Modelo de Contrarrazões à Apelação em Ação Declaratória e Indenizatória: Defesa pela Impossibilidade Jurídica do Pedido, Mantendo Sentença Extintiva sem Resolução do Mérito

Publicado em: 24/10/2024 Processo Civil
Modelo completo de contrarrazões ao recurso de apelação interposto contra sentença que extinguiu ação declaratória e indenizatória por impossibilidade jurídica do pedido, com base no CPC/2015, art. 485, VI. O documento apresenta a exposição fática, fundamentos jurídicos centrados na legalidade, impossibilidade jurídica do pedido, princípios processuais e jurisprudência do TJSP sobre o tema, bem como requer o desprovimento do recurso, a manutenção da sentença, condenação do recorrente em custas e honorários e eventual adoção de medidas contra abuso do direito de litigar. Ideal para advogados que atuam no contencioso cível.

CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO

I. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado__ª Câmara de Direito Privado

II. SÍNTESE DO CASO

Trata-se de recurso de apelação interposto por A. J. dos S. em face da r. sentença proferida nos autos da ação declaratória e indenizatória, na qual o MM. Juízo de origem indeferiu o pedido inicial por considerá-lo impossível, extinguindo o feito sem resolução do mérito, nos termos do CPC/2015, art. 485, VI. O recorrente, inconformado, busca a reforma da decisão, insistindo em pedido manifestamente inviável à luz do ordenamento jurídico.

III. DOS FATOS

O recorrente ajuizou ação declaratória e indenizatória, formulando pedido que, desde a petição inicial, revela-se impossível de ser atendido pelo Poder Judiciário, seja por contrariar normas legais expressas, seja por afrontar princípios basilares do direito processual.

O MM. Juízo de origem, atento à natureza do pedido e à necessidade de observância ao princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), determinou o indeferimento da petição inicial e a extinção do processo, fundamentando a decisão na impossibilidade jurídica do pedido, conforme previsão expressa do CPC/2015, art. 485, VI.

O recorrente, entretanto, interpôs recurso de apelação, sem trazer qualquer elemento novo capaz de afastar a impossibilidade do pedido, limitando-se a reiterar argumentos já devidamente analisados e refutados pelo juízo a quo.

Assim, resta evidente que o pedido formulado não encontra amparo no ordenamento jurídico, sendo, portanto, impossível de ser acolhido, razão pela qual a r. sentença deve ser mantida em todos os seus termos.

IV. DO DIREITO

O CPC/2015, art. 485, VI dispõe que o juiz não resolverá o mérito quando verificar a impossibilidade jurídica do pedido. Tal dispositivo visa proteger o Poder Judiciário de demandas que, por sua própria natureza, não podem ser acolhidas, seja por afrontarem normas de ordem pública, seja por serem incompatíveis com o sistema jurídico vigente.

A impossibilidade jurídica do pedido ocorre quando o provimento jurisdicional pretendido é vedado pelo ordenamento jurídico, não sendo possível ao juiz conceder aquilo que a lei expressamente proíbe ou não admite. Trata-se de condição da ação, cuja ausência impede o exame do mérito da demanda.

O princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) impõe que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei, de modo que o Judiciário não pode conceder provimento jurisdicional contrário à legislação vigente.

Ademais, o CPC/2015, art. 330, I, b autoriza o indeferimento da petição inicial quando o pedido for juridicamente impossível, reforçando a necessidade de observância à legalidade e à segurança jurídica.

Ressalte-se, ainda, o disposto no CPC/2015, art. 139, III, que atribui ao juiz o dever de prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça, inclusive indeferindo postulações meramente protelatórias ou manifestamente infundadas.

No caso em tela, o pedido formulado pelo recorrente é manifestamente impossível, seja por contrariar normas expressas, seja por não encontrar respaldo em qualquer dispositivo legal, razão pela qual a r. sentença deve ser mantida.

Por fim, a atuação do Poder Judiciário deve pautar-se pelo respeito aos princípios da dignidade da justiça, segurança jurídica e efetividade processual, não se admitindo a apreciação de pedidos manifestamente inviáveis, sob pena de se fomentar a litigância abusiva e a sobrecarga do sistema judiciário.

V. JURISPRUDÊNCIAS

A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo é firme no sentido de que pedidos impossíveis devem ser indeferidos liminarmente, com extinção do processo sem resolução do mérito, em consonância com o CPC/2015, art. 485, VI e art. 139, III, especialmente diante de indícios de abuso do direito de litigar. Veja-se:

“Ação declaratória e indenizatória. Hipótese em que sérios indícios de abuso do direito de litigar vêm sendo constatados, a consubstanciar a denominada advocacia predatória (ajuizamento de demandas massificadas com a utilização de procuração genérica) e a justificar a adoção das orientações estabelecidas nos Comunicados CG 02/2017 e CG 456/2022, do Núcleo de Monitoramento de Perfis de Demandas e Estatística - Numopede, da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, que, aliás, estão em consonância com o que preconiza o CPC, art. 139, III, no sentido de que incumbe ao juiz ‘prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias’, consubstanciando medida imprescindível para prevenir fraudes na propositura de ações judiciais."'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Cuida-se de recurso de apelação interposto por A. J. dos S. contra sentença que, nos autos da ação declaratória e indenizatória, indeferiu a petição inicial por impossibilidade jurídica do pedido e extinguiu o feito sem resolução de mérito, com base no CPC/2015, art. 485, VI.

O apelante, inconformado, busca a reforma da sentença, reiterando os argumentos expendidos na exordial, mas não apresenta elementos novos capazes de afastar o fundamento da impossibilidade jurídica do pedido.

II. Fundamentação

II.1. Dos Fatos e do Direito Aplicável

Conforme relatado, o pedido formulado pelo autor na petição inicial mostra-se juridicamente impossível, pois colide frontalmente com normas expressas do ordenamento jurídico, notadamente com o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), que veda obrigações não fundadas em lei.

O Código de Processo Civil de 2015, art. 485, VI, estabelece:
"O juiz não resolverá o mérito quando verificar a impossibilidade jurídica do pedido."

A impossibilidade jurídica do pedido se caracteriza quando a pretensão deduzida não encontra respaldo no ordenamento jurídico, sendo-lhe vedado ao Judiciário concedê-la, sob risco de violação aos princípios da legalidade, segurança jurídica e dignidade da justiça (CPC/2015, art. 139, III).

Ressalto que, nos termos do art. 330, I, b do CPC/2015, é legítimo o indeferimento da petição inicial quando o pedido for juridicamente impossível, reforçando a necessidade de observância à legalidade e à efetividade processual.

II.2. Da Jurisprudência

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tem reiteradamente decidido no mesmo sentido, conforme se verifica pelos precedentes destacados nas contrarrazões (Apelação Cível Acórdão/TJSP, Acórdão/TJSP e Acórdão/TJSP), reafirmando a necessidade de indeferimento liminar de pedidos juridicamente inviáveis, especialmente diante de reiterado abuso do direito de litigar.

II.3. Da Obrigação de Fundamentação

Cumpre destacar que o presente voto se encontra em conformidade com o art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige fundamentação adequada e explícita das decisões judiciais, garantindo transparência e controle jurisdicional dos atos do Poder Judiciário.

III. Dispositivo

Diante do exposto, nego provimento ao recurso de apelação interposto por A. J. dos S., mantendo, por seus próprios fundamentos, a sentença de indeferimento da petição inicial e extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do CPC/2015, art. 485, VI.

Condeno o apelante ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, fixados nos termos do CPC/2015, art. 85.

Oficie-se ao juízo de origem para que, em caso de reiteração de pedidos manifestamente impossíveis, adote-se as providências cabíveis para coibir eventual abuso do direito de litigar, nos termos do CPC/2015, art. 139, III.

IV. Conclusão

É como voto, com a devida fundamentação hermenêutica entre os fatos apresentados e o direito aplicável, respeitando os princípios constitucionais e legais, especialmente o dever de fundamentação previsto no art. 93, IX, da CF/88.

Tribunal de Justiça do Estado
__ª Câmara de Direito Privado

Desembargador Relator
[Nome do Magistrado]
[Data]


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