Modelo de Laudo Social Detalhado para Pedido de Interdição e Curatela: Fundamentação Social, Jurídica e Indicação de Curador para Pessoa com Incapacidade Mental Grave

Publicado em: 31/10/2024 Civel Sucessão
Este modelo de Laudo Social foi elaborado para instruir processo judicial de interdição e curatela, trazendo análise técnica e fundamentada sobre a situação social, familiar, de saúde e psicossocial do(a) interditando(a). O documento apresenta diagnóstico social completo, metodologia utilizada, contexto sociofamiliar, condições clínicas (esquizofrenia grave), rede de apoio, aspectos legais e jurisprudenciais, e conclui com parecer técnico recomendando a concessão da interdição e a nomeação do genitor como curador. Indicado para processos em Varas de Família e Sucessões, fundamenta-se no Código Civil, CPC/2015, Constituição Federal e Estatuto da Pessoa com Deficiência, garantindo a proteção de direitos e a dignidade da pessoa humana em situação de incapacidade total para atos da vida civil.

LAUDO SOCIAL PARA INTERDIÇÃO/CURATELA

1. IDENTIFICAÇÃO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Família e Sucessões do Tribunal de Justiça do Estado

Processo nº: [inserir número do processo]
Interessado: M. F. de S. L.
Requerente: A. J. dos S.
Endereço eletrônico: [inserir e-mail do interessado e do requerente]
Endereço residencial: [inserir endereço completo do interessado]
Profissional responsável: Assistente Social, CRESS nº [inserir], e-mail: [inserir]

2. OBJETIVO DO LAUDO

O presente Laudo Social tem por objetivo subsidiar o juízo com informações técnicas e fundamentadas acerca da situação social, familiar, de saúde e psicossocial do(a) interessado(a) M. F. de S. L., visando instruir o pedido de interdição/curatela, nos termos do CPC/2015, art. 753 e do CCB/2002, art. 1.767. Busca-se, assim, contribuir para a adequada proteção dos direitos fundamentais do(a) interditando(a), especialmente no que tange à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), à proteção integral e ao respeito à autonomia, dentro dos limites de sua condição.

3. METODOLOGIA UTILIZADA

Para a elaboração deste laudo, foram adotados os seguintes procedimentos metodológicos:

  • Entrevista domiciliar com o(a) interessado(a) e familiares;
  • Análise documental (relatórios médicos, exames, documentos pessoais);
  • Observação direta do contexto habitacional e social;
  • Consulta à rede de apoio e serviços públicos de saúde e assistência social.
O método qualitativo foi privilegiado, com ênfase na escuta ativa e na observação participante, respeitando-se os princípios éticos da profissão e o sigilo profissional, conforme o Código de Ética do Assistente Social.

4. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO INTERESSADO

Nome: M. F. de S. L.
Sexo: Feminino
Data de nascimento: [inserir]
Estado civil: Divorciada
Profissão: [inserir, se houver]
CPF: [inserir]
Endereço eletrônico: [inserir]
Endereço residencial: [inserir]
Grau de instrução: [inserir]
Responsável legal (requerente): A. J. dos S. (genitor)

5. HISTÓRICO FAMILIAR E SOCIAL

O(a) interessado(a) M. F. de S. L. é filha de A. J. dos S., atualmente residindo com o genitor, que assumiu a função de cuidador principal após o agravamento do quadro de saúde da filha. A família é composta por dois membros, ambos com vínculos afetivos sólidos e histórico de convivência harmoniosa. Não há outros descendentes ou ascendentes vivos, tampouco irmãos, conforme documentação apresentada.

O núcleo familiar apresenta recursos financeiros limitados, advindos de benefício previdenciário recebido pelo(a) interessado(a), o qual é gerido pelo genitor. A residência é própria, de padrão simples, situada em bairro urbano com acesso a serviços públicos básicos. Não há relatos de conflitos familiares, abandono ou violência.

A rede de relações sociais da família é restrita, limitando-se a vizinhos próximos e à comunidade religiosa local, que eventualmente presta apoio moral.

Resumo: O histórico familiar revela ambiente estável, com suporte afetivo e ausência de fatores de risco social, o que favorece a proteção do(a) interessado(a).

6. CONDIÇÕES DE SAÚDE E SITUAÇÃO ATUAL

Conforme laudos médicos anexados aos autos, M. F. de S. L. é portadora de esquizofrenia paranoide, CID-10 F20.0, com histórico de episódios psicóticos, delírios persecutórios e comprometimento significativo das funções cognitivas e da capacidade de autocuidado. O quadro clínico é crônico, com evolução progressiva e necessidade de acompanhamento psiquiátrico contínuo.

Atualmente, o(a) interessado(a) apresenta:

  • Déficit de memória recente e de orientação temporal e espacial;
  • Dificuldade de comunicação e compreensão de comandos simples;
  • Dependência total para atividades da vida diária (higiene, alimentação, administração de medicamentos);
  • Risco de exposição a situações de vulnerabilidade, devido à incapacidade de discernir perigos e tomar decisões adequadas.
A rotina é supervisionada integralmente pelo genitor, que administra as questões financeiras, médicas e sociais do(a) interditando(a).

Resumo: O quadro de saúde é grave e irreversível, justificando a necessidade de curatela ampla para salvaguarda dos direitos e interesses do(a) interessado(a).

7. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS

A avaliação psicossocial evidencia que M. F. de S. L. encontra-se em situação de vulnerabilidade decorrente da doença mental incapacitante, com prejuízo severo da autonomia e da capacidade de expressão da vontade. A dependência do cuidador é absoluta, não havendo condições de autogerenciamento de recursos, tomada de decisões ou participação ativa na vida comunitária.

O isolamento social é acentuado, agravado pela limitação de mobilidade e pela ausência de outros familiares próximos. O suporte emocional é provido exclusivamente pelo genitor, que demonstra preparo e dedicação para o exercício da curatela.

Resumo: O contexto psicossocial reforça a necessidade de proteção jurídica, por meio da curatela, para garantir a dignidade, segurança e bem-estar do(a) interditando(a), em consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

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VOTO

Trata-se de pedido de interdição e nomeação de curador formulado por A. J. dos S., genitor da interessada M. F. de S. L., fundamentado no quadro de incapacidade decorrente de transtorno mental grave, conforme detalhado nos autos e corroborado pelo laudo social e médico acostados.

I – RELATÓRIO

Conforme relatado e documentado nos autos, M. F. de S. L. apresenta diagnóstico de esquizofrenia paranoide (CID-10 F20.0), com manifestações clínicas de comprometimento cognitivo, delírios e incapacidade de autogerenciamento, tornando-se dependente para todos os atos da vida civil. O núcleo familiar é composto apenas pela requerente e o genitor, que atua como cuidador principal, em ambiente estável e sem histórico de conflitos ou violência.

II – FUNDAMENTAÇÃO

A. Do Conhecimento

Inicialmente, verifico que estão presentes os requisitos processuais e condições da ação, razão pela qual conheço do pedido.

B. Dos Fatos e da Prova

A documentação médica e o laudo social atestam de forma inequívoca a incapacidade absoluta da interessada para os atos da vida civil, em razão de enfermidade mental crônica e irreversível, tornando-a totalmente dependente de terceiros para sua subsistência, saúde, patrimônio e tomada de decisões cotidianas.

O contexto familiar demonstra o preparo, dedicação e idoneidade do genitor para o exercício da curatela, não havendo outros familiares aptos ou disponíveis, em consonância com a ordem legal prevista no art. 1.775 do Código Civil.

C. Do Direito Aplicável

A Constituição Federal assegura a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), bem como o direito fundamental à saúde e à proteção das pessoas em situação de vulnerabilidade (art. 6º). O Código Civil (art. 1.767) e o Código de Processo Civil (arts. 747 e 753) disciplinam a interdição e a curatela como institutos protetivos, sobretudo para pessoas que, em virtude de enfermidade mental, não possam exprimir sua vontade.

O processo observou o devido procedimento legal, incluindo a oitiva do interditando, perícia médica e avaliação social, em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, conforme reiterado em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ, REsp. Acórdão/STJ).

A jurisprudência dos tribunais pátrios confirma a possibilidade de concessão da curatela ampla em casos de incapacidade total, bem como a nomeação do genitor como curador, quando inexistentes outros familiares preferenciais (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; TJRJ, AGRAVO DE INSTRUMENTO Acórdão/TJRJ).

D. Da Fundamentação Constitucional (CF/88, art. 93, IX)

Em estrito respeito ao princípio da motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), fundamento esta decisão na proteção da dignidade, saúde e direitos fundamentais da pessoa interditanda, diante da comprovação da incapacidade total para os atos da vida civil, bem como na necessidade de tutela estatal para assegurar-lhe proteção integral.

III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, com fundamento no art. 1.767 do Código Civil, nos arts. 747 e 753 do Código de Processo Civil e nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da proteção integral, para:

  • Decretar a interdição de M. F. de S. L., declarando-a absolutamente incapaz para os atos da vida civil;
  • Nomear A. J. dos S., genitor, como curador, conferindo-lhe poderes para a prática de todos os atos necessários à proteção da saúde, patrimônio e interesses da curatelada, inclusive para decisões médicas e administrativas;
  • Determinar a revisão periódica da curatela, a cada 4 (quatro) anos, ou em prazo inferior, se houver alteração relevante do quadro clínico ou social, nos termos do art. 756, §1º, do CPC;
  • Recomendar o acompanhamento multidisciplinar da curatelada, visando garantir sua inclusão, proteção e respeito à dignidade.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

IV – CONCLUSÃO

Por todo o exposto, acolho integralmente o parecer técnico-social e a prova documental produzida, concedendo a medida de interdição e nomeação do curador, em consonância com os princípios legais e constitucionais aplicáveis à espécie.

V – RECURSO

Ciência às partes, facultando-se a interposição de recurso no prazo legal.

[Local], [data]

___________________________________
Magistrado(a)


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