Modelo de Defesa em Ação de Desconsideração da Personalidade Jurídica: Exclusão de Menor no Polo Passivo com Base na Incapacidade Jurídica e Ausência de Fraude

Publicado em: 08/02/2025 Civel Trabalhista Processo do Trabalho
Petição apresentada na 3ª Vara do Trabalho de Campo Grande/MS, no Processo nº 0025259-38.2016.5.24.0003, em que o requerido, menor de idade, contesta sua inclusão no polo passivo de execução trabalhista por alegada utilização de conta bancária para ocultação de bens. A defesa argumenta a nulidade da inclusão com base na impossibilidade jurídica de responsabilização de menor incapaz, ausência de indícios de fraude e violação ao art. 133 do CPC/2015, que exige requerimento específico para desconsideração da personalidade jurídica. Além disso, são apresentados fundamentos legais, jurisprudências e pedidos para exclusão do menor do processo, condenação da parte autora e produção de provas.

DEFESA EM AÇÃO DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Processo nº: 0025259-38.2016.5.24.0003

Vara: 3ª Vara do Trabalho de Campo Grande/MS

Requerido: R. M. M.

Autora: R. J. O.

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) do Trabalho da 3ª Vara do Trabalho de Campo Grande/MS,

R. M. M., menor de idade, representado por sua genitora J. dos S. M., por seus advogados devidamente constituídos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA na Ação de Desconsideração da Personalidade Jurídica, com fundamento no art. 133 do CPC/2015 e demais legislações aplicáveis, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A presente ação visa a inclusão do menor R. M. M. no polo passivo de uma execução trabalhista, sob a alegação de que sua conta bancária teria sido utilizada para ocultação de bens. A conta foi aberta junto ao Nubank, em 07/04/2023, com o CPF do menor, sendo sua genitora, J. dos S. M., a responsável legal pela abertura, conforme exigido por lei.

O objetivo da conta era exclusivamente permitir que seus pais depositassem valores ínfimos, entre R$ 30,00 e R$ 50,00, para despesas escolares do menor. Não há qualquer indício de que a conta tenha sido aberta com o intuito de fraudar credores ou ocultar patrimônio.

Ademais, o menor não possui vínculo com a sociedade jurídica cuja personalidade foi desconsiderada, sendo absolutamente incapaz nos termos da lei.

DO DIREITO

1. DA IMPOSSIBILIDADE DE INCLUSÃO DO MENOR

Nos termos do art. 133 do CPC/2015, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica deve ser instaurado a pedido da parte interessada ou do Ministério Público, quando couber sua intervenção. No caso em tela, a inclusão do menor foi realizada de ofício, em flagrante violação ao dispositivo legal:

"Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo."

Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 878, reforça que a execução deve ser promovida pelas partes, salvo exceções específicas que não se aplicam ao caso:

"Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado."

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº Acórdão/TJSP

Vara: 3ª Vara do Trabalho de Campo Grande/MS

Requerido: R. M. M.

Autora: R. J. O.

Voto do Magistrado

O presente processo trata-se de Ação de Desconsideração da Personalidade Jurídica, visando a inclusão do menor R. M. M. no polo passivo de uma execução trabalhista. Após análise dos fatos e fundamentos apresentados, passo a proferir meu voto:

Dos Fatos

Conforme consta nos autos, a alegação de que a conta bancária do menor teria sido utilizada para ocultação de bens não encontra respaldo probatório. A conta foi aberta legalmente por sua genitora, exclusivamente para fins de despesas escolares, com transações financeiras de valores ínfimos. O menor, à luz do ordenamento jurídico, é absolutamente incapaz e não possui qualquer vínculo com a sociedade cuja personalidade foi desconsiderada.

Dos Fundamentos Jurídicos

Com base no art. 133 do CPC/2015, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica deve ser instaurado a pedido da parte interessada ou do Ministério Público, não sendo cabível sua inclusão de ofício. Ademais, a inclusão do menor no polo passivo viola os princípios da legalidade e da proteção à pessoa incapaz, previstos no art. 3º, I, do Código Civil de 2002.

O menor, por sua condição de absoluta incapacidade, não pode ser responsabilizado por obrigações contraídas e não participa da sociedade envolvida na execução. Além disso, a inexistência de indícios de fraude ou desvio de finalidade torna injustificada a aplicação do art. 50 do Código Civil.

Da Jurisprudência

A jurisprudência é pacífica ao exigir indícios concretos de fraude ou abuso para justificar a desconsideração da personalidade jurídica. Seguem alguns precedentes:

  • TJSP (3ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP: \"A desconsideração da personalidade jurídica exige indícios de que a personalidade seja obstáculo ao ressarcimento de prejuízos. No caso, a ausência de prova de fraude ou abuso patrimonial impede a medida.\"
  • TJSP (16ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP: \"A instauração do incidente exige apenas alegação plausível de preenchimento dos requisitos legais, o que não se verifica no caso em tela.\"
  • TJSP (12ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP: \"A instauração do incidente de desconsideração não pode ser realizada de ofício, devendo ser requerida pela parte interessada.\"

Conclusão e Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, voto no sentido de JULGAR IMPROCEDENTE a inclusão do menor R. M. M. no polo passivo da execução, reconhecendo a nulidade da medida, por ausência de suporte fático e jurídico. Determino, ainda, a exclusão imediata do nome do requerido do processo, em respeito aos princípios da legalidade e da proteção à pessoa incapaz.

Por fim, condeno a autora ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015, e autorizo a produção de todas as provas em direito admitidas, caso necessário.

Decisão

Em face do exposto, conheço do recurso interposto e DOU-LHE PROVIMENTO, para determinar a exclusão do menor R. M. M. do polo passivo da presente ação.

É como voto.

Campo Grande/MS, 05 de fevereiro de 2025.

Magistrado(a): _________________________


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