Modelo de Contestação em Ação de Redução de Pensão Alimentícia - Análise Jurídica com Fundamentação no CPC/2015 e Jurisprudência

Publicado em: 17/12/2024 CivelProcesso CivilConstitucional Familia
Contestação apresentada pelo Requerido em ação de redução de pensão alimentícia, movida pelo Requerente, sob o argumento de necessidade de equiparação entre filhos e mudança na situação financeira. O documento aborda o princípio do binômio necessidade-possibilidade, a ausência de provas cabais de alteração financeira e a presunção de necessidade do menor. Fundamentação no Código Civil, CPC/2015 e Constituição Federal, com apoio em jurisprudências relevantes.

CONTESTAÇÃO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de __________.

Processo nº: __________

Nome do Requerido: R. A. de S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº __________ e RG nº __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, por meio de seu advogado, com endereço profissional na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, nos autos da Ação de Redução de Pensão Alimentícia movida por J. C. de O., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar a presente:

CONTESTAÇÃO

Com fundamento no CPC/2015, art. 335 e seguintes, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Requerente, J. C. de O., ajuizou a presente ação pleiteando a redução do valor da pensão alimentícia paga ao Requerido, sob o argumento de que possui outros filhos e que a redução seria necessária para igualar o valor da pensão entre todos os dependentes. Alega, ainda, que sua situação financeira foi alterada, o que justificaria a revisão do montante fixado.

Contudo, a pretensão do Requerente não encontra respaldo nos fatos e no direito, uma vez que não houve comprovação de alteração significativa em sua capacidade financeira, tampouco de que a necessidade do Requerido tenha sido reduzida. Além disso, a simples existência de outros filhos não é motivo suficiente para a redução da pensão alimentícia, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

A obrigação alimentar é regida pelo princípio do binômio necessidade-possibilidade, conforme previsto no CCB/2002, art. 1.694, §1º, que estabelece que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades de quem os recebe e das possibilidades de quem os presta.

No presente caso, o Requerente não demonstrou de forma cabal que sua situação financeira sofreu alteração significativa que justifique a redução da pensão alimentícia. O ônus da prova, conforme o CPC/2015, art. 373, inciso II, recai sobre o Requerente, que não apresentou elementos suficientes para comprovar a alegada dificuldade financeira.

Ademais, a simples existência de outros filhos não é, por si só, motivo para a redução da pensão alimentícia. O princípio da paternidade responsável, previsto na CF/88, art. 227, impõe ao genitor o dever de prover o sustento de todos os seus filhos, sem que isso implique prejuízo para qualquer deles.

A doutrina reforça que a redução da pensão alimentícia somente é cabível quando há comprovação inequívoca d"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de redução de pensão alimentícia proposta por J. C. de O., em face de R. A. de S., com fundamento na alegação de que o Requerente possui outros filhos e que suas condições financeiras foram alteradas, justificando a revisão do valor fixado a título de alimentos.

A parte Ré apresentou contestação, argumentando que não houve comprovação de alteração significativa na capacidade financeira do Requerente e que a existência de outros filhos, por si só, não justifica a redução da pensão alimentícia.

É o relatório. Passo a decidir.

Voto

Preliminarmente, cumpre destacar que, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, todas as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas. Assim, passo à análise hermenêutica dos fatos e fundamentos jurídicos para formar meu convencimento.

1. Do Direito e do Binômio Necessidade-Possibilidade

A obrigação alimentar é regida pelo princípio do binômio necessidade-possibilidade, previsto no art. 1.694, §1º, do Código Civil, que determina que os alimentos sejam fixados na proporção das necessidades de quem os recebe e das possibilidades de quem os presta.

No caso em análise, o Requerente não conseguiu demonstrar, de forma satisfatória, a alegada alteração em sua situação financeira que justificaria a redução do valor da pensão alimentícia. Nos termos do art. 373, II, do CPC/2015, caberia ao Requerente o ônus de comprovar a modificação de sua capacidade econômica, o que não foi feito de maneira suficiente.

Além disso, a existência de outros filhos não constitui, por si só, motivo para redução do valor da pensão alimentícia. O princípio da paternidade responsável, consagrado no art. 227 da Constituição Federal, impõe ao genitor o dever de prover o sustento de todos os seus filhos, sem que isso prejudique qualquer deles.

2. Da Presunção de Necessidade do Alimentando

Ressalto que a necessidade do menor alimentando é presumida, conforme entendimento consolidado na jurisprudência nacional. Não houve, nos autos, qualquer demonstração de que as necessidades do Requerido, enquanto menor de idade, tenham sido reduzidas.

A doutrina e a jurisprudência reforçam que eventual revisão de alimentos deve ser analisada com cautela, considerando sempre o melhor interesse do alimentando, especialmente quando se trata de menor de idade.

3. Jurisprudências Relevantes

A jurisprudência pátria tem entendimento uniforme no sentido de que a simples constituição de nova família ou o nascimento de outros filhos não são elementos suficientes para justificar a redução da obrigação alimentar. Destaco os seguintes precedentes:

  • TJSP (3ª Câmara de Direito Privado): "Constituição de nova família, com o nascimento de mais um filho, que não são causa automática para redução da obrigação alimentar, pois necessária a demonstração de outros elementos a configurar alteração da situação financeira do Alimentante."
  • TJSP (8ª Câmara de Direito Privado): "Autor não comprovou alteração de sua situação financeira, nem existência de despesas extraordinárias. Necessidades do alimentando são presumidas, em razão da menoridade."

4. Conclusão

Diante do exposto, voto no sentido de julgar improcedente a presente ação de redução de pensão alimentícia, mantendo-se o valor atualmente fixado, por ausência de comprovação de alteração significativa na situação financeira do Requerente ou de redução da necessidade do Requerido.

Condeno o Requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

"A justiça não é outra coisa senão a conveniência do mais forte." - Platão

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