Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Processo de Tentativa de Furto Qualificado: Nulidade por Ausência de Intimação, Imprescindibilidade de Perícia e Pleitos Subsidiários na Defesa de Réu Preso em Flagrante

Publicado em: 10/11/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo completo de alegações finais por memoriais em processo criminal relativo à tentativa de furto qualificado (art. 155, §4º, I, c/c art. 14, II, do CP), com destaque para a preliminar de nulidade processual por ausência de intimação pessoal do acusado para apresentação de resposta à acusação (art. 396-A, §2º, do CPP), argumentação sobre a falta de perícia para configuração da qualificadora do rompimento de obstáculo, análise da confissão do réu como atenuante, discussão sobre dosimetria da pena e regime inicial, além de pedidos subsidiários de absolvição, desclassificação e fixação da pena mínima. Inclui fundamentação jurídica detalhada, jurisprudências atualizadas e requerimentos de produção de provas e justiça gratuita. Indicado para atuação em defesas criminais que envolvem nulidades processuais, qualificadoras do furto e questões de direito probatório.

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado de ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES E IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO

Processo nº: ____________
Acusado: L. da S., brasileiro, solteiro, profissão: ___, portador do CPF nº ___, residente e domiciliado à Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, endereço eletrônico: ___@___.com.
Defensor: Núcleo de Prática Jurídica Josaphat Marinho, inscrito na OAB/___ sob o nº ___, endereço eletrônico: ___@___.com.
Ministério Público: ___, endereço eletrônico: ___@___.mp.br.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado L. da S. foi preso em flagrante no dia 09/11/2022, no interior de uma agência bancária, sob a acusação de tentar arrombar caixas eletrônicos utilizando ferramentas como serrote, chave de fenda e alicate. A ação foi monitorada por vigilantes através do sistema de câmeras, que acionaram a Polícia Militar, resultando na prisão em flagrante do acusado.
Após audiência de custódia, L. da S. foi posto em liberdade provisória. A denúncia foi recebida, imputando-lhe a prática do crime de tentativa de furto qualificado, nos termos do CP, art. 155, §4º, I c/c art. 14, II. O advogado particular do réu não apresentou resposta à acusação, e, sem nova intimação do acusado, o juízo nomeou o Núcleo de Prática Jurídica para sua defesa, prosseguindo-se com a instrução criminal.
Durante a audiência, L. da S. confessou a tentativa de subtração, porém afirmou não ter conseguido violar a estrutura dos caixas eletrônicos. O Ministério Público não requereu novas provas e a defesa apresentou ofício do banco informando que não houve perícia policial no local dos fatos.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)

4.1. DA NULIDADE PROCESSUAL POR AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO ACUSADO

Inicialmente, destaca-se a nulidade processual decorrente da ausência de intimação pessoal do acusado para constituir novo defensor ou apresentar resposta à acusação, conforme determina o CPP, art. 396-A, §2º. A nomeação direta de defensor dativo, sem oportunizar ao réu a ciência da inércia de seu patrono, configura cerceamento de defesa, afrontando o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

4.2. DA TIPICIDADE E DA CONSUMAÇÃO DO DELITO

O acusado foi denunciado por tentativa de furto qualificado, nos termos do CP, art. 155, §4º, I c/c art. 14, II. Para a configuração do crime tentado, exige-se a prática de atos inequívocos de execução, sem que o resultado se consume por circunstâncias alheias à vontade do agente.
No caso em tela, restou incontroverso que L. da S. não logrou êxito em violar a estrutura dos caixas eletrônicos, não havendo sequer início de rompimento de obstáculo, tampouco subtração de valores. A ausência de perícia policial no local, conforme informado pelo ofício do banco, impede a comprovação material da qualificadora do rompimento de obstáculo, requisito indispensável para a incidência do CP, art. 155, §4º, I.

4.3. DA IMPRESCINDIBILIDADE DA PROVA PERICIAL PARA A QUALIFICADORA

A jurisprudência consolidada exige a realização de exame pericial para a configuração da qualificadora do rompimento de obstáculo. A ausência de laudo pericial, sem justificativa plausível, inviabiliza o reconhecimento da qualificadora, devendo o acusado responder, no máximo, pela forma simples do delito, e ainda assim, na modalidade tentada, diante da ausência de consumação (CPP, art. 158).

4.4. DA CONFISSÃO E DA DOSIMETRIA DA PENA

O réu confessou espontaneamente a tentativa de subtração, circunstância que deve ser reconhecida como atenuante (CP, art. 65, III, "d"). Ademais, a dosimetria da pena deve o"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação penal movida em face de L. da S., acusado da prática do crime de furto qualificado tentado (art. 155, §4º, I c/c art. 14, II, ambos do CP), em razão de tentativa de arrombamento de caixas eletrônicos em agência bancária, utilizando ferramentas, sem, contudo, lograr êxito em romper o obstáculo ou subtrair valores. O acusado foi preso em flagrante, posteriormente solto em liberdade provisória, e confessou a tentativa durante a instrução.

A defesa alega nulidade processual por ausência de intimação pessoal do acusado para constituir novo defensor ou apresentar resposta à acusação, ausência de prova pericial quanto ao rompimento de obstáculo e requer, alternativamente, a desclassificação para furto simples tentado, reconhecimento da atenuante da confissão e aplicação de regime prisional mais brando.

2. Fundamentação

2.1. Da Preliminar de Nulidade Processual (CF/88, art. 5º, LV; CPP, art. 396-A, §2º)

A defesa suscita nulidade processual pela ausência de intimação pessoal do acusado para apresentar resposta à acusação, sendo nomeado defensor dativo sem prévia ciência do réu da inércia de seu patrono.

O art. 396-A, §2º do CPP determina expressamente que, não apresentada resposta pelo defensor constituído, o acusado deve ser pessoalmente intimado para constituir novo defensor. A nomeação direta de defensor dativo, sem tal intimação, caracteriza ofensa ao contraditório e à ampla defesa, princípios constitucionais previstos no art. 5º, LV, da Constituição Federal.

Contudo, a jurisprudência nacional (TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP) admite a nomeação da Defensoria Pública em situações similares, desde que não haja prejuízo à ampla defesa, hipótese que, no caso concreto, não restou suficientemente comprovada nos autos, tendo em vista que o acusado foi assistido pelo Núcleo de Prática Jurídica Josaphat Marinho durante a instrução, inclusive apresentando defesa técnica e memoriais finais. Não se demonstrou prejuízo concreto advindo da suposta nulidade, o que afasta seu reconhecimento, nos termos do art. 563 do CPP (princípio do pas de nullité sans grief).

2.2. Da Materialidade e Tipicidade da Conduta (CP, art. 155, §4º, I; art. 14, II; CPP, art. 158)

O acusado confessou a tentativa de subtração de valores de caixas eletrônicos, mas não conseguiu violar a estrutura dos mesmos, não sendo constatado início de rompimento de obstáculo. A materialidade da qualificadora do rompimento de obstáculo exige prova pericial (CPP, art. 158), ausente nos autos, conforme ofício do banco.

A jurisprudência dos Tribunais pátrios (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ; TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP) é firme no sentido da imprescindibilidade do laudo pericial para configuração da qualificadora do rompimento de obstáculo. Ausente o exame, não se pode reconhecer a majorante, restando apenas a tipificação do delito como furto simples tentado (CP, art. 155, caput c/c art. 14, II).

2.3. Da Confissão Espontânea e Dosimetria da Pena (CP, art. 65, III, "d"; art. 59)

A confissão espontânea do réu, circunstância atenuante prevista no art. 65, III, "d", do Código Penal, deve ser reconhecida em seu favor. Ademais, ausentes circunstâncias judiciais desfavoráveis, a pena-base deve ser fixada no mínimo legal, observando-se a fração de redução pela tentativa.

2.4. Do Regime Prisional (CP, art. 33, §2º, "b" e "c")

Considerando a primariedade do réu e a ausência de circunstâncias agravantes, o regime inicial de cumprimento de pena deve ser o aberto, conforme determina o art. 33, §2º, "c", do Código Penal.

3. Dispositivo

Ante o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido, para:

  • Rejeitar a preliminar de nulidade processual, por ausência de demonstração de prejuízo concreto ao direito de defesa;
  • Desclassificar a conduta imputada, para condenar L. da S. como incurso nas sanções do art. 155, caput c/c art. 14, II, ambos do Código Penal (furto simples tentado);
  • Reconhecer a atenuante da confissão espontânea;
  • Fixar a pena no mínimo legal, observada a fração de redução pela tentativa e o regime inicial aberto;
  • Conceder ao réu o direito de recorrer em liberdade, caso preencha os requisitos legais;
  • Deferir os benefícios da justiça gratuita, nos termos da legislação vigente.

Esta decisão é proferida em total observância ao artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

___________________________________________
Juiz de Direito


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