Modelo de Impugnação à réplica em ação de divórcio com disputa por posse de imóvel financiado e proteção aos interesses de menores

Publicado em: 28/02/2025 CivelProcesso Civil Familia
Documento jurídico apresentado na 1ª Vara Cível da Comarca de Leme/SP, no processo nº 1004183-76.2024.8.26.0318, contendo impugnação à réplica na ação de divórcio. A controvérsia envolve a disputa pela moradia em imóvel financiado pelo ex-casal, considerando-se a prioridade legal de proteção aos interesses de dois filhos menores da requerente e a vulnerabilidade do requerido, diagnosticado com esquizofrenia e dependente de benefício assistencial. São abordados fundamentos jurídicos como os princípios de proteção à infância (CF/88, art. 227), dignidade humana (CF/88, art. 6º) e contraditório (CF/88, art. 5º, LV), além de jurisprudências relevantes. A peça requer a concessão de preferência à moradia para a requerente, com produção de provas e condenação do requerido em custas e honorários, se houver sucumbência.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE LEME/SP

Processo nº 1004183-76.2024.8.26.0318

IMPUGNAÇÃO À RÉPLICA

M. J. A. R. DE S., já qualificada nos autos em epígrafe, por meio de sua advogada que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar IMPUGNAÇÃO À RÉPLICA, nos termos do CPC/2015, art. 350, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

DOS FATOS

A presente ação de divórcio versa sobre a disputa pela posse e moradia do imóvel financiado pelo casal. A requerente, mãe de dois filhos menores, alega direito de preferência à moradia no imóvel, justificando que tal medida seria necessária para garantir a estabilidade e segurança das crianças.

Por outro lado, o requerido, diagnosticado com esquizofrenia e dependente de benefício assistencial no valor de um salário mínimo, argumenta que a requerente abandonou o imóvel e que ele, por sua condição de saúde e situação financeira, deve ser o preferido para residir no local. Alega ainda que utiliza o benefício para custear as prestações do imóvel, bem como despesas básicas como água, energia elétrica, alimentação e vestuário.

A requerente, jovem e saudável, encontra-se apta para o mercado de trabalho, o que, segundo o requerido, reforça a necessidade de que ele permaneça no imóvel, dada sua vulnerabilidade.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a proteção aos interesses dos menores deve ser prioritária, conforme disposto no CF/88, art. 227, que estabelece ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação e à convivência familiar.

O CPC/2015, art. 1.694, também prevê que os alimentos devem ser fixados de forma a atender às necessidades de quem os pleiteia, observando-se as possibilidades de quem os presta. No caso em tela, a requerente, ao alegar direito de preferência à moradia no imóvel, busca garantir um ambiente estável e seguro para os filhos menores, o que é juridicamente amparado.

Por outro lado, o requerido, pessoa com doença incapacitante e dependente de benefício assistencial, também possui o direito à dignidade e à moradia, conforme CF/88, art. 6º. Contudo, a análise do caso deve considerar a proporcionalidade e a razoabilidade, de modo a equilibrar os direitos de ambas as partes, priorizando-se o interesse dos menores.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

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I. Relatório

Trata-se de ação de divórcio litigioso, em que há controvérsia sobre a posse e moradia de imóvel financiado pelo casal. A requerente, mãe de dois filhos menores, alega direito de preferência à moradia, visando a proteção e estabilidade das crianças. Por sua vez, o requerido, diagnosticado com esquizofrenia e dependente de benefício assistencial, defende que deve permanecer no imóvel em razão de sua condição de saúde e vulnerabilidade.

II. Fundamentação

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as suas decisões, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise do caso concreto.

2.1. Princípios Constitucionais Aplicáveis

A Constituição Federal, em seu art. 227, estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação e à convivência familiar. Este dispositivo confere primazia aos direitos dos menores em casos de conflito de interesses.

Ademais, o art. 6º da CF/88 consagra a moradia como direito social, de modo que ambos os litigantes possuem direito à proteção estatal quanto à garantia de condições dignas de habitação. Contudo, a análise do caso demanda a aplicação dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade para equilibrar os direitos das partes.

2.2. Legislação Infraconstitucional

O Código de Processo Civil de 2015, em seu art. 1.694, determina que os alimentos devem ser fixados de forma a atender às necessidades de quem os pleiteia, considerando as possibilidades de quem os presta. No presente caso, a requerente busca assegurar a moradia em prol dos interesses dos filhos menores, o que se revela juridicamente amparado.

Por outro lado, o art. 350 do CPC/2015 garante à parte autora o direito de impugnar os documentos e alegações apresentados pelo réu, assegurando o contraditório e a ampla defesa, princípios basilares do processo civil, conforme previsto no art. 5º, LV, da Constituição Federal.

2.3. Análise do Caso Concreto

Considerando os fatos apresentados, verifica-se que o requerido apresenta condição de saúde debilitada, sendo dependente de benefício assistencial. No entanto, a análise deve priorizar os interesses dos filhos menores, conforme determina o art. 227 da CF/88, especialmente em razão da sua vulnerabilidade.

A requerente, embora jovem e apta ao mercado de trabalho, alega que a permanência no imóvel é essencial para a segurança e estabilidade das crianças. Tal argumento encontra amparo jurídico, uma vez que o direito à moradia deve ser analisado sob a ótica da proteção integral aos menores.

Assim, a preferência à moradia no imóvel deve ser concedida à requerente, garantindo-se a estabilidade dos filhos menores e observando-se a proporcionalidade na ponderação dos direitos das partes.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido da requerente para garantir o direito de preferência à moradia no imóvel litigioso, em razão da necessidade de proteção aos interesses dos filhos menores, nos termos do art. 227 da Constituição Federal de 1988 e art. 1.694 do Código de Processo Civil.

Determino, ainda, que:

  1. O requerido desocupe o imóvel, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de despejo compulsório;
  2. Fica garantido ao requerido o direito de buscar moradia alternativa, com eventual suporte dos programas sociais cabíveis, em conformidade com o art. 6º da CF/88.

Condeno o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015, observando-se a gratuidade de justiça eventualmente deferida.

IV. Conclusão

Por fim, destaco que a decisão ora proferida busca equilibrar os direitos das partes, priorizando-se os interesses dos menores, conforme preceitua a legislação vigente e os princípios constitucionais aplicáveis.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Leme/SP, ___ de ____________ de 2024.

_________________________
Magistrado(a)


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