Modelo de Alegações Finais em Processo Criminal por Descumprimento de Medida Protetiva com Fundamentação em Insuficiência de Provas

Publicado em: 10/02/2025 Direito Penal Processo Penal
Apresentação de alegações finais em processo criminal envolvendo o acusado A. J. dos S., denunciado pelo Ministério Público pelo crime de descumprimento de medida protetiva (art. 24-A da Lei 11.340/2006). O documento discute a ausência de provas suficientes e fundamenta o pedido de absolvição com base no princípio do in dubio pro reo e no art. 386, VII, do CPP. Inclui análise doutrinária e jurisprudencial que reforçam a necessidade de provas inequívocas para condenação, além de pedidos subsidiários caso a absolvição não seja acolhida.

ALEGACÕES FINAIS

PROCESSO Nº XXXXXXX

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _________

Nome do Acusado: A. J. dos S.

Advogado: Dr. X. Y. (OAB/XX nº XXXXX)

PREÂMBULO

O acusado, A. J. dos S., já devidamente qualificado nos autos, por meio de seu advogado constituído, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGACÕES FINAIS, nos termos do CPP, art. 403, §3º, em razão da imputação do crime previsto no Lei 11.340/2006, art. 24-A, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado, sustentando que este teria descumprido medida protetiva de afastamento em relação à vítima, M. F. de S. L., com base exclusivamente no depoimento da vítima e no inquérito policial (IP).

Contudo, não há nos autos elementos probatórios suficientes que demonstrem, de forma inequívoca, a prática do delito imputado ao acusado. A acusação fundamenta-se unicamente em declarações da vítima, sem a devida corroboração por outros elementos de prova, o que compromete a certeza necessária para uma condenação.

DO DIREITO

O crime previsto no Lei 11.340/2006, art. 24-A, exige, para sua configuração, a demonstração inequívoca do dolo do agente em descumprir a medida protetiva judicialmente determinada. No entanto, a acusação não conseguiu produzir provas suficientes para comprovar a prática do delito.

De acordo com o CPP, art. 386, VII, a absolvição é medida que se impõe quando não houver provas suficientes para a condenação. O princípio do in dubio pro reo, consagrado no CF/88, art. 5º, LVII, determina que, na ausência de certeza, deve prevalecer a presunção de inocência do acusado.

Além disso, o inquérito policial, como ato preparatório, não pode ser utilizado como sustentáculo primordial para a condenação, conforme entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência. A palavra da vítima, embora relevante, deve ser corroborada por outros elementos de prova, especialmente em casos de descumprimento de medida protetiva.

DOUtrina

Conforme ensina o renomado jurista Guilherme de Souza Nucci, "a palavra da vítima, por mais que tenha relevância em crimes de violência domés"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

PROCESSO Nº XXXXXXX

VOTO DO MAGISTRADO

Trata-se de análise do processo em que o acusado, A. J. dos S., é denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime previsto no art. 24-A da Lei 11.340/2006, em razão do alegado descumprimento de medida protetiva de afastamento. O presente voto será fundamentado nos princípios constitucionais, legais e nos elementos constantes dos autos, conforme preceitua a Constituição Federal de 1988, art. 93, IX.

DOS FATOS E DA ANÁLISE PROBATÓRIA

Segundo os autos, a denúncia baseia-se exclusivamente no depoimento da vítima, M. F. de S. L., e em elementos colhidos no inquérito policial. No entanto, não se verifica a existência de provas robustas e inequívocas que demonstrem o dolo do acusado em descumprir a medida protetiva judicialmente determinada.

Conforme consolidado na jurisprudência e doutrina, a palavra da vítima, embora relevante, não pode ser considerada isoladamente como prova suficiente para embasar uma condenação. É indispensável a presença de outros elementos probatórios que corroborem as alegações apresentadas.

Ademais, o inquérito policial, por ser um procedimento administrativo de caráter informativo, não possui força probatória plena, conforme entendimento pacífico. A ausência de contraditório e de ampla defesa no inquérito compromete sua utilização como elemento exclusivo para sustentar uma condenação.

DO DIREITO

O julgamento deve observar os princípios constitucionais da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) e do devido processo legal. Em casos de dúvida quanto à materialidade ou autoria, aplica-se o princípio do in dubio pro reo, consagrado no ordenamento jurídico brasileiro.

O Código de Processo Penal, art. 386, VII, prevê que a absolvição deve ser decretada quando não houver provas suficientes para a condenação. No caso em análise, a fragilidade do conjunto probatório é evidente, não se constatando elementos capazes de estruturar um quadro de certeza necessário à condenação.

DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL

A jurisprudência é firme ao sustentar que a condenação não pode ser baseada apenas em elementos frágeis ou insuficientes. Cito, por exemplo:

TJSP (16ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP:
\"Crime de descumprimento de medida protetiva. Dúvidas quanto à configuração do delito. Absolvição, nos termos do CPP, art. 386, VII.\"
TJSP (16ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP:
\"Fragilidade do conjunto probatório. Declarações da vítima em delegacia que não foram corroboradas durante a fase judicial. Absolvição de rigor.\"

CONCLUSÃO E DECISÃO

Diante do exposto, com base nos princípios constitucionais da presunção de inocência, do devido processo legal e no princípio do in dubio pro reo, entendo que não há elementos probatórios suficientes que demonstrem, de forma inequívoca, a prática do delito imputado ao acusado, A. J. dos S..

Assim, voto pela absolvição do acusado, nos termos do art. 386, VII, do Código de Processo Penal, por insuficiência de provas.

Determino ainda que, em caso de apelação, sejam os autos remetidos ao Tribunal de Justiça para análise, com as devidas comunicações às partes.

É como voto.

MAGISTRADO

_____________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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