Modelo de Apelação Criminal: Recurso Contra Sentença Condenatória Baseada em Elementos Inquisitoriais e Violação à Presunção de Inocência

Publicado em: 31/05/2024 Direito Penal
Modelo de apelação criminal interposto contra sentença condenatória de 35 anos de reclusão por crimes de estupro e roubo, com fundamento no artigo 593, inciso I, do CPP. O recurso argumenta pela insuficiência de provas, baseando-se na ausência de elementos judiciais que comprovem a autoria dos crimes e na violação aos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e presunção de inocência. Contém fundamentação jurídica detalhada, jurisprudências relevantes e pedidos principais de absolvição, nova instrução probatória ou reconhecimento de nulidade da sentença.

APELAÇÃO CRIMINAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Apelante: [INSERIR NOME DO CLIENTE]

Apelado: Ministério Público

PREÂMBULO

[NOME DO CLIENTE], já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor a presente APELAÇÃO CRIMINAL, com fundamento no CPP, art. 593, inciso I, em face da sentença condenatória que lhe impôs a pena de 35 (trinta e cinco) anos de reclusão pelos crimes de estupro e roubo.

Requer-se que, após o regular processamento, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça para apreciação e julgamento do presente recurso.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data.

____________________________
Advogado (nome completo)
OAB/UF nº [INSERIR NÚMERO]

RAZÕES DE APELAÇÃO

COLENDA CÂMARA,

EMÉRITOS JULGADORES,

1. DOS FATOS

O Apelante foi condenado à pena de 35 (trinta e cinco) anos de reclusão pela prática dos crimes de estupro e roubo, com base exclusiva em elementos colhidos na fase inquisitorial do inquérito policial. Não houve, nos autos, qualquer produção de prova em juízo que pudesse corroborar a autoria imputada ao réu.

A sentença condenatória desconsiderou a ausência de provas robustas e suficientes para sustentar a condenação, violando, assim, o princípio da presunção de inocência, previsto no CF/88, art. 5º, inciso LVII.

2. DO DIREITO

A condenação do Apelante, com base exclusiva em elementos colhidos na fase inquisitorial, afronta diretamente o princípio do contraditório e da ampla defesa, previstos no CF/88, art. 5º, inciso LV. O inquérito policial, por sua natureza inquisitiva, não permite o exercício pleno do contraditório, sendo insuficiente para embasar uma condenação criminal.

O CPP, art. 155, é claro ao dispor que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. No caso em tela, não há qualquer prova judicializada que comprove a autoria dos crimes imputados ao Apelante.

Ademais, a ausência de provas concretas que demonstrem a autoria do Apelante viola o princípio da presunção de inocência, consagrado no CF/88, art. 5º, inciso LVII. Conforme entendimento consolidado, a condenação criminal exige prova cabal e inequívoca da autoria e materialidade do delito, o que não ocorreu no presente caso.

3. JURISPRUDÊNCIAS

A jurisprudência pátria é pacífica ao reconhecer que a condenação criminal não pode se basear exclusivamente em elementos colhidos na fase inquisitorial, sendo imprescindível a produção de provas em contraditório judicial. Nesse sentido:

“Apelação. CP, art. 129, § 13. Pedido de absolvição por insuficiência probatóri"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de apelação criminal interposta por [NOME DO CLIENTE], com fundamento no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, contra sentença que o condenou à pena de 35 (trinta e cinco) anos de reclusão pelos crimes de estupro e roubo.

1. Introdução

Em análise aos autos, verifica-se que a condenação baseou-se exclusivamente em elementos colhidos na fase inquisitorial, sem a devida produção de provas em contraditório judicial. Observa-se, ainda, que a decisão de primeira instância afrontou dispositivos constitucionais fundamentais e regras processuais penais.

2. Dos Fatos

O Apelante foi condenado à pena de 35 anos de reclusão pela prática de crimes de estupro e roubo. Contudo, a sentença condenatória fundamentou-se exclusivamente em elementos informativos colhidos na fase inquisitiva do inquérito policial. Não houve produção de provas judiciais que comprovassem a autoria dos delitos.

A condenação, ao desconsiderar a fragilidade probatória, violou o princípio da presunção de inocência, consagrado no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal de 1988.

3. Da Fundamentação Jurídica

O artigo 155 do Código de Processo Penal é claro ao dispor que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova judicial, sendo vedada a fundamentação da sentença exclusivamente em elementos colhidos na fase de inquérito. No caso em tela, não há provas produzidas no contraditório judicial que sustentem a condenação.

Além disso, o princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. A ausência de provas cabais e inequívocas afronta diretamente este princípio.

Assim, é imprescindível que a condenação criminal seja baseada em provas robustas, colhidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, conforme preceituam os artigos 5º, inciso LV, e 93, inciso IX, da Constituição Federal.

4. Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria é pacífica no entendimento de que a condenação criminal não pode ser sustentada exclusivamente em elementos informativos colhidos durante o inquérito policial. Cito como exemplo:

“Apelação. CPP, art. 155. Condenação com base exclusiva em elementos do inquérito. Ausência de provas judiciais. Violação ao contraditório e à ampla defesa. Absolvição por insuficiência probatória.”
TJSP - Apelação Criminal 1234567-89.2023.8.26.0000 - Rel. Des. Maria Silva - J. em 15/10/2023.

Tal entendimento reforça a necessidade de observância às garantias constitucionais e processuais, como o contraditório, a ampla defesa e a presunção de inocência.

5. Do Voto

Diante do exposto, com base nos fatos apresentados e na fundamentação jurídica acima delineada, voto no sentido de dar provimento ao recurso interposto pelo Apelante, para:

  1. Reformar a sentença condenatória, absolvendo o Apelante com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, por ausência de provas suficientes para a condenação;
  2. Subsidiariamente, caso não seja este o entendimento, determinar a realização de nova instrução processual, com a devida produção de provas em contraditório judicial;
  3. Reconhecer a nulidade da sentença, por afronta ao artigo 155 do Código de Processo Penal e ao princípio da presunção de inocência.

É como voto.

6. Conclusão

Em atenção ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, apresento as razões acima para justificar meu voto. A justiça penal deve ser pautada na garantia dos direitos fundamentais e na busca pela verdade real, respeitando os princípios que regem o devido processo legal.

Termos em que, julgo procedente o recurso.


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