Modelo de Defesa Prévia no Juizado Especial Criminal - Alegação de Ilegitimidade e Ausência de Provas em Denúncia por Poluição Sonora

Publicado em: 06/10/2024 Meio Ambiente Direito Penal Processo Penal
Modelo de defesa prévia apresentada no Juizado Especial Criminal (JECRIM) em resposta a denúncia de contravenção penal prevista no artigo 42 da Lei 3.688/41 (perturbação do sossego alheio por poluição sonora). A peça argumenta pela ilegitimidade do acusado, evidenciando a transferência de propriedade do estabelecimento comercial antes dos fatos narrados, além de destacar a ausência de comprovação de autoria e insuficiência de provas, com base nos princípios constitucionais da responsabilidade penal pessoal e da presunção de inocência. Contém fundamentação jurídica e jurisprudencial, além de pedidos de rejeição da denúncia e, subsidiariamente, absolvição.

DEFESA JUNTO AO JECRIM

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE [INSERIR COMARCA]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Acusado: [INSERIR NOME COMPLETO DO ACUSADO]

Advogado: [INSERIR NOME COMPLETO DO ADVOGADO, OAB/UF, E ENDEREÇO ELETRÔNICO]

PREÂMBULO

[NOME COMPLETO DO ACUSADO], já qualificado nos autos, por meio de seu advogado devidamente constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua DEFESA, nos termos do art. 396-A do CPP, em face da denúncia que lhe imputa a prática do crime previsto no art. 42 da Lei 3.688/41, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

Consta na denúncia que o acusado, na condição de proprietário de um estabelecimento de lavagem de veículos, teria praticado atos que configuram infração ao disposto no art. 42 da Lei 3.688/41, ao causar poluição sonora em prejuízo à coletividade.

No entanto, o acusado já havia alienado o referido estabelecimento comercial a terceiro antes da data dos fatos narrados na denúncia, não podendo, portanto, ser responsabilizado por condutas praticadas por outrem, quando já não mais exercia a propriedade ou qualquer controle sobre o local.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o art. 42 da Lei 3.688/41 tipifica como contravenção penal a perturbação do sossego alheio por meio de ruídos ou barulhos excessivos. No entanto, para que haja a responsabilização penal, é imprescindível a comprovação da autoria e materialidade do fato, bem como o nexo causal entre a conduta do acusado e o resultado.

No caso em tela, o acusado já havia transferido a propriedade do estabelecimento comercial para terceiro antes da data dos fatos narrados na denúncia. Assim, não há como imputar-lhe a prática de qualquer conduta ilícita, uma vez que ele não detinha mais o controle ou a administração do local.

O princípio da responsabilidade pessoal, consagrado no art. 5º, XLV, da CF/88, estabelece que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado", sendo vedada a responsabilização penal objetiva. Nesse sentido, é imprescindível que se comprove a participação direta e consciente do acusado nos fatos narrados, o que, no presente caso, não ocorreu."'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de processo criminal em que [INSERIR NOME COMPLETO DO ACUSADO], foi denunciado pela prática do crime previsto no art. 42 da Lei de Contravenções Penais (Lei nº 3.688/41), referente à perturbação do sossego alheio por poluição sonora. A defesa sustenta que o acusado não era mais proprietário do estabelecimento comercial à época dos fatos narrados.

Fundamentação

O art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 estabelece que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise das questões de fato e direito suscitadas nos autos.

1. Dos Fatos

Conforme narrado na denúncia, o acusado teria causado poluição sonora, configurando contravenção penal. No entanto, restou comprovado nos autos que o estabelecimento comercial foi alienado a terceiro antes da data dos fatos, conforme documentação apresentada pela defesa.

2. Do Direito

A responsabilidade penal é pessoal, conforme preconiza o art. 5º, inciso XLV, da Constituição Federal: "nenhuma pena passará da pessoa do condenado". Assim, não se pode imputar ao acusado a prática de atos ilícitos realizados por terceiro, quando ele já não exercia a propriedade ou administração do referido estabelecimento.

Ademais, o Código de Processo Penal, em seu art. 386, inciso VII, é claro ao prever que deve ser proferida sentença absolutória quando não houver provas suficientes para a condenação. No caso sob análise, a ausência de elementos probatórios que vinculem o acusado aos fatos narrados impõe a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

3. Jurisprudência Aplicável

“Cenário probatório que enseja relevante dúvida quanto à autoria dos fatos, sobretudo por não ter sido comprovado que o acusado exercia a função de gerente ou que, a qualquer outro título, fosse responsável pelo estabelecimento. [...] Estado de dubiedade resolvido em favor da solução absolutória.”

(TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ - Rel. Des. Carlos Eduardo Freire Roboredo - J. em 05/11/2024 - DJ 07/11/2024)

“O princípio da presunção de inocência veda a possibilidade de alguém ser considerado culpado com respaldo em simples presunção ou em meras suspeitas, sendo ônus da acusação a comprovação dos fatos.”

(STJ - REsp 1.947.718 - Rel. Min. Sebastião Reis Júnior - J. em 03/09/2024 - DJ 06/09/2024)

Conclusão

Diante do exposto, com base na ausência de comprovação da autoria e na aplicação do princípio da responsabilidade penal pessoal, voto no sentido de julgar procedente o pedido da defesa, absolvendo o acusado [INSERIR NOME DO ACUSADO], com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal.

Determino, ainda, o arquivamento do processo, caso não haja recurso interposto, após o trânsito em julgado da presente decisão.

Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente a defesa apresentada e absolvo o acusado [INSERIR NOME DO ACUSADO], nos termos do art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal. Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[LOCAL], [DATA].

____________________________
[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz(a) de Direito


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