Modelo de Contestação à Ação de Cobrança do Instituto de Previdência dos Servidores Militares de Minas Gerais (IPSM) com Fundamentação no CPC/2015 e Princípios de Segurança Jurídica e Boa-Fé

Publicado em: 15/01/2025 Processo Civil Direito Previdenciário Servidor
Contestação apresentada por militar inativo contra ação de cobrança ajuizada pelo IPSM, fundamentada na suspensão de descontos previdenciários por decisão judicial válida e posterior revogação de liminar. O documento argumenta a inaplicabilidade do art. 302, I, do CPC/2015 ao caso, ressalta o princípio da segurança jurídica e da boa-fé, e cita precedentes jurisprudenciais. Requer improcedência da ação e condenação do autor ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, além de produção de provas e realização de audiência de conciliação.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________
Contestante: J. F. B.
Contestada: Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM)

PREÂMBULO

J. F. B., militar inativo, já qualificado nos autos, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do CPC/2015, art. 335, apresentar CONTESTAÇÃO à ação de cobrança ajuizada pelo Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O IPSM ajuizou a presente ação de cobrança alegando que o réu, ora contestante, teria contribuído a menor para a previdência entre setembro de 2013 e dezembro de 2022. Tal situação decorreu de uma liminar concedida em mandado de segurança que suspendeu os descontos previdenciários sobre valores abaixo do teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Em agosto de 2022, a segurança foi denegada, e a liminar foi revogada, tendo o IPSM, então, ajuizado a presente ação para cobrar os valores supostamente devidos, sob o argumento de enriquecimento sem causa, com fundamento no CPC/2015, art. 302, I.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a presente ação de cobrança carece de fundamento jurídico, uma vez que os valores não foram pagos em razão de decisão judicial válida, que suspendeu os descontos previdenciários. A liminar concedida no mandado de segurança produziu efeitos legais durante todo o período em que esteve em vigor, sendo descabida a pretensão de cobrança retroativa.

O CPC/2015, art. 302, I, invocado pela parte autora, não se aplica ao caso em tela. O dispositivo trata da responsabilidade por prejuízos causados pela parte que obteve benefício com tutela provisória posteriormente revogada. Contudo, não há qualquer prejuízo comprovado ao IPSM, tampouco enriquecimento sem causa por parte do réu, uma vez que os valores não foram pagos em razão de decisão judicial legítima.

Ademais, o princípio da segurança jurídica, previsto na CF/88, art. 5º, XXXVI, veda a cobrança retroativa de valores que foram suspensos por de"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de cobrança ajuizada pelo Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM) contra o réu J. F. B., militar inativo, sob o argumento de que este teria contribuído a menor para a previdência entre setembro de 2013 e dezembro de 2022.

A parte autora fundamenta seu pedido no art. 302, I, do CPC/2015, alegando enriquecimento sem causa em razão da suspensão dos descontos previdenciários por força de liminar posteriormente revogada. O réu, em sede de contestação, sustenta que a cobrança retroativa é descabida, enfatizando a validade da decisão judicial que havia suspendido os descontos previdenciários durante o período em questão, além de invocar os princípios da segurança jurídica e da boa-fé objetiva.

Passo à análise do mérito.

Voto

Inicialmente, cumpre destacar que a Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, estabelece que "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade". Assim, é dever deste magistrado fundamentar de forma clara e objetiva a presente decisão.

No caso em análise, verifico que a pretensão do autor encontra óbice no princípio da segurança jurídica, previsto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. A decisão liminar que suspendeu os descontos previdenciários sobre valores abaixo do teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) produziu efeitos legais durante o período de sua vigência. Ainda que posteriormente revogada, tal decisão judicial era válida e eficaz enquanto perdurou, de modo que não se pode admitir a cobrança retroativa de valores que estavam suspensos por força dessa liminar.

Além disso, o fundamento jurídico utilizado pelo autor, qual seja, o art. 302, I, do CPC/2015, não se aplica ao caso. Esse dispositivo trata da responsabilidade por prejuízos decorrentes de decisões provisórias posteriormente revogadas. Contudo, não há nos autos comprovação de prejuízo efetivo ao IPSM, tampouco enriquecimento sem causa por parte do réu, considerando que os valores não foram pagos em virtude de decisão judicial legítima.

A cobrança pretendida pelo autor viola, ainda, o princípio da boa-fé objetiva, consagrado no art. 422 do Código Civil. A relação jurídica entre as partes deve ser pautada na lealdade e confiança mútua. Permitir que o autor exija valores referentes a períodos em que o réu estava protegido por decisão judicial válida seria desarrazoado e incompatível com os pressupostos éticos que norteiam o ordenamento jurídico.

Ademais, a jurisprudência consolidada reforça o entendimento de que valores não pagos por força de decisão judicial válida não podem ser cobrados retroativamente. Como exemplo, destaco o julgado do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.367.108 - MG), no qual foi decidido que "não configura enriquecimento sem causa a suspensão de descontos previdenciários determinada por decisão judicial válida, ainda que posteriormente revogada".

Conclusão

Diante do exposto, com fulcro nos princípios da segurança jurídica, da boa-fé objetiva e na ausência de prejuízo demonstrado pela parte autora, voto pela improcedência da presente ação de cobrança ajuizada pelo Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM).

Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, fixados em 10% do valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

É como voto.

Decisão

Acolhendo o voto do magistrado, julgo improcedente a presente ação de cobrança, nos termos da fundamentação supra.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.


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