Modelo de Apelação Criminal para Reforma de Sentença por Insuficiência de Provas e Violação de Princípios Constitucionais

Publicado em: 21/02/2025 Direito Penal Processo Penal
Apelação criminal interposta por K. C. F. F. contra sentença que aplicou medida privativa de liberdade com base em provas frágeis e insuficientes, violando os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. O documento apresenta os argumentos jurídicos para a reforma da decisão, enfatizando a ausência de provas robustas, a manipulação de evidências e a postura colaborativa do apelante. São requeridos a absolvição ou, subsidiariamente, a aplicação de medida socioeducativa mais branda, com prequestionamento para eventual recurso especial.

APELAÇÃO CRIMINAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE MANGARATIBA – RJ

Processo nº: 0000924-76.2024.8.19.0030

Apelante: K. C. F. F.

Apelado: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

PREÂMBULO

K. C. F. F., já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 319 e no CPP, art. 593, I, interpor a presente APELAÇÃO CRIMINAL contra a sentença que julgou procedente a representação socioeducativa, aplicando medida privativa de liberdade ao apelante.

Requer-se que a presente apelação seja recebida e remetida ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para apreciação, com as razões anexas.

RAZÕES DE APELAÇÃO

COLENDA CÂMARA

O presente recurso objetiva reformar a sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, que condenou o apelante com base em provas insuficientes e frágeis, violando os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, previstos no CF/88, art. 5º, LV.

DOS FATOS

O apelante foi acusado de ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A, §1º), supostamente praticado contra D. F. V., em 21 de dezembro de 2023. A vítima alegou estar incapaz de oferecer resistência devido ao consumo de álcool e medicamentos.

Contudo, a narrativa apresenta inconsistências e ausência de provas robustas. A vítima, pessoa de difícil convivência, relatou ter lavado toalhas que poderiam conter vestígios do suposto ato, prejudicando a produção de provas. Além disso, os exames médicos realizados não confirmaram o estupro, e a gravação de câmera de segurança foi manipulada por técnico antes de ser apresentada.

O apelante, por sua vez, apresentou-se espontaneamente à justiça, colaborando integralmente com as investigações e afirmando que o ato foi consensual, embora não tenha sido consumado devido a um f"'>...

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Informações complementares

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VOTO DO RELATOR

Trata-se de Apelação Criminal interposta por K. C. F. F., nos autos do Processo nº Acórdão/TJSP, em face de sentença que julgou procedente a representação socioeducativa, aplicando medida privativa de liberdade. O apelante requer a reforma da sentença com fundamento na ausência de provas robustas e na violação aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.

RELATÓRIO

Conforme os autos, o apelante foi acusado de ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A, §1º), alegadamente praticado contra D. F. V., em 21 de dezembro de 2023. A defesa sustenta que a condenação foi embasada em provas frágeis e contraditórias, havendo prejuízo à produção probatória devido à manipulação de gravações e lavagem de toalhas que poderiam conter vestígios. O apelante afirma que o ato foi consensual e não consumado.

FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Presunção de Inocência

O princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal de 1988, estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. No presente caso, verifica-se que a condenação do apelante se deu com base em provas insuficientes e contraditórias, especialmente pela ausência de exames laboratoriais conclusivos e pela manipulação de gravações por terceiros.

2. Da Insuficiência Probatória

A ausência de provas robustas capazes de comprovar a materialidade do ato infracional viola o disposto no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, segundo o qual o réu deve ser absolvido quando não houver provas suficientes para sua condenação. Ademais, a conduta da vítima ao lavar as toalhas que poderiam conter vestígios reforça a dúvida razoável sobre os fatos.

3. Da Colaboração do Apelante

A postura do apelante, ao se apresentar espontaneamente à autoridade policial e colaborar com as investigações, demonstra boa-fé e respeito ao processo legal. Tal comportamento deve ser considerado na análise da medida socioeducativa imposta, em atenção ao princípio da proporcionalidade.

4. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência pátria reforça a necessidade de provas concretas para a condenação. Destaco o precedente do TJSP (1ª Câmara de Direito Criminal), Apelação Criminal Acórdão/TJSP, que pontua que \"a insuficiência probatória não se verifica diante das provas apresentadas\". Ainda, no julgamento do TJSP (15ª Câmara de Direito Criminal), Apelação Criminal Acórdão/TJSP, foi reconhecida a confissão espontânea como atenuante, aplicável ao presente caso.

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, entendo que a sentença de primeiro grau deve ser reformada. Não havendo provas suficientes para a condenação, voto pela procedência do recurso interposto por K. C. F. F., para absolver o apelante com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal.

Subsidiariamente, caso não seja este o entendimento deste colegiado, voto pela aplicação de medida socioeducativa mais branda, em atenção aos princípios da proporcionalidade e da individualização da pena.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, voto:

  1. Pelo conhecimento e provimento do recurso, para reformar a sentença e absolver o apelante com fundamento no art. 386, VII, do CPP, por insuficiência de provas;
  2. Subsidiariamente, pela aplicação de medida socioeducativa mais branda, em virtude da ausência de antecedentes e da colaboração do apelante;
  3. Pelo prequestionamento das matérias suscitadas, para fins de eventual recurso especial, nos termos do art. 105, III, da Constituição Federal.

É como voto.

Mangaratiba, data do julgamento.

Relator: ___________________________


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