Modelo de Ação de Ressarcimento por Benfeitorias Realizadas em Imóvel por Possuidor de Boa-fé com Fundamento nos Arts. 1.219, 1.220 e 884 do Código Civil

Publicado em: 10/04/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Modelo completo de petição inicial de Ação de Ressarcimento por Benfeitorias, ajuizada por possuidor de boa-fé que realizou melhorias substanciais em imóvel alheio com ciência e anuência do proprietário. A ação tem como objetivo a reparação dos valores investidos nas benfeitorias úteis e necessárias, com base nos CCB/2002, art. 1.219, CCB/2002, art. 1.220 e CCB/2002, art. 884, visando evitar enriquecimento ilícito do réu. O documento traz fundamentação jurídica sólida, jurisprudência atualizada, detalhamento das benfeitorias, pedidos de prova pericial, documental e testemunhal, além de requerimento de audiência de conciliação. Indicado para advogados atuantes no âmbito cível, especialmente em disputas possessórias ou de ressarcimento decorrentes de relações informais de uso de imóvel.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE RESSARCIMENTO POR BENFEITORIAS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

O. S. da S., brasileiro, solteiro, comerciante, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e do RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, na cidade de [Cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua [endereço do advogado], onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CCB/2002, art. 1.219, CCB/2002, art. 1.220 e CCB/2002, art. 884, bem como no CPC/2015, art. 319, propor a presente:

AÇÃO DE RESSARCIMENTO POR BENFEITORIAS

em face de J. A. de M., brasileiro, casado, engenheiro civil, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e do RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, na cidade de [Cidade/UF], endereço eletrônico: [email protected], pelos fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor.

3. DOS FATOS

O Autor firmou com o Réu, em [data], um acordo verbal para utilização de um imóvel situado na Rua [endereço do imóvel], de propriedade do Réu, com a finalidade de moradia e posterior exploração comercial. A ocupação do imóvel se deu de forma pacífica, com ciência e anuência do Réu, caracterizando posse de boa-fé.

Durante o período de posse, o Autor realizou diversas benfeitorias no imóvel, com recursos próprios, visando à melhoria da estrutura e valorização do bem. Dentre as benfeitorias realizadas, destacam-se:

  • Construção de muro de alvenaria em todo o perímetro;
  • Instalação de sistema hidráulico e elétrico novo;
  • Reforma completa do telhado e piso;
  • Pintura interna e externa do imóvel;
  • Construção de edícula nos fundos.

Tais benfeitorias foram realizadas com pleno conhecimento do Réu, que jamais se opôs à sua execução. Contudo, em [data], o Réu solicitou a desocupação do imóvel, o que foi prontamente atendido pelo Autor, que, no entanto, não recebeu qualquer ressarcimento pelas benfeitorias realizadas.

Diante da ausência de indenização e visando evitar o enriquecimento sem causa do Réu, o Autor busca a tutela jurisdicional para ver reconhecido seu direito ao ressarcimento pelas benfeitorias úteis e necessárias realizadas no imóvel.

4. DO DIREITO

A presente demanda encontra amparo nos dispositivos do Código Civil que tratam da posse de boa-fé e do direito à indenização por benfeitorias.

O CCB/2002, art. 1.219, dispõe que: “O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa.”

Ademais, o CCB/2002, art. 884, estabelece que: “Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidam"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação de ressarcimento por benfeitorias proposta por O. S. da S. em face de J. A. de M., na qual o Autor alega ter ocupado, com a anuência do Réu, imóvel de sua propriedade, realizando diversas benfeitorias úteis e necessárias com recursos próprios, durante o período de posse de boa-fé.

A controvérsia gira em torno do direito à indenização pelas benfeitorias realizadas no imóvel, após a desocupação voluntária do bem pelo Autor, sem o devido ressarcimento.

Do Conhecimento

Inicialmente, verifico estarem presentes os requisitos de admissibilidade da ação, conforme o CPC/2015, art. 319, estando a inicial devidamente instruída com os documentos essenciais.

Assim, conheço da presente demanda.

Da Posse de Boa-Fé e do Direito ao Ressarcimento

Nos termos do CCB/2002, art. 1.219, “o possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa”.

O Autor comprovou, por meio de prova documental (recibos, fotografias, orçamentos), a realização de benfeitorias que se enquadram como úteis e necessárias, tais como: construção de muro, reforma estrutural, modernização dos sistemas elétrico e hidráulico, entre outras.

A boa-fé do Autor resta demonstrada pela ausência de oposição do Réu durante a realização das melhorias e pela anuência deste quanto à ocupação do imóvel.

Ainda, o CCB/2002, art. 884 veda o enriquecimento sem causa, devendo aquele que se beneficia de bens ou valores alheios restituí-los, sob pena de violação ao princípio da equidade e da boa-fé objetiva.

Ressalto que a CF/88, art. 93, IX, impõe ao julgador o dever de motivar suas decisões, o que faço com base na legislação vigente, nos princípios constitucionais e na jurisprudência dominante.

Da Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência pátria confirma o entendimento de que o possuidor de boa-fé tem direito ao ressarcimento por benfeitorias, como se observa nas seguintes decisões:

TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ: “Impositiva é a indenização por tais benfeitorias, evitando-se, outrossim, o enriquecimento sem causa pela parte ré.” (Rel. Des. Cleber Ghelfenstein, j. 08/02/2024)
TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: “A construção foi realizada de boa-fé, justificando indenização dos valores despendidos.” (Rel. Des. Helio Faria, j. 25/11/2024)

Do Pedido

Diante do exposto, julgo procedente o pedido formulado por O. S. da S. para:

  • Reconhecer o direito do Autor ao ressarcimento pelas benfeitorias úteis e necessárias realizadas no imóvel pertencente ao Réu;
  • Condenar o Réu, J. A. de M., ao pagamento do valor correspondente às benfeitorias, a ser apurado em liquidação de sentença, com correção monetária desde a data da desocupação do imóvel e juros legais a partir da citação;
  • Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CPC/2015, art. 487, I, julgo procedente o pedido inicial.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade], [Data].

_________________________________________
Juiz de Direito


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