Modelo de Alegações Finais em Processo Criminal com Enfoque na Aplicação da Lei Maria da Penha e Princípio do In Dubio Pro Reo

Publicado em: 02/04/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais em processo criminal, com base no CPP, art. 403, § 3º, envolvendo imputação de contravenção penal no contexto da Lei Maria da Penha. O documento aborda a ausência de provas suficientes para condenação, citando o princípio constitucional da presunção de inocência e o in dubio pro reo, bem como a necessidade de provas robustas para sustentar a acusação. Inclui pedidos de absolvição com fundamento no CPP, art. 386, inciso VII, ou aplicação da pena mínima caso a absolvição não seja acolhida.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

ALEGAÇÕES FINAIS

Réu: [NOME COMPLETO DO RÉU, QUALIFICADO NOS AUTOS]

Vítima: [NOME COMPLETO DA VÍTIMA]

Por intermédio de seu advogado, devidamente constituído nos autos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no CPP, art. 403, § 3º, nos termos que seguem:

PREÂMBULO

O presente processo versa sobre a imputação ao acusado da prática da contravenção penal de vias de fato, no contexto da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). Contudo, a análise detida dos autos revela a ausência de provas suficientes para a condenação, impondo-se a absolvição do réu, com base no princípio do in dubio pro reo e nos fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

Segundo a denúncia, o réu teria, no dia [DATA], empurrado a vítima contra a parede e desferido dois socos em suas costas, no contexto de uma discussão doméstica. A vítima alegou que não houve lesões aparentes ou hematomas, o que foi confirmado pelo laudo de exame de corpo de delito, que não constatou qualquer vestígio de lesão.

O réu, por sua vez, em seu interrogatório, negou a prática das agressões descritas, afirmando que apenas tentou conter a vítima durante o desentendimento. Não houve testemunhas presenciais do fato, e as declarações da vítima não foram corroboradas por outros elementos probatórios.

DO DIREITO

Conforme o CPP, art. 155, "o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas".

No presente caso, a condenação do réu não pode se sustentar exclusivamente na palavra da vítima, especialmente porque:

  • O laudo de exame de corpo de delito não constatou qualquer lesão ou hematoma;
  • Não há testemunhas presenciais que confirmem a versão da vítima;
  • A palavra da vítima, embora relevante, não goza de presunção absoluta de veracidade, devendo ser corroborada por outros elementos de prova, o que não ocorreu nos autos.

Ademais, o princípio da presunção de inocência, consagrado na CF/88, art. 5º, inciso LVII, veda a condenação com base em meras suspeitas ou presunções. O ônus da prova incumbe à acusação, que não conseguiu demonstrar, de forma inequívoca, a prática da contravenção penal pelo réu.

Portanto, diante da ausên"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo Judicial

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Réu: [NOME COMPLETO DO RÉU]

Vítima: [NOME COMPLETO DA VÍTIMA]

Voto do Magistrado

Nos moldes da CF/88, art. 93, inciso IX, passo a expor os fundamentos fáticos e jurídicos para o deslinde da presente controvérsia, com a devida análise hermenêutica do caso em tela.

Dos Fatos

Segundo a denúncia, o réu foi acusado de, no dia [DATA], empurrar a vítima contra a parede e desferir dois socos em suas costas durante uma discussão doméstica. Entretanto, o laudo de exame de corpo de delito não identificou lesões ou hematomas que corroborem a denúncia. Além disso, o réu negou a prática dos atos em seu interrogatório, afirmando que tentou apenas conter a vítima, e não houve testemunhas que presenciaram o ocorrido.

Dessa forma, as provas disponíveis nos autos limitam-se às declarações da vítima, desacompanhadas de elementos adicionais que as confirmem.

Do Direito

O CPP, art. 155, dispõe que \"o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas\".

No presente caso, a palavra da vítima, embora relevante, não é suficiente para sustentar uma condenação, especialmente diante da inexistência de outros elementos probatórios que a corroborem. Conforme o princípio da presunção de inocência, previsto na CF/88, art. 5º, inciso LVII, é vedada a condenação com base em presunções ou meras suspeitas, cabendo à acusação o ônus de demonstrar inequivocamente os fatos alegados.

Além disso, o princípio do in dubio pro reo, consagrado no CPP, art. 386, inciso VII, impõe que, na ausência de provas suficientes, deve-se decidir em favor do réu.

Jurisprudências Aplicáveis

1. TJRJ (TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL) - APELAÇÃO Acórdão/TJRJ - RJ

Relator: Des. Carlos Eduardo Freire Roboredo

Julgado em: 20/02/2024

Resumo: \"A palavra da vítima, embora tenha especial relevância nos crimes contra a honra, não goza de presunção absoluta de veracidade, sobretudo quando não escoltada por seguros elementos paralelos, capazes de sufragar sua higidez.\"

2. TJRJ (TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL) - APELAÇÃO Acórdão/TJRJ - RJ

Relator: Des. Carlos Eduardo Freire Roboredo

Julgado em: 17/09/2024

Resumo: \"O princípio da presunção de inocência veda a possibilidade de alguém ser considerado culpado com respaldo em simples presunção ou em meras suspeitas, sendo ônus da acusação a comprovação dos fatos.\"

3. TJRJ (SÉTIMA CÂMARA CRIMINAL) - APELAÇÃO Acórdão/TJRJ - RJ

Relator: Des. Joaquim Domingos De Almeida Neto

Julgado em: 13/03/2025

Resumo: \"A palavra da vítima não foi confirmada em juízo e, apesar de ser considerada com especial atenção, tal característica não afasta a necessidade de que a versão por ela apresentada em sede extrajudicial encontre algum suporte probatório na prova judicializada.\"

Conclusão

Diante do exposto, reconheço a ausência de provas suficientes para a condenação, aplicando o princípio do in dubio pro reo. Assim, com fundamento no CPP, art. 386, inciso VII, voto pela improcedência da denúncia e pela consequente absolvição do réu.

Decido, portanto:

  1. Julgar improcedente o pedido condenatório formulado pelo Ministério Público;
  2. Absolver o réu, com fundamento no CPP, art. 386, inciso VII.

Termos Finais

É como voto.

[CIDADE], [DATA].

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz(a) de Direito


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Modelo de alegações finais (memoriais) para defesa criminal em processo penal que envolve acusação de falsificação de documento particular. O documento aborda preliminares sobre nulidade da prova emprestada do processo cível em andamento, impugna a materialidade e autoria do delito com base em laudos grafotécnicos contraditórios, apresenta documentos que demonstram a ausência de padrão único de assinatura da suposta vítima e comprova a compatibilidade da movimentação financeira do acusado. Fundamenta-se no CP, art. 298, no CPP, art. 386, VII, no princípio do in dubio pro reo e na CF/88, art. 5º, LIV e LV. Requer a absolvição do acusado, reconhecimento da nulidade da prova emprestada, e, subsidiariamente, aplicação da atenuante da dúvida razoável, além da expedição de alvará de soltura, se cabível. Inclui jurisprudências correlatas.

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