Modelo de Apelação Contra Sentença de Destituição do Poder Familiar com Base no Melhor Interesse da Criança e em Violação ao Contraditório e Ampla Defesa

Publicado em: 08/12/2023 Familia
Apelação interposta contra sentença que destituiu o poder familiar do genitor em relação à filha menor, sob alegação de negligência. O recurso fundamenta-se na ausência de provas inequívocas, na violação dos princípios constitucionais do melhor interesse da criança e da ampla defesa, e na necessidade de análise criteriosa e humanizada da situação. O apelante busca a reforma da decisão, a manutenção do vínculo familiar e a realização de estudo psicossocial atualizado.

APELAÇÃO DEFENSIVA

Destituição do Poder Familiar

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Infância e Juventude da Comarca de ____________.

Processo nº _____________

A. J. dos S., brasileiro, estado civil __________, profissão __________, portador do CPF nº __________ e RG nº __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional situado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor:

APELAÇÃO

Com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, contra a sentença que destituiu o apelante do poder familiar em relação à sua filha menor, conforme os fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

Trata-se de ação de destituição do poder familiar em que o apelante foi acusado de negligência nos cuidados com sua filha menor, __________ (nome da criança abreviado conforme instruções). A sentença de primeiro grau julgou procedente o pedido, fundamentando-se na suposta ausência de cuidados básicos por parte do genitor.

O apelante, no entanto, sempre buscou o melhor para sua filha, enfrentando dificuldades financeiras e sociais, mas nunca deixando de demonstrar afeto e preocupação com o bem-estar da infante. A decisão, ao desconsiderar os esforços do apelante e os vínculos afetivos existentes, violou princípios fundamentais, como o melhor interesse da criança e o direito à convivência familiar.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar. O Código Civil Brasileiro de 2002, no art. 1.634, dispõe que compete aos pais, no exercício do poder familiar, dirigir a criação e educação dos filhos menores.

A destituição do poder familiar é medida extrema e deve ser aplicada apenas quando comprovada, de forma inequívoca, a incapacidade do genitor para exercer suas funções parentais, conforme preceitua o ECA, art. 24. No caso em tela, não há provas suficientes que demonstrem a negligência do apelante de forma a justificar a ruptura do vínculo familiar.

Ademais, o princípio do contraditório e da ampla defesa, previstos no CPC/2015, art. 5º, foram violados, uma vez que o apelante não teve oportunidade plena de produzir provas que demonstrassem sua aptidão para o exercício do poder familiar.

DO PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de apelação interposta por A. J. dos S., contra a sentença proferida pelo Juízo da ___ Vara da Infância e Juventude da Comarca de __________, que destituiu o apelante do poder familiar em relação à sua filha menor.

A sentença fundamentou-se na suposta negligência do apelante quanto aos cuidados básicos da criança. O recorrente, no entanto, alega que a decisão desconsiderou os esforços realizados e os vínculos afetivos existentes, violando o princípio do melhor interesse da criança.

Voto

Análise Hermenêutica

Compete ao magistrado, em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, fundamentar suas decisões com base em elementos fáticos e legais. A análise do presente caso exige a ponderação entre os direitos fundamentais da criança e os deveres inerentes ao poder familiar.

O art. 227 da Constituição Federal dispõe que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, os direitos à convivência familiar e ao pleno desenvolvimento. Já o art. 1.634 do Código Civil Brasileiro define que compete aos pais dirigir a criação e educação dos filhos menores.

A destituição do poder familiar, como medida extrema, deve ser aplicada apenas em situações excepcionais, quando demonstrada de forma inequívoca a incapacidade do genitor para o exercício de suas funções parentais, conforme preceitua o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), art. 24. No caso em tela, não há provas robustas e inequívocas que demonstrem a negligência do apelante a ponto de justificar a ruptura do vínculo familiar.

Princípio do Melhor Interesse da Criança

O princípio do melhor interesse da criança, previsto no ECA, art. 4º, deve guiar todas as decisões judiciais que envolvam menores. A manutenção do vínculo familiar, desde que não prejudicial ao menor, é essencial para o desenvolvimento emocional e psicológico da criança.

A jurisprudência reiteradamente tem reforçado a necessidade de provas contundentes para destituir o poder familiar. Cito como exemplo:

  • TJSP (Câmara Especial) - Apelação Cível / Destituição de Poder Familiar Acórdão/TJSP - Ribeirão Preto - Rel.: Des(ª). Ana Luiza Villa Nova - J. em 23/02/2023:
    "Melhor interesse da criança que deve prevalecer. [...] Sentença prolatada com análise cautelosa e respeito aos princípios constitucionais e processuais."

No caso concreto, não restou demonstrado que a manutenção do poder familiar pelo apelante comprometa o melhor interesse da criança. Ao contrário, os vínculos afetivos e os esforços do genitor em prover o bem-estar da menor indicam a necessidade de preservação dessa relação.

Conclusão

À luz das disposições constitucionais, legais e da jurisprudência, entendo que a sentença de primeiro grau deve ser reformada. Não há elementos que justifiquem a destituição do poder familiar, devendo-se priorizar a manutenção do vínculo familiar e a realização de estudo psicossocial mais aprofundado para a correta avaliação do caso.

Dispositivo

Por todo o exposto, conheço do recurso interposto e dou-lhe provimento para reformar a sentença de primeiro grau, julgando improcedente o pedido de destituição do poder familiar. Determino, ainda, a realização de estudo psicossocial atualizado, para fins de acompanhamento da relação entre o apelante e sua filha menor.

É como voto.

Local e Data.

___________________________
Nome do Magistrado
Cargo


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