Modelo de Contestação à Revogação de Renúncia à Meação em Processo de Inventário

Publicado em: 10/12/2023 Civel Familia Sucessão
Contestação apresentada por F. S. dos S. contra o pedido de revogação de renúncia à meação formulado por A. J. dos S., nos autos do processo de inventário em trâmite. A peça aborda a irrevogabilidade da renúncia à meação, a prescrição do direito de partilha e a aplicação de princípios jurídicos como a segurança jurídica e a boa-fé objetiva. Fundamentada em dispositivos do Código Civil e jurisprudências relevantes, a contestação requer o reconhecimento da improcedência do pedido de revogação e a condenação do contestado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

CONTESTAÇÃO À REVOGAÇÃO DE RENÚNCIA À MEAÇÃO DO VIÚVO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família e Sucessões da Comarca de __________.

Processo nº __________

Nome do Contestante: F. S. dos S.

Nome do Contestado: A. J. dos S.

Por meio de seu advogado, conforme procuração anexa, com endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO à revogação de renúncia à meação requerida por A. J. dos S., nos autos do processo de inventário em epígrafe, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O contestado, A. J. dos S., foi casado com a falecida M. F. de S. L. sob o regime de comunhão universal de bens, tendo o matrimônio sido celebrado em 1960. O casal se divorciou em 2011, conforme escritura pública de divórcio, sem que fosse realizada a partilha dos bens comuns à época.

Em 2013, a ex-cônjuge veio a falecer, e, antes da abertura do inventário pelas filhas do casal, o contestado formalizou, por escrito, a renúncia à sua meação nos bens comuns, documento que foi devidamente juntado aos autos do processo de inventário.

O inventário tramita até o presente momento, quando o contestado, de forma intempestiva e sem fundamento jurídico, requer a revogação da renúncia anteriormente realizada, buscando reverter um ato jurídico perfeito e acabado.

DO DIREITO

A presente contestação fundamenta-se na irrevogabilidade da renúncia à meação e na prescrição do direito de partilha, conforme exposto a seguir:

1. Da Irrevogabilidade da Renúncia à Meação

A renúncia à meação realizada pelo contestado é um ato jurídico unilateral, voluntário e irrevogável, que produz efeitos imediatos e definitivos. Nos termos do CCB/2002, art. 11, §1º, III, a renúncia é um ato jurídico perfeito, não podendo ser desfeito unilateralmente, salvo em casos de vício de consentimento, o que não foi alegado ou demonstrado pelo contestado.

Ademais, a renúncia foi formalizada por escrito e juntada ao processo de inventário, configurando um ato jurídico válido e eficaz, que não pode ser revogado por mera conveniência do contestado.

2. Da Prescrição do Direito de Partilha

O direito de requerer a partilha dos bens comuns encontra-se prescrito, nos termos do CCB/2002, art. 205, que estabelece o prazo geral de prescrição de 10 (dez) anos. O divórcio foi formalizado em 2011, e a falecida veio a óbito em 2013, sendo certo que o prazo prescricion"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise do pedido formulado pelo contestado, A. J. dos S., para revogação da renúncia à meação no inventário dos bens da falecida, M. F. de S. L., sob o fundamento de que tal renúncia seria passível de revisão.

Da Fundamentação

1. Dos Fatos

Conforme consta nos autos, o contestado foi casado sob o regime de comunhão universal de bens com a falecida, sendo o matrimônio dissolvido em 2011 por divórcio, sem que houvesse partilha dos bens. Posteriormente, o contestado renunciou expressamente à sua meação, renúncia esta formalizada por escrito e anexada ao processo de inventário.

Agora, de forma tardia e sem justificativa plausível, o contestado busca a revogação da renúncia, contrariando os princípios basilares do direito civil e processual.

2. Do Direito

O caso em análise exige interpretação harmônica entre os fatos e o direito, especialmente à luz dos princípios constitucionais e legais aplicáveis.

2.1. Da Irrevogabilidade da Renúncia

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, a fundamentação das decisões judiciais é obrigatória. Assim, entendo que a renúncia à meação realizada pelo contestado configura ato jurídico perfeito, nos termos do artigo 6º da Constituição Federal e do artigo 11 do Código Civil de 2002, sendo irrevogável, salvo em casos de vício de consentimento, o que não foi alegado pelo contestado.

2.2. Da Prescrição

A possibilidade de questionamento do direito de partilha encontra-se fulminada pela prescrição, conforme disposto no artigo 205 do Código Civil, que prevê o prazo geral de 10 anos. O divórcio ocorreu em 2011, e o falecimento em 2013, de modo que o prazo para eventual questionamento já se esgotou.

2.3. Dos Princípios Aplicáveis

Os princípios da segurança jurídica e da irrevogabilidade dos atos jurídicos perfeitos impedem que um ato consolidado e voluntário, como a renúncia, seja desfeito de forma arbitrária. Ademais, o princípio da boa-fé objetiva reforça a obrigação de respeito aos compromissos assumidos.

3. Jurisprudência

Corroboram esse entendimento as decisões do STJ e dos Tribunais de Justiça, que reforçam a irrevogabilidade de atos jurídicos perfeitos e a observância dos prazos prescricionais:

  • STJ (3ª T.) - REsp Acórdão/STJ: A renúncia é ato jurídico perfeito e não pode ser desfeito unilateralmente, salvo vícios de consentimento.
  • TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: A segurança jurídica deve prevalecer, especialmente em casos de partilha.

Do Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, voto pela improcedência do pedido de revogação da renúncia formulado pelo contestado, reconhecendo:

  1. A irrevogabilidade da renúncia à meação, por tratar-se de ato jurídico perfeito e acabado;
  2. A prescrição do direito de partilha, nos termos do artigo 205 do Código Civil;
  3. A condenação do contestado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 do CPC/2015.

É como voto.

Termos Finais

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data: __________________________.

__________________________________________

Assinatura do Magistrado


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