Modelo de Alegações Finais em Processo de Descumprimento de Medida Protetiva

Publicado em: 03/11/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais em processo criminal pelo crime de descumprimento de medida protetiva de urgência (CP, art. 24-A). Contém argumentação sobre a ausência de dolo, falta de intimação válida e pedido de absolvição do acusado, com fundamento no devido processo legal e ampla defesa.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TORITAMA/PE

PROCESSO N.º [número do processo]

R. R. DA S., brasileiro, solteiro, desempregado, inscrito no CPF sob o n.º [número do CPF], residente e domiciliado na [endereço completo], vem, por meio de seu advogado que esta subscreve, nos autos do processo-crime que lhe move o Ministério Público, apresentar as suas

ALEGAÇÕES FINAIS

com fulcro no CPP, art. 403, § 3º, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - DOS FATOS

Rafael Rodrigo da Silva foi denunciado pela prática do crime previsto no CP, art. 24-A, consistente em descumprir, no dia 20 de novembro de 2023, às 16:47h, no município de Toritama/PE, decisão judicial proferida nos autos do processo n.º [número do processo], utilizando o aplicativo de mensagens WhatsApp. A denúncia se baseia no alegado descumprimento de medida protetiva de urgência, anteriormente imposta pela autoridade judicial em favor da vítima.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A denúncia apresentada carece de elementos probatórios robustos que justifiquem a condenação do acusado pelo crime descrito no CP, art. 24-A. A defesa destaca que, no momento dos fatos, o acusado não tinha ciência inequívoca da restrição imposta pela medida protetiva, em razão de não ter sido regularmente intimado da decisão judicial. Dessa forma, inexistindo a comprovação de dolo específico do agente para a prática do descumprimento, não se pode imputar a prática do crime ao acusado.

O CP, art. 24-A tipifica o descumprimento de medida protetiva de urgência, e para a caracterização do delito é essencial que o agente tenha agido com dolo, ou seja, que tenha plena ciência da medida imposta e, de forma deliberada, tenha descumprido as obrigações. No caso dos autos, o acusado não recebeu a intimação devida e não tinha a intenção de desobedecer à ordem judicial, sendo, portanto, imprescindível o reconhecimento da ausência de dolo.

Além disso, o CF/88, art. 5º, LIV assegura que ninguém será privado da liberdade ou de seus b"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

NARRATIVA DE FATO E DIREITO

R. R. da S., brasileiro, solteiro e desempregado, foi acusado de descumprir medida protetiva de urgência utilizando o aplicativo WhatsApp. A denúncia aponta que, no dia 20 de novembro de 2023, ele teria violado uma ordem judicial, proferida nos autos do processo n.º [número do processo], no município de Toritama/PE. Contudo, o acusado não tinha ciência inequívoca da decisão, pois não foi devidamente intimado.

A defesa baseia-se nos princípios do devido processo legal e da ampla defesa, argumentando que a ausência de intimação válida impossibilita a caracterização do dolo necessário para a configuração do crime de descumprimento de medida protetiva, conforme previsto no CP, art. 24-A. Dessa forma, requer-se a absolvição do acusado, por ausência de prova de que tenha agido com dolo específico.

DEFESAS POSSÍVEIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público poderá alegar que a medida protetiva foi deferida com o intuito de proteger a vítima, e que o descumprimento ocorreu independentemente da intimação formal, visto que o acusado deveria ter conhecimento da existência da medida. Poderá, ainda, sustentar que a comunicação por meio do aplicativo WhatsApp indica a vontade deliberada de manter contato com a vítima, o que viola a medida protetiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente caso envolve a necessidade de resguardar os direitos fundamentais do acusado, especialmente no que tange ao devido processo legal e à ampla defesa. A ausência de uma intimação válida da decisão judicial que impôs a medida protetiva torna impossível imputar a responsabilidade criminal ao acusado. Diante disso, a absolvição é a medida que melhor se coaduna com os princípios constitucionais e garantias processuais aplicáveis.



TÍTULO:
ALEGAÇÕES FINAIS EM PROCESSO CRIMINAL POR DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA


1. INTRODUÇÃO
As presentes alegações finais são apresentadas em defesa do acusado no processo criminal pelo crime de descumprimento de medida protetiva de urgência, conforme disposto no CP, art. 24-A. A defesa argumenta a inexistência de dolo, a ausência de intimação válida para o cumprimento da medida e a consequente falta de elementos necessários à configuração do crime. Diante disso, pleiteia-se a absolvição do réu, com fundamento nos princípios do devido processo legal e da ampla defesa.

Comentário Jurídico:
O CP, art. 24-A, tipifica o crime de descumprimento de medida protetiva de urgência, exigindo o dolo específico de violar intencionalmente a ordem judicial. A defesa do acusado baseia-se na ausência de dolo, uma vez que não houve o propósito de transgredir a medida, e na falta de intimação válida, elemento indispensável para caracterizar o tipo penal.

Legislação:
CP, art. 24-A - Tipifica o crime de descumprimento de medida protetiva de urgência.
CF/88, art. 5º, LV - Assegura a ampla defesa e o contraditório.

Jurisprudência:
Descumprimento de Medida Protetiva e Dolo
Ausência de Intimação Válida
Devido Processo Legal e Defesa Penal


2. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO VÁLIDA
A validade da intimação do acusado para o cumprimento da medida protetiva é condição indispensável para caracterizar o crime de descumprimento. No presente caso, a defesa demonstra que o réu não foi devidamente intimado acerca das restrições impostas, inviabilizando o conhecimento exato dos limites da medida e, portanto, invalidando a acusação de descumprimento.

Comentário Jurídico:
A intimação válida é um requisito essencial para que o acusado tenha ciência formal da medida protetiva e possa responder legalmente por seu descumprimento. A ausência dessa comunicação caracteriza vício processual que, conforme o CPC/2015, art. 280, compromete a regularidade do procedimento e inviabiliza a responsabilização penal.

Legislação:
CPC/2015, art. 280 - Exige intimação válida para efetivação de medidas restritivas.
CP, art. 24-A - Tipifica o crime de descumprimento de medida protetiva mediante dolo.

Jurisprudência:
Intimação Válida e Descumprimento de Medida Protetiva
Ausência de Intimação e Crime Protetiva
Desconhecimento de Medida Protetiva


3. INEXISTÊNCIA DE DOLO
Para a configuração do crime de descumprimento de medida protetiva, o elemento subjetivo exigido é o dolo específico, ou seja, a intenção consciente de violar a ordem judicial. A defesa argumenta que o réu não possuía intenção deliberada de descumprir a medida, sendo essencial o reconhecimento da inexistência de dolo para afastar a tipificação penal.

Comentário Jurídico:
A jurisprudência é uníssona ao afirmar que o descumprimento de medida protetiva exige o dolo específico do acusado em desrespeitar a ordem judicial. Na ausência dessa intenção, configurada por circunstâncias objetivas, a tipificação do crime se torna inadequada, como prevê o CP, art. 18, I, que trata da exigência do dolo para responsabilização penal.

Legislação:
CP, art. 18, I - Define que o dolo é essencial para a caracterização de crime doloso.
CP, art. 24-A - Exige dolo específico para caracterização do crime de descumprimento de medida protetiva.

Jurisprudência:
Dolo Específico e Descumprimento de Medida Protetiva
Ausência de Dolo no Descumprimento
Elemento Subjetivo e Descumprimento de Medida


4. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLA DEFESA
O devido processo legal e a ampla defesa são princípios basilares do processo penal e garantem que o acusado tenha a oportunidade de se defender de todas as acusações que lhe são imputadas. No caso em questão, a ausência de intimação válida comprometeu esses princípios, prejudicando o exercício pleno do direito de defesa.

Comentário Jurídico:
O princípio do devido processo legal, garantido pela CF/88, exige que todos os atos processuais observem a legalidade e proporcionem ao réu um ambiente adequado para o exercício do contraditório. A falta de intimação válida desrespeita essa garantia, tornando nulo o procedimento e impedindo que a acusação possa se sustentar juridicamente.

Legislação:
CF/88, art. 5º, LIV e LV - Garante o devido processo legal e a ampla defesa.
CPP, art. 564 - Prevê nulidade por cerceamento de defesa.

Jurisprudência:
Devido Processo Legal e Descumprimento
Ampla Defesa e Intimação
Cerceamento de Defesa em Medida Protetiva


5. PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO
Diante dos fundamentos apresentados, pleiteia-se a absolvição do acusado, com base na inexistência de dolo e na ausência de intimação válida que configurasse o conhecimento formal das restrições impostas pela medida protetiva. A defesa requer que o processo seja arquivado em respeito aos princípios constitucionais e à falta de materialidade do delito.

Comentário Jurídico:
A absolvição se justifica pela ausência de elementos suficientes para sustentar a responsabilidade penal do acusado. A inexistência de dolo e a falta de intimação comprometeram a conformidade do processo com as garantias da ampla defesa e do devido processo legal, afastando qualquer possibilidade de condenação legítima.

Legislação:
CPP, art. 386, III - Estabelece a absolvição por ausência de prova suficiente da existência do fato.
CF/88, art. 5º, LVII - Princípio da presunção de inocência.

Jurisprudência:
Absolvição em Descumprimento de Medida
Inexistência de Dolo em Medida Protetiva
Presunção de Inocência e Descumprimento


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de todo o exposto, resta evidenciado que o descumprimento de medida protetiva imputado ao acusado carece de sustentação jurídica, devido à inexistência de dolo e à ausência de intimação válida que caracterize o conhecimento formal da ordem judicial. A defesa reitera a importância dos princípios do devido processo legal e da ampla defesa como garantias constitucionais indispensáveis, que foram, neste caso, comprometidas pela inobservância de requisitos processuais essenciais.

Comentário Jurídico:
As considerações finais reafirmam a necessidade de preservação dos direitos fundamentais do acusado e a impossibilidade de condenação sem que se comprove o dolo e a ciência formal das medidas impostas. Nesse sentido, a aplicação da presunção de inocência deve prevalecer, exigindo a absolvição do réu, não apenas pela falta de materialidade, mas também pelo desrespeito às garantias processuais consagradas pela CF/88.

Legislação:
CF/88, art. 5º, LVII - Garante a presunção de inocência até o trânsito em julgado.
CPP, art. 386, VII - Determina a absolvição por insuficiência de provas.

Jurisprudência:
Presunção de Inocência e Garantias Constitucionais
Absolvição por Falta de Materialidade


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Defesa Criminal por Descumprimento de Medidas Protetivas - Lei 13.340/2006, art. 24-A

Modelo de Defesa Criminal por Descumprimento de Medidas Protetivas - Lei 13.340/2006, art. 24-A

Publicado em: 20/08/2024 Direito Penal Processo Penal

Modelo de peça de defesa criminal em caso de descumprimento de medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha (Lei 13.340/2006, art. 24-A). A defesa alega inépcia da denúncia por sua generalidade e argumenta que a vítima estava praticando stalking contra o denunciado e sua família, o que levou o denunciado a mudar de cidade e Estado. A peça inclui fundamentação legal, constitucional e jurídica, além de um tópico específico sobre os princípios que regem o instituto das medidas protetivas e do direito à ampla defesa. Contém narrativa de fato e direito, conceitos e definições, e considerações finais.

Acessar

Modelo de Petição Inicial de Indenização por Danos Morais e Medida Protetiva

Modelo de Petição Inicial de Indenização por Danos Morais e Medida Protetiva

Publicado em: 26/05/2024 Direito Penal Processo Penal

Modelo de petição inicial para indenização por danos morais e medida protetiva, fundamentado em importunações e ameaças sofridas pelo autor, com base em princípios legais e constitucionais.

Acessar

Modelo de Petição de Medida Protetiva contra Bloqueio de Acesso à Empresa

Modelo de Petição de Medida Protetiva contra Bloqueio de Acesso à Empresa

Publicado em: 25/09/2024 Direito Penal Processo Penal

Modelo completo de petição para garantir o acesso de uma mulher à sua empresa, após medida protetiva deferida. A peça solicita a reintegração ao local de trabalho e proíbe o esposo de frequentar o ambiente por 120 dias. Inclui fundamentos legais, constitucionais e o pedido de tutela antecipada para proteger o patrimônio da vítima de violência patrimonial.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 19,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 29,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 26,63 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 79,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 21,65 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 129,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 15,70 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 219,90

Parcele em até 6x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.