Modelo de Contestação em Ação de Arbitramento de Aluguéis: Ausência de Posse Exclusiva e Contribuição Exclusiva em Reformas

Publicado em: 19/08/2024 Civel Direito Imobiliário
Contestação apresentada por ex-cônjuge em ação de arbitramento de aluguéis, fundamentada na inexistência de posse exclusiva do imóvel, na contribuição exclusiva da ré para manutenção e reforma do bem, e no uso do imóvel em benefício da prole comum. O documento destaca jurisprudências relevantes do STJ e argumenta pela improcedência do pedido do autor, reforçando a vedação ao enriquecimento sem causa e a inaplicabilidade do arbitramento de aluguéis neste caso específico.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________

C. E. da S., brasileira, estado civil __________, profissão __________, portadora do CPF nº __________, residente e domiciliada na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, por meio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da AÇÃO DE ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS movida por A. J. dos S., apresentar a presente:

CONTESTAÇÃO

com fundamento nos artigos 335 e seguintes do CPC/2015, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PREÂMBULO

A presente contestação tem como objetivo demonstrar a improcedência do pedido de arbitramento de aluguéis formulado pelo autor, uma vez que o imóvel em questão foi reformado exclusivamente pela ré, sem qualquer contribuição do autor, e que o uso do bem não configura posse exclusiva, conforme será amplamente fundamentado.

DOS FATOS

O imóvel objeto da presente demanda foi adquirido pelo casal durante a constância do casamento. Após a separação, a ré permaneceu no imóvel, arcando integralmente com as despesas de manutenção e reforma, uma vez que o autor não apenas deixou de contribuir financeiramente, como também danificou o imóvel, obrigando a ré a realizar significativas reformas para torná-lo habitável novamente.

O autor, por sua vez, não participou de qualquer forma nas despesas de reconstrução do imóvel, demonstrando total desinteresse em sua conservação. Agora, busca, de forma oportunista, o arbitramento de aluguéis, alegando posse exclusiva por parte da ré, o que não condiz com a realidade dos fatos.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o pedido de arbitramento de aluguéis entre ex-cônjuges pressupõe a posse exclusiva do imóvel por uma das partes, o que não se verifica no caso em tela.

1. DA AUSÊNCIA DE POSSE EXCLUSIVA

Conforme entendimento consolidado pelo STJ, o arbitramento de aluguéis somente é cabível quando há posse exclusiva do imóvel por um dos ex-cônjuges, o que não ocorre quando o imóvel é utilizado para atender às necessidades da prole comum ou quando há controvérsia sobre a titularidade do bem (STJ, REsp 2.082.584/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 30/10/2023).

No presente caso, o imóvel foi reformado e mantido exclusivamente pela ré, que arcou com todas as despesas decorrentes da reconstrução do bem, enquanto o autor não contribuiu de forma alguma. Tal situação descaracteriza a posse exclusiva e, consequentemente, o fato gerador da obrigação de indenizar.

2. DA CONTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DA RÉ NAS REFORMAS DO IMÓVEL

O autor não apenas"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise da contestação apresentada nos autos da Ação de Arbitramento de Aluguéis, proposta por A. J. dos S. em face de C. E. da S.. A decisão ora proferida encontra fundamentação no art. 93, IX da Constituição Federal de 1988, bem como no Código de Processo Civil de 2015 e na jurisprudência consolidada pelos tribunais superiores.

Dos Fatos

O imóvel objeto da lide foi adquirido pelo casal durante a constância do casamento. Após a separação, a ré permaneceu no imóvel, arcando integralmente com as despesas de manutenção e reforma, dado que o autor não contribuiu financeiramente e, em algumas ocasiões, danificou o bem. O autor, agora, pleiteia o arbitramento de aluguéis, alegando posse exclusiva por parte da ré, o que, segundo a análise dos autos, não encontra respaldo nos fatos apresentados.

Da Fundamentação Jurídica

1. Da Ausência de Posse Exclusiva

O arbitramento de aluguéis, conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), pressupõe a posse exclusiva do imóvel por um dos ex-cônjuges. No caso em análise, resta demonstrado que a posse do bem pela ré não configura exclusividade, especialmente considerando que tal uso se destina ao atendimento das necessidades da prole comum.

Nesse sentido, destaca-se o julgado do STJ no REsp Acórdão/STJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 30/10/2023, que estabelece que “o uso do imóvel como moradia do filho comum, em conjunto com o ex-cônjuge guardião, não caracteriza posse exclusiva, afastando o direito à indenização”.

2. Da Contribuição Exclusiva da Ré

Resta claro nos autos que a ré arcou sozinha com as despesas de reforma e manutenção do imóvel, enquanto o autor não contribuiu financeiramente. Tal situação evidencia que o pedido de arbitramento de aluguéis configura tentativa de enriquecimento sem causa, vedado pelo art. 884 do Código Civil de 2002.

3. Da Inaplicabilidade do Arbitramento de Aluguéis

A jurisprudência do STJ também é clara ao afirmar que o uso do imóvel pelo filho comum e pelo ex-cônjuge guardião pode ser considerado uma forma de prestação alimentícia in natura, afastando o arbitramento de aluguéis. Tal posicionamento é corroborado pela redação do art. 1.707 do Código Civil de 2002.

Do Conhecimento e Decisão

Com base nos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, conheço do recurso interposto e passo ao julgamento. À luz dos princípios constitucionais e legais aplicáveis, especialmente o art. 93, IX da CF/88, e em atenção à jurisprudência consolidada, voto pela improcedência do pedido de arbitramento de aluguéis, considerando a ausência de posse exclusiva por parte da ré e a destinação do imóvel ao benefício da prole comum.

Da Decisão

  1. Julgo improcedente o pedido de arbitramento de aluguéis formulado pelo autor;
  2. Condeno o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015;
  3. Determino o arquivamento dos autos, após o trânsito em julgado.

Conclusão

Assim, diante do exposto, reafirmo a confiança no Poder Judiciário para a resolução justa das controvérsias, com estrita observância dos princípios constitucionais e legais aplicáveis. Este é o voto.

Local e data: __________

Magistrado: __________


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