Modelo de Contestação Administrativa de Multas Condominiais por Supostas Infrações Relacionadas a Animais de Estimação

Publicado em: 27/03/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Este documento apresenta uma contestação administrativa elaborada por G. V. P., residente em um condomínio em Brasília/DF, contra a aplicação de multas condominiais relacionadas a supostas infrações envolvendo sua esposa e seu animal de estimação. A peça fundamenta-se na ausência de notificação prévia, violação dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, além de alegações de desproporcionalidade nos valores das multas. Inclui análise jurídica fundamentada, jurisprudências relevantes e pedidos de anulação ou redução das penalidades aplicadas pelo condomínio.

CONTESTAÇÃO ADMINISTRATIVA DE MULTA CONDOMINIAL

À

ITA BRASIL Construtora e Incorporadora

Ref.: Contestação Administrativa de Multa Condominial

PREÂMBULO

G. V. P., brasileiro, casado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado no Resort Condomínio em Brasília/DF, vem, respeitosamente, à presença de Vossas Senhorias, apresentar a presente CONTESTAÇÃO ADMINISTRATIVA em face das multas aplicadas pelo condomínio, conforme boleto bancário emitido em 27/03/2025, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

1. Resido no Resort Condomínio em Brasília/DF, onde pago mensalmente o valor de R$ 3.801,35 pelo aluguel, que inclui as despesas de condomínio, água e IPTU.

2. Em 27/03/2025, recebi um boleto bancário contendo duas multas condominiais: uma no valor de R$ 890,00, vencida em 10/06/2024, e outra no valor de R$ 993,18, com vencimento em 31/03/2025. Ambas as multas referem-se a supostas infrações cometidas por minha esposa ao passear com nossa pet (uma Shih Tzu) no condomínio.

3. A primeira multa refere-se ao fato de o animal ter urinado durante o trajeto da caminhada, sem especificar o local exato (grama ou piso de concreto). A segunda multa refere-se ao fato de o animal estar sem guia.

4. Ressalto que não fui notificado previamente sobre a aplicação das multas, tampouco me foi concedido o direito de defesa, em flagrante violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

5. Além disso, os valores das multas são exorbitantes e desproporcionais, configurando abuso por parte do condomínio.

DO DIREITO

6. A imposição de multas condominiais deve observar rigorosamente os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, conforme disposto na CF/88, art. 5º, LV. A ausência de notificação prévia e a impossibilidade de apresentar defesa configuram vício formal, que invalida a aplicação das penalidades.

7. O CPC/2015, art. 373, I, estabelece que cabe ao autor demonstrar os fatos constitutivos de seu direito. No caso em tela, o condomínio não apresentou provas suficientes para justificar a aplicação das multas, especialmente no que tange à suposta ausência de guia e ao local exato onde o animal urinou.

8. Ademais, a aplicação de multas desproporcionais viola o princípio da razoabilidade, amplamente reconhecido pela jurisprudência pátria. Multas exorbitantes, como as aplicadas no presente caso, "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de contestação administrativa apresentada por G. V. P., residente no Resort Condomínio em Brasília/DF, contra multas condominiais aplicadas pelo condomínio, sob a alegação de infrações cometidas por sua esposa ao passear com seu animal de estimação (uma Shih Tzu) nas dependências do condomínio.

O autor alega, em síntese, violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, ausência de notificação prévia, desproporcionalidade nos valores das multas, bem como ausência de provas cabais que justifiquem as penalidades aplicadas.

Fundamentação

Nos termos da CF/88, art. 93, inciso IX, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade.

Dos Princípios Constitucionais

Conforme disposto na CF/88, art. 5º, inciso LV, é garantido aos litigantes o direito ao contraditório e à ampla defesa. No presente caso, restou evidenciado que o autor não foi devidamente notificado das multas aplicadas, sendo-lhe negada a oportunidade de apresentar defesa prévia, o que configura flagrante violação a esses princípios.

Da Inversão do Ônus da Prova

O CPC/2015, art. 373, inciso I, estabelece que cabe ao autor comprovar os fatos constitutivos de seu direito. No caso em análise, o condomínio não apresentou elementos probatórios suficientes que demonstrem, de forma inequívoca, as infrações atribuídas ao autor ou à sua esposa. Tal omissão compromete a validade das penalidades aplicadas.

Da Razoabilidade e Proporcionalidade

A aplicação de penalidades deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. O valor das multas aplicadas, de R$ 890,00 e R$ 993,18, mostra-se excessivo e desproporcional, considerando as circunstâncias apresentadas. A jurisprudência pátria reforça a necessidade de moderação na fixação de penalidades condominiais, conforme precedentes já reconhecidos.

Da Individualização da Responsabilidade

Por fim, o autor destaca que as supostas infrações foram cometidas por sua esposa, e não por ele diretamente. Nesse sentido, a ausência de uma análise individualizada da responsabilidade compromete a legitimidade das penalidades aplicadas.

Dispositivos Constitucionais e Jurisprudenciais

Com base nos dispositivos constitucionais e legais acima mencionados, bem como nas jurisprudências apresentadas, observa-se que:

  • A ausência de notificação prévia e a inobservância do contraditório constituem vício formal que invalida as penalidades aplicadas (CF/88, art. 5º, LV);
  • O ônus da prova recai sobre o condomínio, que não demonstrou de forma cabal a ocorrência das infrações (CPC/2015, art. 373, I);
  • Os valores das multas excedem os limites da razoabilidade, configurando abuso de direito, conforme jurisprudências dos tribunais pátrios.

Voto

Diante do exposto, em cumprimento ao dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais, voto no sentido de dar procedência ao pedido formulado por Geovane Veras Pessoa, com os seguintes desdobramentos:

  1. Declarar a nulidade das multas condominiais aplicadas, em razão da ausência de notificação prévia e da violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa;
  2. Determinar o cancelamento dos valores cobrados, por serem desproporcionais e abusivos;
  3. Recomendar ao condomínio que, em casos futuros, observe rigorosamente os trâmites legais e constitucionais, garantindo aos condôminos o pleno exercício de defesa;
  4. No caso de eventual manutenção de penalidades, aplicar redução proporcional dos valores, em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

É como voto.

[Assinatura do Magistrado]


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