Modelo de Embargos de Declaração para Sanar Omissões e Contradições em Decisão sobre Improbidade Administrativa
Publicado em: 03/04/2025 AdministrativoProcesso CivilConstitucionalEMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]
Embargante: A. J. B. e D. W. R. J.
Embargado: Ministério Público do Estado do Paraná
A. J. B. e D. W. R. J., já qualificados nos autos do processo em epígrafe, por meio de seus procuradores, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 1.022, opor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em face do v. acórdão proferido por esta Colenda Câmara, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
PREÂMBULO
Os presentes embargos de declaração têm por objetivo sanar omissões e contradições verificadas no v. acórdão, especialmente no que tange ao excesso de penalidades aplicadas e à ausência de fundamentação legal para a imposição das sanções, conforme será demonstrado a seguir.
DOS FATOS
O v. acórdão reconheceu a prática de atos de improbidade administrativa pelos embargantes, aplicando-lhes as seguintes penalidades:
- Ressarcimento ao erário nos valores de R$ 22.800,00 (A. J. B.) e R$ 4.800,00 (D. W. R. J.), corrigidos pelo IPCA e acrescidos de juros de 1% ao mês;
- Perda da função pública (A. J. B.);
- Multa civil nos valores de R$ 22.800,00 (A. J. B.) e R$ 4.800,00 (D. W. R. J.), corrigidos pelo IPCA e acrescidos de juros de 1% ao mês;
- Suspensão dos direitos políticos de A. J. B. pelo prazo de 9 (nove) anos.
Entretanto, o v. acórdão incorreu em omissões e contradições, conforme será demonstrado a seguir.
DO DIREITO
1. DA OMISSÃO QUANTO AO EXCESSO DE PENALIDADES APLICADAS
O v. acórdão aplicou penalidades excessivas aos embargantes, desproporcionais à gravidade dos atos praticados. A imposição cumulativa de ressarcimento ao erário, multa civil, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos configura evidente excesso punitivo, em afronta ao princípio da proporcionalidade, consagrado na CF/88, art. 5º, LIV.
O princípio da proporcionalidade exige que as sanções aplicadas sejam adequadas, necessárias e proporcionais à gravidade da conduta e ao dano causado. No caso em tela, não há fundamentação suficiente no v. acórdão que justifique a aplicação cumulativa de todas as penalidades previstas na Lei 8.429/1992, art. 12.