Modelo de Exceção de Pré-Executividade para Reconhecimento de Impenhorabilidade de Bem de Família em Execução de Título Extrajudicial

Publicado em: 29/10/2024 Processo Civil
Modelo de petição de exceção de pré-executividade apresentada por executado em ação de execução de título extrajudicial, visando ao reconhecimento da impenhorabilidade de imóvel residencial penhorado por se tratar de bem de família, com base na Lei 8.009/90 e dispositivos constitucionais. O documento detalha a qualificação das partes, fundamentação jurídica, ausência de exceções legais, ônus da prova, jurisprudências aplicáveis, formulação dos pedidos para desconstituição da penhora e requerimento para produção de provas. Destaca a proteção ao direito à moradia, dignidade da pessoa humana e princípios constitucionais, sendo cabível a qualquer tempo no processo de execução, conforme entendimento do STJ.
1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da __ª Vara Cível da Comarca de [cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, casado, engenheiro civil, portador do CPF nº 000.111.222-33, endereço eletrônico: ajdoss@email.com, residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Jardim, CEP 00000-000, [cidade/UF], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação de execução de título extrajudicial que lhe move B. F. de S. L., brasileira, empresária, portadora do CPF nº 444.555.666-77, endereço eletrônico: bfdesl@email.com, residente e domiciliada à Avenida Central, nº 200, Bairro Centro, CEP 11111-111, [cidade/UF], apresentar a presente:

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

nos termos do CPC/2015, art. 917, §1º, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O Excipiente, A. J. dos S., figura como executado nos autos da presente execução de título extrajudicial promovida por B. F. de S. L.. Em sede de cumprimento de sentença, foi determinada a penhora do imóvel situado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Jardim, [cidade/UF], imóvel este que constitui a única residência do Excipiente e de sua família.

Ocorre que tal imóvel é utilizado exclusivamente como moradia permanente da entidade familiar do Excipiente, sendo, portanto, bem de família, nos termos da Lei 8.009/90, art. 1º. A constrição judicial sobre o referido bem afronta a legislação vigente, que assegura a sua impenhorabilidade, salvo nas hipóteses expressamente previstas em lei, as quais não se aplicam ao caso em tela.

Diante disso, o Excipiente apresenta a presente exceção de pré-executividade, visando ao reconhecimento da impenhorabilidade do imóvel penhorado, por se tratar de bem de família, e, consequentemente, a desconstituição da constrição judicial.

Ressalta-se que a matéria ora suscitada é de ordem pública, podendo ser conhecida de ofício pelo juízo, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça.

4. DO DIREITO
4.1. DA CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

A exceção de pré-executividade é instrumento processual admitido para arguição de matérias de ordem pública, que não demandem dilação probatória, podendo ser conhecida a qualquer tempo e grau de jurisdição (CPC/2015, art. 917, §1º). A impenhorabilidade do bem de família, por se tratar de matéria de ordem pública, pode ser alegada por meio desta via, conforme entendimento pacífico do STJ.

O instituto visa resguardar direitos fundamentais, como o direito à moradia, previsto na CF/88, art. 6º, e a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), princípios que orientam a interpretação das normas relativas à execução e proteção patrimonial mínima do devedor.

4.2. DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA

A Lei 8.009/90, art. 1º, dispõe que “o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei”.

O imóvel objeto da constrição judicial é a única residência do Excipiente e de sua família, fato comprovado pelos documentos anexos (contas de consumo, declaração de residência, certidão de casamento, etc.), preenchendo, assim, os requisitos legais para a configuração do bem de família.

Ressalte-se que a impenhorabilidade do bem de família é oponível em qualquer fase do processo de execução, inclusive por meio de exceção de pré-executividade, conforme entendimento consolidado do STJ (AgInt no REsp. 1.919.207/ES/STJ).

O objetivo da norma é garantir a proteção da entidade familiar, assegurando-lhe o direito à moradia e à dignidade, princípios fundamentais do ordenamento jurídico brasileiro.

4.3. DA AUSÊNCIA DE EXCEÇÕES LEGAIS

A Lei 8.009/90, art. 3º, prevê hipóteses excepcionais em que a impenhorabilidade do bem de família pode ser afastada, como nos casos de dívidas decorrentes de financiamento para aquisição do próprio imóvel, pensão alimentícia, entre outras. No presente caso, não se verifica nenhuma das exceções legais, sendo a dívida objeto da execução de natureza diversa e não relacionada às hipóteses permissivas de penhora.

4.4. DO ÔNUS DA PROVA E DA DEMONSTRAÇÃO DA MORADIA PERMANENTE

Conforme entendimento jurisprudencial, o ônus da prova acerca da condição de bem de família recai sobre o executado, que deve demonstrar, de forma inequívoca, que o imóvel pen"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de exceção de pré-executividade apresentada por A. J. dos S. nos autos da ação de execução de título extrajudicial movida por B. F. de S. L., na qual foi determinada a penhora do imóvel situado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Jardim, [cidade/UF], imóvel este apontado como a única residência da família do excipiente. Sustenta o excipiente a impenhorabilidade do bem, por se tratar de bem de família nos termos da Lei 8.009/90, art. 1º, requerendo a desconstituição da penhora.

II. Fundamentação

1. Da Admissibilidade da Exceção de Pré-Executividade

Inicialmente, observa-se que a exceção de pré-executividade é cabível para arguição de matérias de ordem pública e que independam de dilação probatória, conforme previsto no CPC/2015, art. 917, §1º e pacífico entendimento do Superior Tribunal de Justiça. No caso, a alegação de impenhorabilidade do bem de família pode ser conhecida de ofício e comporta exame nesta via, conforme reiteradas decisões do STJ.

2. Da Impenhorabilidade do Bem de Família

A Lei 8.009/90, art. 1º estabelece que o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável, não respondendo por qualquer tipo de dívida, salvo as exceções expressas em lei. A proteção legal visa assegurar o direito à moradia e a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III e art. 6º), princípios constitucionais que orientam a tutela do patrimônio mínimo do devedor.

Conforme documentos acostados aos autos, verifica-se que o imóvel penhorado é a única residência do excipiente e de sua família, sendo utilizado como moradia permanente, preenchendo, portanto, os requisitos estabelecidos na legislação de regência.

3. Da Inexistência de Exceções Legais à Impenhorabilidade

A penhora do bem de família somente é admitida nas hipóteses taxativamente previstas no artigo 3º da Lei 8.009/90, não havendo nos autos qualquer indício de que a dívida exequenda se enquadre em tais exceções, como pensão alimentícia, financiamento do próprio imóvel ou hipóteses correlatas.

4. Do Ônus da Prova e da Comprovação da Moradia

O ônus da prova da condição de bem de família incumbe ao executado (Lei 8.009/90, art. 5º), que, no caso, logrou êxito em demonstrar documentalmente a utilização do imóvel como residência permanente.

Ressalte-se que, segundo a jurisprudência dominante, sendo a matéria de ordem pública e estando devidamente comprovada a destinação residencial do imóvel, impõe-se o reconhecimento da impenhorabilidade, conforme precedentes do STJ (AgInt no REsp. Acórdão/STJ) e dos Tribunais de Justiça estaduais.

5. Dos Princípios Constitucionais Aplicáveis

A manutenção da penhora sobre o único imóvel residencial do devedor afronta os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), direito à moradia (CF/88, art. 6º) e proteção à família (CF/88, art. 226), que devem prevalecer na solução do caso concreto, conforme orientação hermenêutica constitucional.

6. Dos Precedentes Jurisprudenciais

STJ, AgInt no REsp. Acórdão/STJ: “É cabível a utilização da exceção de pré-executividade para arguição de impenhorabilidade de bem de família, por se tratar de matéria de ordem pública, passível de apreciação a qualquer tempo e grau de jurisdição. O ônus da prova da impenhorabilidade do bem de família recai sobre o executado, que deve demonstrar, de forma inequívoca, que o imóvel penhorado constitui sua residência permanente. A ausência de comprovação suficiente da condição de bem de família do imóvel penhorado impede o reconhecimento da impenhorabilidade, sendo legítima a manutenção da penhora.”
TJSP, AI Acórdão/TJSP: “Demonstrada a utilização do imóvel como residência familiar dos agravantes, aplica-se a proteção preconizada pela Lei 8.009/90, art. 1º. Não se mostra aplicável ao caso a exclusão prevista na Lei 8.009/90, art. 3º, VII, porque não se trata de contrato de natureza locatícia.”

III. Dispositivo

Ante o exposto, conheço da exceção de pré-executividade, por preencher os requisitos legais, e julgo procedente o pedido para reconhecer a impenhorabilidade do imóvel residencial situado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Jardim, [cidade/UF], por se tratar de bem de família, nos termos do art. 1º da Lei 8.009/90, determinando a desconstituição da penhora incidente sobre referido imóvel.

Condeno a exequente ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, caso não haja resistência ao pedido (CPC/2015, art. 85, §2º).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Constitucional do Julgamento

Em cumprimento ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, a presente decisão encontra-se devidamente fundamentada, com análise do conjunto fático-probatório e da legislação aplicável, assegurando plena transparência, motivação e controle jurisdicional do ato decisório, em respeito ao devido processo legal e à proteção dos direitos fundamentais em questão.

V. Conclusão

É como voto.

[Cidade], [Data].

_______________________________________
Magistrado(a)


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Agravo em Recurso Especial visando o Reconhecimento da Impenhorabilidade de Imóvel Rural Utilizado como Residência Familiar e o Levantamento de Penhora com Fundamento na Lei 8.009/90 e Princípios Constitucionais

Modelo de Agravo em Recurso Especial visando o Reconhecimento da Impenhorabilidade de Imóvel Rural Utilizado como Residência Familiar e o Levantamento de Penhora com Fundamento na Lei 8.009/90 e Princípios Constitucionais

Publicado em: 07/11/2024 Processo Civil

Modelo de petição de Agravo em Recurso Especial interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que negou seguimento a Recurso Especial, sob alegação de incidência da Súmula 7 do STJ, em processo de execução que determinou a penhora de imóvel rural utilizado como residência permanente da entidade familiar. A peça fundamenta-se na Lei 8.009/90, art. 1º, CPC/2015 e princípios constitucionais como dignidade da pessoa humana e direito à moradia, pleiteando o reconhecimento da impenhorabilidade do bem de família rural, a remessa dos autos ao STJ e o levantamento da penhora, destacando a possibilidade de valoração jurídica da prova documental já constante dos autos. Inclui jurisprudência relevante, detalhamento dos fatos, fundamentos jurídicos e pedidos processuais adequados.

Acessar

Modelo de Agravo de Instrumento Contra Decisão que Rejeitou Impenhorabilidade de Bem de Família com Base na Lei 8.009/1990

Modelo de Agravo de Instrumento Contra Decisão que Rejeitou Impenhorabilidade de Bem de Família com Base na Lei 8.009/1990

Publicado em: 19/07/2024 Processo Civil

Recurso de Agravo de Instrumento interposto pelo agravante contra decisão interlocutória que rejeitou a alegação de impenhorabilidade de bem de família em execução de título extrajudicial. Fundamenta-se no CPC/2015, art. 1.015, e na Lei 8.009/1990, destacando a violação de princípios constitucionais como a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e a proteção à moradia (CF/88, art. 6º). O documento aborda a inexistência de preclusão para alegação de impenhorabilidade, sendo esta matéria de ordem pública e passível de reconhecimento a qualquer momento. Apresenta jurisprudências e pedidos de concessão de efeito suspensivo e reforma da decisão agravada.

Acessar

Modelo de Impugnação à Exceção de Pré-Executividade em Cumprimento de Sentença

Modelo de Impugnação à Exceção de Pré-Executividade em Cumprimento de Sentença

Publicado em: 21/11/2024 Processo Civil

Modelo de impugnação à exceção de pré-executividade, utilizado para combater alegativas do executado que busca impedir o prosseguimento de uma execução judicial. O modelo detalha a ausência de fundamentação das alegativas de inexistência de pressupostos processuais e excesso de execução, além de reforçar a legitimidade do cumprimento de sentença e identificar o caráter protelatório do executado. Inclui fundamentos legais do CPC/2015 e da Constituição Federal de 1988.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.