Modelo de Contrarrazões ao Recurso Inominado em Ação Declaratória de Inexistência de Débito e Indenização por Danos Morais

Publicado em: 10/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Contrarrazões apresentadas por Érica Rangel dos Santos contra recurso inominado interposto pela empresa Águas do Rio em ação declaratória de inexistência de débito cumulada com pedido de indenização por danos morais. O documento defende a manutenção da sentença de primeiro grau que reconheceu a inexistência de relação contratual entre as partes, a inexigibilidade do débito e a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais, em razão da inclusão indevida da autora em cadastro de inadimplentes. Fundamenta-se na ausência de prova da relação contratual, na aplicação do Código de Defesa do Consumidor e em precedentes jurisprudenciais sobre negativação indevida.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MARICÁ/RJ

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

É. R. DOS S., já qualificada nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO, interposto por ÁGUAS DO RIO, também qualificada, nos termos do artigo 42 da Lei 9.099/1995, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

PREÂMBULO

As contrarrazões ao recurso inominado têm como objetivo demonstrar a improcedência do recurso interposto pela parte ré, mantendo-se a sentença de primeiro grau que reconheceu a inexistência de relação contratual entre as partes, a inexigibilidade do débito e a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais, em razão da inclusão indevida do nome da autora em cadastro de inadimplentes.

DOS FATOS

A autora, ora recorrida, teve seu nome negativado pela empresa ré, sob a alegação de inadimplência referente a uma suposta dívida. Contudo, a autora jamais contratou qualquer serviço da ré, uma vez que sua residência utiliza água de poço, não havendo fornecimento de água pela empresa.

Apesar de inúmeras tentativas de solução administrativa, a ré manteve a negativação, causando à autora constrangimento e prejuízos à sua honra.

Em sentença de primeiro grau, o juízo reconheceu a inexistência de relação contratual entre as partes, declarou a inexigibilidade do débito e condenou a ré ao pagamento de indenização por danos morais. Inconformada, a ré interpôs o presente recurso inominado, que ora se combate.

DO DIREITO

A sentença de primeiro grau deve ser mantida pelos seguintes fundamentos:

1. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO CONTRATUAL

Nos termos do artigo 373, inciso II, do CPC/2015, cabia à ré o ônus de comprovar a existência de relação contratual com a autora, o que não foi feito. A alegação de que existe uma matrícula em nome da autora não é suficiente para demonstrar a contratação dos serviços.

Ademais, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) estabelece, em seu artigo 6º, inciso VIII, o direito do consumidor à inversão do ônus da prova, quando verossímil a alegação ou quando for hipossuficiente. Nesse sentido, a ré não apresentou qualquer prova concreta que demonstre a contratação dos serviços pela autora.

2. INCLUSÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES

A inclusão do nome da autora em cadastro de inadimplentes, sem que houvesse relação contratual ou dívida legítima, configura ato ilícito, nos termos do artigo 186 do CCB/2002. Tal conduta viola o direito à honra e à dignidade da autora, ensejando a reparação por danos morais.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) possui entendimento consolidado de que a negati"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré ÁGUAS DO RIO contra a sentença de primeira instância que reconheceu a inexistência de relação contratual entre as partes e determinou a inexigibilidade do débito em questão, condenando ainda a ré ao pagamento de indenização por danos morais em razão da inclusão indevida do nome da autora É. R. DOS S. em cadastro de inadimplentes.

Fundamentos do Voto

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso.

1. Inexistência de Relação Contratual

Conforme consta dos autos, a recorrente não conseguiu comprovar a existência de qualquer relação contratual com a autora, nos termos do artigo 373, inciso II, do CPC/2015, que estabelece o ônus probatório à parte que alega o fato. A ausência de provas concretas impossibilita a cobrança de qualquer valor.

Ademais, aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), em especial o artigo 6º, inciso VIII, a inversão do ônus da prova é cabível no presente caso, visto que a autora demonstrou ser hipossuficiente e a alegação de inexistência de contrato é verossímil.

2. Inclusão Indevida em Cadastro de Inadimplentes

O nome da autora foi negativado de maneira indevida pela recorrente, configurando ato ilícito, conforme previsto no artigo 186 do Código Civil. Esta conduta viola direitos fundamentais à honra e à dignidade da pessoa humana, protegidos pela Constituição Federal.

Ressalto que o entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) é de que a negativação indevida gera dano moral in re ipsa, ou seja, prescinde de demonstração expressa de prejuízo. A demonstração do ato ilícito é suficiente para configurar o dano moral.

3. Indenização por Danos Morais

O valor da indenização arbitrado em primeira instância observa os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. A quantia fixada cumpre os objetivos de compensar o dano sofrido pela autora e desestimular a repetição de condutas ilícitas pela ré.

Conclusão

Diante do exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso inominado interposto pela ré, mantendo-se integralmente a sentença de primeiro grau pelos seus próprios fundamentos, nos seguintes termos:

  1. Reconhecimento da inexistência de relação contratual entre as partes;
  2. Declaração da inexigibilidade do débito questionado;
  3. Manutenção da condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais, no valor fixado em primeira instância.

Por fim, condeno a recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, arbitrados em 20% sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 55 da Lei nº 9.099/1995.

Dispositivo

Ante o exposto, voto por CONHECER o recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, mantendo-se na íntegra a sentença de primeiro grau.

[Local], [Data]

__________________________________________

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz(a) de Direito


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