Modelo de Defesa Escrita em Processo de Violência Doméstica - Pedido de Absolvição por Falta de Provas

Publicado em: 31/01/2025 Direito Penal Processo Penal
Defesa apresentada no 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Porto Alegre/RS, em favor de Emerson Oliveira Pinto, acusado de agressão à companheira. O documento expõe a ausência de provas suficientes para a condenação, com base no princípio do in dubio pro reo e no artigo 386, III e VII, do Código de Processo Penal. A defesa argumenta que as lesões foram autoinfligidas pela vítima, corroborando a versão do réu com testemunhas e laudos médicos. São requeridas a absolvição, a produção de provas e a realização de audiência de instrução.

DEFESA DE ACUSAÇÃO - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO 2º JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS

Processo nº: 5082015-73.2023.8.21.0001

Réu: E. O. P.

Defesa Técnica: Nome do Advogado, OAB/RS nº XXXXX

PREÂMBULO

E. O. P., já devidamente qualificado nos autos, por meio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA ESCRITA, nos termos do CPP, art. 396-A, em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

DOS FATOS

O réu foi acusado de, no dia 01 de fevereiro de 2023, ter agredido fisicamente sua companheira, S. R. L. de O., com socos, chutes, mordidas e puxões de cabelo, conforme descrito na denúncia. No entanto, a narrativa apresentada pelo Ministério Público não condiz com a realidade dos fatos.

A verdade é que a companheira do réu, acometida por quadro depressivo, conforme laudo médico acostado aos autos, causou as lesões em si mesma, motivada por ciúmes e com o intuito de prejudicar o réu. Após o ocorrido, a própria vítima reconheceu sua conduta e se arrependeu, admitindo que Emerson jamais a agrediria.

Além disso, há testemunhas e documentos que corroboram a versão do réu, demonstrando sua índole pacífica e a inexistência de qualquer histórico de violência em seu relacionamento com a vítima.

DO DIREITO

Conforme dispõe o CPP, art. 386, III, o réu deve ser absolvido quando não houver provas suficientes para a condenação. No presente caso, a ausência de elementos probatórios que demonstrem a autoria do delito imputado ao réu é evidente.

A palavra da vítima, embora tenha relevância em casos de violência doméstica, não pode ser considerada isoladamente, especialmente quando há contradições e elementos que indicam a falsidade da acusação. A jurisprudência é clara ao afirmar que a declaração da vítima deve ser firme, coerente e corroborada por outros elementos de prova, o que não ocorre no presente caso.

Ademais, o princípio do in dubio pro reo, consagrado no CPP, art. 386, VII, determina que, na ausência de certeza quanto à autoria ou materialidade do fato, deve prevalecer a presunção de inocência do acusado,"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de processo em trâmite no 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar do Foro Central da Comarca de Porto Alegre/RS, referente à acusação imputada ao réu, E. O. P., pela suposta prática de violência doméstica contra sua companheira, S. R. L. de O.. Os fatos narrados ocorreram em 01 de fevereiro de 2023, conforme denúncia do Ministério Público.

O réu apresentou defesa técnica, arguindo que as lesões na vítima foram autoinfligidas, em razão de quadro depressivo e motivação por ciúmes. A defesa ainda trouxe laudos médicos, testemunhas e documentos que corroboram a tese de que o acusado possui índole pacífica e não possui histórico de violência doméstica.

Voto

De início, ressalto que, conforme o art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, passo à análise dos autos com a devida fundamentação.

Análise dos Fatos e Provas

O Ministério Público baseia sua acusação na palavra da vítima, que teria relatado ter sofrido agressões físicas do réu, consistentes em socos, chutes, mordidas e puxões de cabelo. Contudo, verifico que há nos autos elementos que fragilizam a narrativa acusatória.

Primeiramente, a vítima reconheceu, em momento posterior, que as lesões foram autoinfligidas, conforme laudo médico acostado aos autos. Ademais, as testemunhas arroladas pela defesa descrevem o réu como pessoa de índole pacífica, sem histórico de violência doméstica, o que corrobora a tese defensiva.

Conforme a jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a palavra da vítima, embora relevante, deve ser firme, coerente e respaldada por outros elementos probatórios. No presente caso, a narrativa da vítima apresenta contradições e não encontra respaldo em provas materiais ou testemunhais.

Fundamentação Jurídica

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, determinando que \"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória\". Ainda, o Código de Processo Penal, no art. 386, incisos III e VII, estabelece que o réu deve ser absolvido quando não houver provas suficientes para a condenação ou quando permanecer dúvida quanto à autoria ou materialidade do fato.

No caso em análise, a ausência de provas concretas que demonstrem, de forma inequívoca, a autoria do delito imputado ao réu enseja a aplicação do princípio do in dubio pro reo, prevalecendo a presunção de inocência.

Conclusão

Diante do exposto, considerando a fragilidade das provas apresentadas e a inexistência de elementos que permitam afirmar, com certeza, a autoria do crime imputado ao réu, voto pela procedência do pedido da defesa, absolvendo Emerson Oliveira Pinto das acusações que lhe foram imputadas, com fundamento no art. 386, incisos III e VII, do Código de Processo Penal.

Decisão

Por todo o exposto, JULGO IMPROCEDENTE a denúncia apresentada pelo Ministério Público e ABSOLVO o réu, Emerson Oliveira Pinto, das acusações de violência doméstica imputadas, nos termos do art. 386, incisos III e VII, do Código de Processo Penal.

Determino, ainda, o arquivamento dos autos, salvo recurso por parte do Ministério Público, no prazo legal.

Termos em que,

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Porto Alegre/RS, 10 de novembro de 2023.

______________________________

Juiz(a) de Direito


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