laudo pericial no valor de R$ 120.000,00;
  • A atualização do valor do crédito reconhecido ao réu (R$ 45.000,00), que a autora pretende compensar sem a devida correção monetária, em afronta ao princípio da vedação ao enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884);
  • O direito à compensação entre os valores devidos a título de benfeitorias e eventuais alugueres ou indenizações pleiteadas pela autora, nos termos do CCB/2002, arts. 582 e 1.219;
  • A natureza da posse exercida pelo réu e a configuração (ou não) de esbulho possessório, à luz da prova produzida e da legislação aplicável (CPC/2015, art. 561).

Tais pontos demandam análise detida para a correta solução do litígio, de modo a assegurar a efetividade da tutela jurisdicional e a observância dos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV) e da legalidade (CF/88, art. 5º, II).

4. DA PROVA PRODUZIDA

No curso da instrução, foi realizada perícia técnica no imóvel, a qual apurou o valor das benfeitorias realizadas pelo réu em R$ 120.000,00. Tal laudo foi elaborado por profissional de confiança do juízo, com observância dos princípios da imparcialidade e da ampla defesa, não tendo sido impugnado de forma substancial pela autora.

Ademais, restou incontroverso nos autos que o réu possui crédito de R$ 45.000,00, reconhecido expressamente pela autora. Contudo, a autora pretende compensar tal valor sem a devida atualização monetária, enquanto atualiza os valores que entende devidos a si, o que não encontra respaldo na legislação vigente.

A prova testemunhal e documental acostada aos autos também corrobora a boa-fé do réu na realização das benfeitorias, bem como a ausência de resistência injustificada à desocupação do imóvel, fatores que devem ser considerados na fixação de eventual indenização ou compensação de valores.

Assim, a prova produzida nos autos é suficiente para a formação do convencimento do juízo acerca da necessidade de atualização e compensação integral dos valores devidos a ambas as partes, em observância à equidade e à legislação aplicável.

5. DO DIREITO

5.1. DA NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO DOS CRÉDITOS

Nos termos do CCB/2002, art. 884, "aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários". Assim, é imperioso que o crédito reconhecido ao réu (R$ 45.000,00) seja devidamente atualizado, sob pena de enriquecimento ilícito da autora, que pretende compensar valores atualizados apenas em seu favor.

A correção monetária tem por finalidade preservar o valor real da obrigação, impedindo que a mora ou a postergação do pagamento implique em prejuízo para o credor. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a atualização monetária é devida desde a data em que o crédito se tornou exigível, até o efetivo pagamento.

5.2. DO DIREITO À COMPENSAÇÃO DE VALORES

O CCB/2002, art. 582 dispõe que "o possuidor de boa-fé tem direito à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, bem como ao levantamento das voluptuárias, se puderem ser destacadas sem detrimento da coisa". No caso, a perícia apurou o valor das benfeitorias em R$ 120.000,00, valor este que deve ser compensado com eventuais valores devidos à autora a título de alugueres ou indenizações, observando-se a atualização monetária de ambos os créditos.

Ademais, o CPC/2015, art. 373, I, impõe à autora o ônus de comprovar os fatos constitutivos de seu direito, inclusive quanto ao valor efetivamente devido a título de indenização ou alugueres, o que não foi feit"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de reintegração de posse ajuizada por Loteadora X em face de A. J. dos S., na qual a autora alega ter sido esbulhada da posse do imóvel objeto da lide. No curso do processo, restou incontroverso que o réu realizou benfeitorias no imóvel, apuradas por perícia judicial em R$ 120.000,00. Ademais, a autora reconhece crédito de R$ 45.000,00 ao réu, pretendendo, contudo, compensar tal valor sem a devida atualização monetária.

O feito versa, portanto, sobre (i) a posse do imóvel, (ii) a compensação e atualização de valores relativos às benfeitorias realizadas pelo réu e (iii) eventuais valores devidos à autora.

Fundamentação

Dos Fatos e da Prova

O laudo pericial atestou, de modo conclusivo e sem impugnação substancial, que o valor das benfeitorias promovidas pelo réu totaliza R$ 120.000,00. Ademais, a própria autora reconhece crédito de R$ 45.000,00 ao réu, embora busque compensá-lo sem atualização monetária. A prova testemunhal e documental evidencia a boa-fé do réu e a ausência de resistência injustificada à desocupação do imóvel.

A prova é suficiente para formação do convencimento sobre a necessidade de correta atualização e compensação dos valores devidos entre as partes, em observância à equidade e à legislação.

Do Direito

Nos termos do art. 884 do Código Civil, veda-se o enriquecimento sem causa, impondo a restituição do indevidamente auferido, com atualização monetária. O crédito reconhecido de R$ 45.000,00 ao réu deve ser devidamente atualizado, sob pena de enriquecimento ilícito da autora.

O art. 582 do Código Civil assegura ao possuidor de boa-fé o direito à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis. O laudo pericial, neste ponto, deve prevalecer para fins de compensação, observando-se a atualização monetária dos créditos.

O art. 1.219 do Código Civil também garante ao possuidor de boa-fé o direito à indenização pelas benfeitorias e à retenção do imóvel até o pagamento. Não há elementos nos autos que infirmem a boa-fé do réu.

Ressalto que a autora não logrou comprovar, de forma adequada, os valores efetivamente devidos a título de alugueres ou indenizações, limitando-se a atualizar apenas os valores de seu interesse, o que afronta o equilíbrio processual e o princípio da isonomia.

Os princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa (art. 5º, LV, CF/88), da legalidade (art. 5º, II, CF/88) e da vedação ao enriquecimento sem causa devem guiar a solução do litígio.

Da Jurisprudência

A jurisprudência é uníssona no sentido de reconhecer ao possuidor de boa-fé o direito à indenização por benfeitorias e à compensação de valores, com a devida atualização monetária. Destacam-se, por exemplo, as ementas do TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ e do TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, que determinam a compensação integral, em sede de liquidação, entre os créditos das partes.

Da Conclusão

Diante do exposto, convencido pela suficiência da prova e pela imperatividade dos princípios constitucionais e legais incidentes, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido, nos seguintes termos:

  • Reintegro a autora na posse do imóvel, nos termos do pedido inicial, considerando preenchidos os requisitos do art. 561 do CPC.
  • Reconheço o direito do réu à indenização pelas benfeitorias realizadas, no valor de R$ 120.000,00, conforme apurado em laudo pericial, valor este a ser atualizado monetariamente e compensado com eventuais valores devidos à autora.
  • Determino a atualização monetária do crédito de R$ 45.000,00, reconhecido ao réu, desde a data em que se tornou exigível até o efetivo pagamento, para fins de compensação.
  • Determino a compensação integral dos valores devidos entre as partes, observando-se a atualização monetária de ambos os créditos. Eventuais valores remanescentes deverão ser apurados em liquidação de sentença.
  • Reconheço a boa-fé do réu na posse e realização das benfeitorias, afastando qualquer alegação de má-fé ou resistência injustificada à desocupação.

Arcará a parte autora e o réu, proporcionalmente à sucumbência, com as custas processuais e honorários advocatícios, a serem fixados em liquidação.

Fica prejudicada a análise de outros pedidos que não guardem relação com a presente decisão.

Dispositivo

Ante o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido para:

  1. Determinar a reintegração da autora na posse do imóvel;
  2. Reconhecer o direito do réu à indenização pelas benfeitorias, no valor apurado em perícia (R$ 120.000,00), devidamente atualizado;
  3. Determinar a atualização monetária do crédito reconhecido ao réu (R$ 45.000,00), desde a data em que se tornou exigível até o efetivo pagamento;
  4. Compensar integralmente os valores devidos entre as partes, com atualização monetária de ambos os créditos;
  5. Reconhecer a boa-fé do réu na posse do imóvel e na realização das benfeitorias;
  6. Condenar as partes sucumbentes ao pagamento proporcional das custas processuais e honorários advocatícios, a serem fixados em liquidação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Em cumprimento ao art. 93, IX, da Constituição Federal, esta decisão encontra-se devidamente fundamentada, expondo de modo claro as razões de fato e de direito que formaram o convencimento deste magistrado.

Local, Data e Assinatura

____________, ___ de ____________ de 2024.

Juiz de Direito: ___________________________


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