Modelo de Contestação em Ação de Reintegração de Posse com Alegação de Usucapião e Fatos Impeditivos

Publicado em: 29/07/2024 Civel
Contestação apresentada por Requerido em Ação de Reintegração de Posse, argumentando a inexistência de comodato verbal, a posse mansa e pacífica por mais de 10 anos e a configuração de usucapião, com base no CCB/2002, art. 1.238. O documento solicita a improcedência dos pedidos do Requerente e requer o reconhecimento da propriedade do imóvel em favor do Requerido, além da produção de provas, concessão de justiça gratuita e condenação do Requerente em honorários e custas processuais. Fundamentação jurídica baseada no CPC/2015, arts. 335, 350 e 98, §1º, e precedentes jurisprudenciais.

CONTESTAÇÃO

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _____________.

Processo nº _____________

Requerido: R. F. de S.
Requerente: A. J. dos S.

O Requerido, R. F. de S., já qualificado nos autos da ação de reintegração de posse em epígrafe, que lhe move A. J. dos S., por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO, com fulcro no CPC/2015, art. 335, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A presente ação de reintegração de posse foi ajuizada pelo Requerente, alegando que o Requerido teria esbulhado o imóvel objeto da lide. O Requerente fundamenta sua pretensão na existência de um contrato de comodato verbal, afirmando que o Requerido se recusa a desocupar o imóvel, mesmo após notificação extrajudicial.

O Requerido, por sua vez, contesta veementemente as alegações do Requerente, uma vez que possui documentos particulares que comprovam cessões de direitos realizadas entre as partes, as quais descaracterizam a relação jurídica de comodato alegada pelo Requerente. Além disso, o Requerido exerce a posse do imóvel de forma mansa, pacífica e ininterrupta há mais de 10 anos, o que configura usucapião, nos termos do CCB/2002, art. 1.238.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o Requerido exerce a posse do imóvel de forma contínua, mansa e pacífica, com ânimo de dono, há mais de 10 anos. Tal situação preenche os requisitos para a aquisição da propriedade por usucapião, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.238.

Ademais, os documentos particulares apresentados pelo Requerido demonstram cessões de direitos realizadas entre as partes, as quais descaracterizam a relação jurídica de comodato alegada pelo Requerente. Tais documentos configuram fatos impeditivos do direito do Requerente, nos termos do CPC/2015, art. 350.

No que tange à alegação de esbulho, é importante ressaltar que a posse exercida pelo Requerido não é precária, mas sim legítima, em razão das cessões de direitos realizadas e da configuração do usucapião. Assim, não há que se falar em esbulho possessório.

Por fim, o Requerido requer a produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a juntada de documentos, a oitiva de testemunhas e a realização de perícia, caso necessário, para"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais, passo a analisar os fatos e fundamentos jurídicos apresentados pelas partes na presente ação de reintegração de posse.

Dos Fatos

Trata-se de ação de reintegração de posse proposta por A. J. dos S. em face de R. F. de S., alegando que houve esbulho possessório do imóvel objeto da lide. O Requerente sustenta que o Requerido ocupava o imóvel em razão de um contrato de comodato verbal e, mesmo após notificação extrajudicial, recusou-se a desocupá-lo.

Por outro lado, o Requerido alega que exerce a posse do imóvel de forma mansa, pacífica e ininterrupta há mais de 10 anos, configurando usucapião nos termos do art. 1.238 do Código Civil de 2002. Ademais, apresentou documentos particulares que comprovariam cessões de direitos entre as partes, descaracterizando a relação jurídica de comodato alegada pelo Requerente.

Da Análise Jurídica

A análise dos autos revela que a posse exercida pelo Requerido apresenta os elementos necessários à aquisição da propriedade por usucapião, conforme disposto no art. 1.238 do Código Civil de 2002, a saber: posse contínua, mansa e pacífica, com ânimo de dono, pelo prazo superior a 10 anos.

Além disso, os documentos apresentados pelo Requerido configuram, em tese, fatos impeditivos do direito do Requerente, nos termos do art. 350 do Código de Processo Civil de 2015. Não se verifica, portanto, o alegado esbulho possessório, pois a posse exercida pelo Requerido não é precária, mas legítima, à luz das cessões de direitos realizadas e da configuração da usucapião.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais Estaduais, conforme precedentes apresentados, reforça a possibilidade de alegação de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do Autor em sede de contestação, sem a necessidade de reconvenção. Assim, o Requerido utilizou-se adequadamente de sua defesa para demonstrar a ausência do direito do Requerente à reintegração de posse.

Da Decisão

Diante do exposto, conheço do recurso interposto e JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado pelo Requerente, com fundamento no art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil de 2015.

Declaro a propriedade do imóvel em favor do Requerido, em razão do reconhecimento da usucapião, nos termos do art. 1.238 do Código Civil de 2002.

Condeno o Requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, conforme art. 85, §2º, do Código de Processo Civil de 2015.

Conclusão

Assim, com fundamento nos princípios constitucionais da motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), voto pela improcedência do pedido de reintegração de posse formulado pelo Requerente e procedência do reconhecimento da usucapião em favor do Requerido.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data.

____________________________ Nome do Magistrado Juiz de Direito


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