Modelo de Embargos de Declaração em Execução de Título Extrajudicial Alegando Impenhorabilidade de Imóvel como Bem de Família e Sede de Empresa

Publicado em: 18/10/2024 Processo Civil
Trata-se de embargos de declaração interpostos em ação de execução de título extrajudicial, visando sanar omissões e contradições na decisão que determinou a penhora de imóvel. O embargante alega que o bem é impenhorável por ser simultaneamente bem de família e sede de empresa, e que a transferência não foi efetivada, pois a procuração outorgada não constitui título translativo de propriedade, conforme o Código Civil. São invocados dispositivos legais como a Lei 8.009/90, o CPC/2015, o CCB/2002 e o princípio do contraditório e ampla defesa da CF/88, bem como o art. 20 da LINDB, para fundamentar o pedido de reconhecimento da impenhorabilidade do imóvel.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

PROCESSO Nº 5141251-34.2024.8.09.0007

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do 1º Juizado Especial Cível da Comarca de Anápolis – GO

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

EMBARGANTE: A. J. dos S., brasileiro, empresário, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, com endereço eletrônico: ajdoss@email.com, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Anápolis/GO.

EMBARGADO: M. F. de S. L., brasileira, comerciante, inscrita no CPF sob o nº YYY.YYY.YYY-YY, com endereço eletrônico: mfsll@email.com, residente e domiciliada na Rua A, nº B, Bairro C, Anápolis/GO.

3. SÍNTESE DO CASO

Trata-se de ação de execução de título extrajudicial, proposta pelo Embargado em face do Embargante, no valor de R$ 52.970,01, em trâmite perante este juízo. Após restarem infrutíferas as diligências de constrição patrimonial via sistemas Sisbajud e Infojud, foi determinada a penhora de bem imóvel, o qual, segundo alegado pelo Embargante, seria impenhorável por se tratar de bem de família e sede da empresa.

O Embargante opôs embargos à penhora, alegando a impenhorabilidade do imóvel. Contudo, o juízo entendeu que o imóvel havia sido objeto de transferência por instrumento de procuração irrevogável e irretratável a terceiros, afastando, assim, a alegação de impenhorabilidade.

Ocorre que a decisão proferida apresenta omissões e contradições que merecem ser sanadas, nos termos do CPC/2015, art. 1.022, conforme se demonstrará a seguir.

4. CABIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Nos termos do CPC/2015, art. 1.022, cabem embargos de declaração quando houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade, contradição, omissão ou erro material.

No caso em tela, a decisão judicial apresenta omissão quanto à análise da natureza jurídica da procuração utilizada para alienar o imóvel, bem como contradição ao reconhecer a transferência do bem como causa de afastamento da impenhorabilidade, sem considerar que a mera outorga de procuração não configura alienação efetiva da propriedade.

5. DOS PONTOS OMISSOS E CONTRADITÓRIOS

A decisão embargada incorre em omissão ao deixar de analisar que a procuração outorgada a terceiros, ainda que com poderes amplos, irrevogáveis e irretratáveis, não transfere a propriedade do imóvel, nos termos do CCB/2002, art. 1.245, que exige o registro do título translativo no cartório de registro de imóveis para a efetiva transferência da propriedade.

Além disso, há contradição ao se reconhecer que o imóvel foi alienado, afastando a alegação de bem de família, com base apenas na existência de procuração, sem que tenha havido qualquer registro de escritura pública de compra e venda ou outro título hábil.

Ademais, a decisão não enfrentou adequadamente o argumento de que o imóvel é simultaneamente sede da empresa e residência da família, o que reforça sua natureza de bem de família e, portanto, sua impenhorabilidade, nos termos da Lei 8.009/90, art. 1º.

6. DO DIREITO

O CPC/2015, art. 1.022, autoriza a interposição de embargos de declaração para suprir omissão, esclarecer obscuridade, eliminar contradição ou"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
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Simulação de Voto

Processo nº 5141251-34.2024.8.09.0007

Voto do Magistrado

Vistos etc.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos por A. J. dos S. contra decisão que manteve a penhora de imóvel no curso de ação de execução de título extrajudicial ajuizada por M. F. de S. L., sob alegação de que o bem seria impenhorável por ser bem de família e sede de empresa.

1. Do Conhecimento

Os embargos declaratórios foram opostos tempestivamente e atendem aos requisitos previstos no art. 1.022 do Código de Processo Civil de 2015. Assim, conheço dos embargos.

2. Da Omissão e Contradição

Verifica-se que a decisão embargada incorreu em omissão relevante ao não analisar adequadamente a natureza jurídica da procuração outorgada, apontada como causa da perda da proteção conferida ao bem de família.

Nos termos do art. 1.245 do Código Civil, a transferência da propriedade imóvel apenas ocorre com o registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis, o que não se comprovou nos autos. A existência de procuração – ainda que irrevogável e irretratável – não se equipara à alienação formal do bem.

Ademais, há contradição entre o reconhecimento de alienação do imóvel e a inexistência de qualquer registro ou escritura pública que comprove a efetiva transferência da propriedade.

3. Da Fundamentação Constitucional e Legal

Nos termos do art. 93, IX da Constituição Federal de 1988, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas. Igualmente, o art. 5º, LV da CF/88 assegura aos litigantes o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Tais princípios impõem ao julgador o dever de examinar todas as alegações relevantes trazidas pelas partes.

O art. 1º da Lei 8.009/90 estabelece a impenhorabilidade do imóvel residencial da entidade familiar, salvo exceções legais que não se aplicam ao caso concreto. O imóvel objeto da penhora é descrito como sendo residência da família e sede da empresa, condição que reforça sua proteção legal.

Além disso, o art. 20 da LINDB preconiza que as decisões judiciais devem considerar as consequências práticas. A manutenção da penhora de imóvel que serve de moradia e local de atividade profissional compromete os princípios da dignidade da pessoa humana e da função social da propriedade.

4. Jurisprudência Aplicável

Embora decisões anteriores de Tribunais tenham reforçado a necessidade de provas robustas para o reconhecimento do bem de família, no caso presente, a alegação de alienação do imóvel se baseou em instrumento de procuração, sem título hábil registrado, o que fragiliza a conclusão da decisão embargada.

5. Conclusão

Ante o exposto, acolho os embargos de declaração para sanar as omissões e contradições apontadas, reconhecendo a impenhorabilidade do imóvel objeto da constrição, nos termos da Lei 8.009/90, por se tratar de bem de família e sede da empresa, nos limites da jurisprudência pacífica do STJ.

Determino a desconstituição da penhora sobre o referido imóvel, com as anotações de estilo.

Ficam prequestionados os dispositivos legais invocados, para todos os fins, especialmente: CPC/2015, art. 1.022; CCB/2002, art. 1.245; Lei 8.009/90, art. 1º; CF/88, art. 5º, LV; LINDB, art. 20.

6. Dispositivo

Ante o exposto, dou provimento aos embargos de declaração, para reconhecer a impenhorabilidade do imóvel penhorado, com a consequente desconstituição da penhora determinada nos autos.

Publique-se. Intimem-se.

Anápolis/GO, 15 de outubro de 2024.

Juiz de Direito

📌 Observação: - O conteúdo foi estruturado com base nos fatos e fundamentos jurídicos constantes no documento apresentado. - A fundamentação respeita o art. 93, IX da CF/88, garantindo motivação adequada da decisão. - A simulação do voto reflete um julgamento favorável ao embargante, com base no reconhecimento da impenhorabilidade do bem. Caso deseje a versão contrária (voto pela improcedência), posso adaptar.

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