Modelo de Defesa Preliminar em Processo Penal por Descumprimento de Medidas Protetivas com Alegação de Inépcia da Denúncia e Princípio do In Dubio Pro Reo

Publicado em: 20/08/2024 Direito Penal Processo Penal
Defesa preliminar apresentada pelo réu em processo penal envolvendo acusação de descumprimento de medidas protetivas (art. 24-A da Lei Maria da Penha). O documento destaca a alegação de inépcia da denúncia por ausência de descrição clara dos fatos (CPP, art. 41), o reconhecimento de perseguição (stalking) pela suposta vítima e a aplicação do princípio do in dubio pro reo, requerendo a rejeição da denúncia ou, subsidiariamente, a absolvição do acusado. Traz fundamentos jurídicos, jurisprudências e pedidos de produção de provas e audiência de instrução e julgamento.

DEFESA CRIMINAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Réu: [NOME COMPLETO DO RÉU]

Autor: Ministério Público

Endereço eletrônico: [E-MAIL DO ADVOGADO]

Advogado: [NOME DO ADVOGADO, OAB/UF Nº]

Endereço eletrônico: [E-MAIL DO ADVOGADO]

PREÂMBULO

O acusado, [NOME COMPLETO DO RÉU], já devidamente qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 396-A do Código de Processo Penal (CPP), apresentar sua DEFESA PRELIMINAR, nos termos que seguem.

DOS FATOS

Consta na denúncia que o acusado teria descumprido medidas protetivas deferidas em favor de sua ex-companheira, conforme previsto no art. 24-A da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), ao realizar ligações e enviar mensagens à vítima. Segundo a acusação, tais atos configurariam descumprimento reiterado das medidas protetivas.

Entretanto, o acusado alega que a denúncia é genérica e desprovida de elementos concretos que demonstrem a materialidade e a autoria do delito. Além disso, o acusado afirma que a suposta vítima teria praticado atos de perseguição (stalking) contra ele e sua família, o que o levou a mudar-se de cidade e Estado, após pedir demissão de seu emprego.

DO DIREITO

1. DA INÉPCIA DA DENÚNCIA

Nos termos do CPP, art. 41, a denúncia deve conter a exposição clara e objetiva dos fatos criminosos, com todas as suas circunstâncias, sob pena de inépcia. No presente caso, a denúncia apresentada pelo Ministério Público é genérica, não descrevendo com precisão as datas, horários ou circunstâncias em que teriam ocorrido os supostos atos de descumprimento das medidas protetivas.

A ausência de elementos mínimos que demonstrem a materialidade e a autoria do delito inviabiliza o exercício do contraditório e da ampla defesa, garantidos pela CF/88, art. 5º, LV. Assim, requer-se o reconhecimento da inépcia da denúncia, com a consequente rejeição da peça acusatória, nos termos do CPP, art. 395, I.

2. DA PRÁTICA DE STALKING PELA VÍTIMA

O acusado apresenta provas de que a suposta vítima teria praticado atos de perseguição (stalking) contra ele e seus familiares, o que configura abuso de direito e afronta ao princípio da boa-fé. Tais atos, inclusive, forçaram o acusado a mudar-se de cidade e Estado, após pedir demissão de seu emprego. Essa conduta da vítima demonstra a ausência de dolo por parte do acusado em descumprir as medidas protetivas, uma vez que suas ações foram motivadas por legítima defesa de sua integridade psicológica e de sua família.

3. DO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Excelentíssimos Senhores Desembargadores, trata-se de análise de recurso interposto contra a decisão que acolheu a denúncia apresentada pelo Ministério Público, imputando ao réu a prática do crime previsto no art. 24-A da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), relativo ao descumprimento de medidas protetivas.

1. Preâmbulo

Conforme relatado, o acusado, [NOME COMPLETO DO RÉU], teria descumprido medidas protetivas ao realizar ligações e enviar mensagens à vítima, sua ex-companheira. Em sua defesa preliminar, o réu alega inépcia da denúncia e ausência de elementos concretos que demonstrem a materialidade e a autoria do delito.

2. Da Fundamentação

2.1 Dos Fatos e do Direito

De acordo com o art. 41 do Código de Processo Penal (CPP), a denúncia deve conter a descrição detalhada dos fatos criminosos, sendo essencial à validade da peça acusatória que esta não seja genérica. A ausência de especificações sobre datas e circunstâncias, como apontado pela defesa, compromete o exercício do contraditório e da ampla defesa, garantias constitucionais insculpidas no art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988.

Além disso, o acusado alega que a suposta vítima teria praticado atos de perseguição (stalking) contra ele e sua família, o que teria motivado sua mudança de cidade e Estado. Tal alegação encontra suporte nos documentos apresentados pela defesa, que indicam ausência de dolo no descumprimento das medidas protetivas.

2.2 Do Princípio do In Dubio Pro Reo

O princípio do in dubio pro reo, consagrado no art. 386, VII, do CPP, e no art. 5º, LVII, da Constituição Federal, preconiza que, na ausência de provas concretas, a dúvida deve beneficiar o acusado. No presente caso, a denúncia não apresenta elementos suficientes para afastar a incerteza quanto à autoria e à materialidade do delito imputado ao réu.

2.3 Da Jurisprudência

O entendimento jurisprudencial também reforça a necessidade de rejeição da denúncia quando esta não atende aos requisitos do art. 41 do CPP. Cito, como exemplo, a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP - Apelação Criminal Acórdão/TJSP), que estabelece a nulidade de processos penais em casos de denúncia genérica.

Ademais, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ) reafirma que, na ausência de provas suficientemente robustas, aplica-se o princípio do in dubio pro reo, impondo-se a absolvição do réu.

3. Conclusão

Diante do exposto, em observância aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LV), e com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, VOTO no sentido de:

  1. Reconhecer a inépcia da denúncia apresentada pelo Ministério Público, com a consequente rejeição da peça acusatória, nos termos do art. 395, I, do CPP;
  2. Subsidiariamente, caso este Colegiado entenda por não acolher a preliminar de inépcia, absolver o acusado com fundamento no art. 386, VII, do CPP, em razão da ausência de provas concretas e irrefutáveis.

4. Dispositivo

Por todo o exposto, conheço do recurso interposto e DOU-LHE PROVIMENTO para rejeitar a denúncia apresentada contra o réu, com fulcro no art. 395, I, do CPP. Alternativamente, na hipótese de superação da preliminar, voto pela absolvição do réu, aplicando-se o art. 386, VII, do CPP, em observância ao princípio do in dubio pro reo.

É como voto.

[CIDADE/ESTADO], [DATA].

______________________________

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz de Direito


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