Modelo de Alegações Finais em Defesa de Réu Acusado de Homicídio Culposo em Acidente de Trânsito com Fundamentação na Culpa Concorrente e Excludente de Culpabilidade
Publicado em: 12/12/2024 Direito Penal Processo Penal TrânsitoALEGAÇÕES FINAIS
PREÂMBULO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de __________.
Processo nº __________
Requerente: Ministério Público
Requerido: C. A. da S.
O advogado que esta subscreve, Dr. G. V. P., devidamente qualificado nos autos, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes ALEGAÇÕES FINAIS, com fundamento no CPP, art. 403, §3º, em defesa de C. A. da S., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DOS FATOS
Trata-se de ação penal em que o réu, C. A. da S., condutor de uma caminhonete, foi acusado de causar acidente de trânsito que resultou na morte do piloto de uma motocicleta e lesões corporais no garupeiro. Conforme apurado nos autos, o acidente ocorreu em uma via pública, sendo que as vítimas estavam sem capacete no momento do impacto.
O Ministério Público alega que o réu agiu com imprudência e negligência, conduzindo o veículo em alta velocidade, o que teria ocasionado o acidente fatal. Contudo, a defesa sustenta que o réu não estava em alta velocidade, tampouco deu causa ao acidente, sendo o evento trágico resultado de fatores externos e imprevisíveis, alheios à sua conduta.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que, para a configuração do crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto na Lei 9.503/97, art. 302, caput, é indispensável a comprovação de que o agente tenha agido com imprudência, negligência ou imperícia, o que não se verifica no caso em tela.
O réu, C. A. da S., conduzia seu veículo de forma regular, respeitando as normas de trânsito e a velocidade permitida na via. Ademais, as vítimas, ao trafegarem sem capacete, contribuíram decisivamente para o agravamento das consequências do acidente, configurando culpa concorrente.
Além disso, aplica-se ao caso a excludente de culpabilidade da inexigibilidade de conduta diversa, prevista na doutrina e jurisprudência. O réu não poderia prever ou evitar o acidente, uma vez que sua conduta foi pautada na observância das normas de trânsito e não houve qualquer ação que pudesse ser considerada imprudente ou negligente.
DO PRINCÍPIO DA INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
Conforme ensina a doutrina, a inexigibilidade de conduta diversa é uma excludente de culpabilidade que se aplica quando o agente, diante das circunstâncias, não tinha outra alternativa senão agir da forma como agiu. No caso em tela, o réu não tinha meios de evitar o acidente, sendo sua conduta plenamente justificável.
Ressalta-se que o Código Penal, em seu art. 22, prevê a inexigibilidade de conduta diversa como causa de exclusão da culpabilidade, aplicável sempre que o agente se encontrar em situação de coação moral irresistível ou em circunstâncias que tor"'>...