Modelo de Apelação Cível para Reforma de Sentença e Concessão de Benefício Assistencial (BPC/LOAS) em Face do INSS

Publicado em: 21/10/2024 Direito Previdenciário
Modelo de apelação cível apresentada à Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Distrito Federal, visando à reforma de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS). O recurso fundamenta-se no artigo 1.009 do CPC/2015 e no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal, bem como na Lei nº 8.742/93. A peça destaca a comprovação de deficiência grave, incapacidade laborativa e vulnerabilidade econômica do apelante, além de jurisprudência favorável à flexibilização do critério de renda per capita. Requer-se a reforma da sentença, concessão do benefício retroativo ao requerimento administrativo, pagamento de parcelas vencidas e honorários advocatícios.

APELAÇÃO CÍVEL

1. ENDEREÇAMENTO

À Colenda Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Distrito Federal

2. PREÂMBULO

G. S. do N., já qualificado nos autos da Ação de Concessão de Benefício Assistencial (BPC/LOAS), processo nº 1065600-62.2023.4.01.3400, que move em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, vem, por seu advogado infra-assinado, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009 e seguintes, interpor a presente

APELAÇÃO

contra a r. sentença proferida pelo Juízo da 25ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, que julgou improcedente o pedido inicial, requerendo o recebimento e processamento do presente recurso, com posterior remessa à instância superior para sua apreciação e provimento.

3. TEMPESTIVIDADE

A r. sentença foi publicada em 17/09/2024. Assim, considerando-se o prazo de 15 (quinze) dias úteis para interposição de apelação, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, §5º, a presente apelação é tempestiva.

4. SÍNTESE DOS FATOS

O Apelante ajuizou ação visando à concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto no CF/88, art. 203, V, e regulamentado pela Lei 8.742/93, art. 20, em razão de ser pessoa com deficiência e encontrar-se em situação de vulnerabilidade social.

Foi realizada perícia médica judicial, que constatou que o Apelante é portador de amputação traumática ao nível do punho e da mão (CID 10: S68), apresentando incapacidade laborativa total e permanente desde 12/04/2008. A perita concluiu que o Apelante possui elevado grau de limitação funcional e depende parcialmente de terceiros para atividades da vida diária.

Também foi realizada perícia socioeconômica, a qual demonstrou que o Apelante reside com os pais e irmãos, em imóvel cedido por igreja, e que a renda familiar total é de R$ 3.400,00, resultando em renda per capita de R$ 680,00.

Contudo, o juízo a quo entendeu que não restou comprovada a hipossuficiência econômica do Apelante, julgando improcedente o pedido inicial.

5. DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BPC/LOAS

Nos termos do CF/88, art. 203, V e da Lei 8.742/93, art. 20, o benefício assistencial é devido à pessoa com deficiência que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.

Com as alterações promovidas pelas Leis nº 12.435/2011 e 12.470/2011, os requisitos legais passaram a ser:

  • a) Deficiência de longo prazo que gere impedimentos para participação plena e efetiva na sociedade;
  • b) Renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo, podendo ser ampliada até 1/2 salário mínimo, conforme Lei 8.742/93, art. 20, §11-A e art. 20-B;
  • c) Não percepção de outro benefício previdenciário.

O Apelante preenche todos os requisitos legais, conforme demonstrado pelas provas periciais e documentais constantes nos autos.

6. DO DIREITO

O direito ao BPC/LOAS está assegurado constitucionalmente (CF/88, art. 203, V) e regulamentado pela Lei 8.742/93. A jurisprudência do STF e do STJ tem reconhecido que a renda per capita superior a 1/4 do salário mínimo não impede, por si só, a concessão do benefício, devendo ser analisado o caso concreto à luz do princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Claro! Abaixo segue a simulação de voto do magistrado em formato HTML, estruturada com base no documento fornecido e conforme os princípios da hermenêutica jurídica, integrando os fatos e fundamentos legais, especialmente o art. 93, IX da CF/88:

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de Apelação Cível interposta por G. S. do N. contra sentença proferida pelo Juízo da 25ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, que julgou improcedente o pedido de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), previsto no art. 203, inciso V, da Constituição Federal e regulamentado pela Lei nº 8.742/93.

O Apelante é pessoa com deficiência, portador de amputação traumática da mão direita (CID 10: S68), que lhe acarreta limitação funcional severa e incapacidade laborativa total e permanente, conforme laudo pericial médico constante nos autos. A perícia social demonstrou que o Apelante vive com os pais e irmãos, em imóvel cedido, com renda familiar de R$ 3.400,00, resultando em renda per capita de R$ 680,00.

O juízo de origem entendeu não estarem presentes os requisitos legais para a concessão do benefício, julgando improcedente o pedido inicial.

II – Fundamentação

2.1 Do Conhecimento

Preenchidos os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso de apelação.

2.2 Do Direito

Nos termos do art. 203, inciso V, da Constituição Federal de 1988, e do art. 20 da Lei nº 8.742/93, o Benefício de Prestação Continuada é devido à pessoa com deficiência que comprove não possuir meios de prover sua própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

Com as alterações legislativas e jurisprudência consolidada, especialmente após o julgamento da ADI Acórdão/STJ pelo Supremo Tribunal Federal, o critério de renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo deixou de ser parâmetro exclusivo para verificação da hipossuficiência, devendo o julgador considerar o conjunto fático-probatório e demais circunstâncias do caso concreto.

No presente caso, a condição de deficiência e incapacidade laboral do Apelante restou absolutamente comprovada por laudo médico pericial. A dependência parcial de terceiros para as atividades da vida diária agrega ainda maior vulnerabilidade à sua condição.

Quanto à situação socioeconômica, embora a renda per capita da família seja de R$ 680,00, ou seja, superior a 1/4 e até mesmo a 1/2 do salário mínimo vigente, a análise das circunstâncias familiares, do tipo de moradia (imóvel cedido), dos gastos com saúde e dos encargos do núcleo familiar, evidencia situação de vulnerabilidade social e econômica.

O princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88) e o dever de proteção social do Estado impõem ao julgador a análise material e humanizada do caso concreto, conforme preconiza a jurisprudência do STF e STJ.

Assim, preenchidos os requisitos legais e constitucionais, é de rigor a concessão do benefício assistencial desde a data do requerimento administrativo (21/06/2018), respeitando-se o direito à retroatividade e à integralidade da prestação.

III – Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, VOTO no sentido de DAR PROVIMENTO à apelação interposta por G. S. do N., REFORMANDO a sentença de primeiro grau, para:

  • a) JULGAR PROCEDENTE o pedido inicial, concedendo ao Apelante o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), nos termos do art. 203, V, da CF/88 e da Lei nº 8.742/93, com efeitos retroativos à data do requerimento administrativo (21/06/2018);
  • b) CONDENAR o INSS ao pagamento das parcelas vencidas, acrescidas de correção monetária e juros legais, conforme os critérios fixados no RE 870.947 (Tema 810/STF) e EC 113/2021;
  • c) CONDENAR o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015, observando-se a Súmula 111 do STJ.

É como voto.

Brasília/DF, 27 de setembro de 2024.

Desembargador Federal Simulado
Relator

📝 Observações: - O voto está fundamentado conforme exigência do art. 93, IX da CF/88. - Foram considerados os elementos do caso concreto: laudos médicos e socioeconômicos, legislação aplicável e jurisprudência do STF/STJ. - A estrutura do voto segue o modelo comum de votos judiciais: relatório, fundamentação e dispositivo. Se desejar, posso também gerar uma versão em PDF ou formatada para impressão.

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Recurso de Apelação interposto por R. G. de S. contra sentença que indeferiu o pedido de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), fundamentado no CPC/2015, art. 1.009. O documento apresenta a argumentação jurídica baseada na CF/88, art. 203, V e na Lei 8.742/1993, evidenciando a comprovação de deficiência e hipossuficiência econômica por meio de laudos médicos e sociais. O recurso destaca a violação de princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana e a vedação ao retrocesso social, e solicita a reforma da sentença para concessão do benefício, com pagamento retroativo.

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