Modelo de Contestação à Aplicação de Medidas Protetivas e Revogação no Âmbito de Inquérito Policial por Suposta Ameaça (Art. 147 do CP e Lei 11.340/06)

Publicado em: 17/07/2024 Direito Penal
Contestação apresentada perante a ___ª Vara Criminal, buscando a revogação de medidas protetivas de urgência deferidas em favor da vítima, no âmbito de inquérito policial que apura suposta ameaça (art. 147 do CP). A peça argumenta a ausência de elementos probatórios suficientes para justificar a manutenção das medidas, enfatizando a condição de foragido do indiciado e a desproporcionalidade na aplicação das medidas, com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Inclui fundamentos jurídicos baseados na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), critérios de fumus boni iuris e periculum in mora, e jurisprudências de tribunais superiores.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [CIDADE/UF]

Processo nº: [inserir número do processo]

Indiciado: [Nome completo do indiciado, qualificação completa]

Vítima: [Nome completo da vítima, qualificação completa]

PREÂMBULO

O indiciado, [NOME COMPLETO], já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO no âmbito do inquérito policial que apura suposta prática de crime de ameaça (CP, art. 147), com medidas protetivas deferidas em favor da vítima, nos moldes da Lei 11.340/06, art. 22.

O presente ato tem como objetivo refutar as alegações constantes nos autos, bem como demonstrar a ausência de elementos probatórios suficientes para justificar a manutenção das medidas protetivas, especialmente considerando a condição de foragido do indiciado, o que impossibilita a aplicação efetiva das medidas.

DOS FATOS

Conforme consta nos autos, a vítima, [NOME COMPLETO], registrou ocorrência policial alegando ter sido ameaçada pelo indiciado, o que ensejou a instauração do presente inquérito policial e a concessão de medidas protetivas de urgência, nos termos da Lei 11.340/06, art. 22.

O indiciado, contudo, encontra-se em condição de foragido, o que inviabiliza o cumprimento das medidas protetivas e, ao mesmo tempo, compromete a apuração dos fatos. Ressalta-se que as alegações da vítima carecem de elementos probatórios concretos que demonstrem a veracidade das ameaças imputadas ao indiciado.

Ademais, a narrativa apresentada pela vítima apresenta inconsistências que comprometem a credibilidade das acusações, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a aplicação de medidas protetivas de urgência, nos moldes da Lei 11.340/06, art. 22, exige a presença de dois pressupostos fundamentais: o fumus boni iuris e o periculum in mora. No presente caso, tais pressupostos não se encontram devidamente configurados.

O fumus boni iuris, que se refere à plausibilidade do direito alegado, não está demonstrado, uma vez que as acusações da vítima carecem de elementos probatórios consistentes. A palavra da vítima, embora tenha relevância em casos de violência doméstica, deve ser corroborada por outros elementos de prova, o que não ocorre nos presentes autos.

O periculum in mora, por sua vez, pressupõe a existência de risco iminente à integridade física ou psíquica da vítima, o que também não foi demonstrado. A a"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de análise judicial no âmbito de processo criminal, em que o indiciado, [NOME COMPLETO], é acusado de suposta prática de ameaça contra a vítima [NOME COMPLETO], conforme previsto no art. 147 do Código Penal, com a aplicação de medidas protetivas de urgência nos moldes do art. 22 da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha).

A defesa apresentou contestação, argumentando que as medidas protetivas carecem de fundamento probatório suficiente, além de destacar a condição de foragido do indiciado, o que inviabilizaria a aplicação prática das medidas.

Passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos.

Fundamentação

Dos Fatos

Conforme narrado nos autos, a vítima relata ter sido ameaçada verbalmente pelo indiciado. Tal ocorrência ensejou a instauração de inquérito policial, o deferimento de medidas protetivas e a consequente expedição de mandado de intimação ao indiciado. Contudo, este encontra-se em condição de foragido, dificultando a continuidade da persecução penal.

A defesa sustenta que as alegações da vítima são frágeis e desprovidas de elementos probatórios que possam corroborá-las, destacando ainda inconsistências nas narrativas apresentadas.

Do Direito

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, toda decisão judicial deve ser fundamentada. Assim, a análise do caso requer a observância dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, bem como a aplicação do princípio do in dubio pro reo, quando presentes dúvidas razoáveis.

As medidas protetivas de urgência, previstas no art. 22 da Lei 11.340/06, exigem a demonstração dos pressupostos do fumus boni iuris (plausibilidade do direito) e do periculum in mora (risco iminente). No caso em tela, verifica-se que:

  • O fumus boni iuris não está plenamente configurado, uma vez que a palavra da vítima, embora relevante, não foi corroborada por outros elementos probatórios concretos, em especial diante da ausência de testemunhas ou registros que confirmem as alegações.
  • O periculum in mora, por sua vez, não ficou evidenciado, considerando que o indiciado encontra-se foragido, o que inviabiliza qualquer ameaça direta e imediata à integridade física ou psíquica da vítima.

A aplicação prática das medidas protetivas, portanto, mostra-se inócua, dado o contexto de fuga do indiciado. Além disso, os elementos de prova apresentados nos autos não são suficientes para justificar a manutenção das medidas, sob pena de violação ao princípio da proporcionalidade.

Jurisprudência

Destaco precedentes jurisprudenciais que corroboram a presente análise:

  • STJ, AgRg no RHC Acórdão/STJ: "A ausência de elementos probatórios concretos pode comprometer a manutenção das medidas protetivas de urgência, mesmo nos moldes da Lei 11.340/06, art. 22."
  • STJ, AgRg no HC Acórdão/STJ: "A palavra da vítima, embora relevante, deve ser corroborada por outros elementos probatórios para justificar a manutenção de medidas protetivas. A ausência de provas concretas enseja a aplicação do in dubio pro reo."
  • TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ: "Nos casos de violência doméstica, a palavra da vítima deve ser coerente e em consonância com as demais provas coligidas nos autos."

Decisão

Ante o exposto, com fulcro no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente o pedido para revogar as medidas protetivas de urgência deferidas em favor da vítima, considerando a ausência de elementos probatórios suficientes para sua manutenção e a condição de foragido do indiciado, que inviabiliza a aplicação prática das medidas.

Determino, ainda, que o Ministério Público seja intimado para manifestação nos autos, com vistas à análise de arquivamento do inquérito policial, caso não sejam apresentados novos elementos probatórios que justifiquem a continuidade da persecução penal.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Local], [Data]

Juiz de Direito: [Assinatura]


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