Modelo de Manifestação em Processo Cível para Revisão de Cláusulas Contratuais Abusivas com Base no Código de Defesa do Consumidor

Publicado em: 03/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Manifestação apresentada por consumidora em face do Itaú Unibanco S/A, visando à revisão de cláusulas contratuais abusivas relacionadas a um contrato de parcelamento de dívida. A ação destaca a cobrança de juros excessivos, em afronta ao equilíbrio contratual e ao princípio da boa-fé objetiva, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) e no Código Civil. A parte autora solicita a revisão das taxas de juros, a quitação do débito caso comprovado excesso de pagamento, e a devolução em dobro dos valores pagos a maior, conforme o art. 42, parágrafo único, do CDC. A petição inclui fundamentação jurídica robusta, citação de jurisprudências relevantes e planilha anexa para quantificação dos valores controvertidos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº __________

PREÂMBULO

E. E. dos S., brasileira, estado civil __________, profissão __________, portadora do CPF nº __________, residente e domiciliada na __________, endereço eletrônico __________, por meio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, em atenção ao despacho de fls. ___, apresentar a presente MANIFESTAÇÃO, nos termos do art. 330, § 2º, do CPC/2015, em face de ITAÚ UNIBANCO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº __________, com sede na __________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A autora celebrou contrato de parcelamento de dívida com o réu, Banco Itaú, visando a quitação de valores anteriormente devidos. Contudo, ao longo da execução do contrato, verificou-se uma cobrança abusiva de juros, que resultou na triplicação do valor originalmente devido. A autora já realizou pagamentos que superam o montante inicial da dívida, mas o saldo remanescente continua exorbitante e desproporcional.

Em razão disso, busca-se a revisão das cláusulas contratuais abusivas, especialmente no que tange à taxa de juros aplicada, para que seja preservado o equilíbrio contratual e respeitados os direitos do consumidor.

DO DIREITO

A relação jurídica entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), uma vez que a autora, na condição de consumidora, contratou os serviços financeiros do réu, fornecedor de crédito. O art. 6º, IV, do CDC assegura ao consumidor a proteção contra práticas abusivas e cláusulas contratuais que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada.

A cobrança de juros abusivos viola o princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422, e o equilíbrio contratual, essencial para a validade dos contratos. Além disso, a taxa de juros aplicada pelo réu extrapola os limites da razoabilidade e proporcionalidade, princípios basilares do ordenamento jurídico brasileiro.

O CPC/2015, art. 330, § 2º, exige que a parte autora discrimine as obrigações controvertidas e quantifique o valor incontroverso do débito, o que será atendido por meio da planilha anexa, que demonstra os valores efetivamente pagos e o saldo devido, considerando uma taxa de juros justa e compatível com a média de mercado.

JURISPRUDÊNCI"'>...


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Informações complementares

Segue a simulação de voto do magistrado, estruturada em formato HTML, com base no documento jurídico apresentado:

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação proposta por E. E. dos S. em face de Itaú Unibanco S/A, na qual a autora pleiteia a revisão das cláusulas contratuais de um contrato de parcelamento de dívida, sob a alegação de cobrança abusiva de juros que resultaram em valores desproporcionais e exorbitantes. Argumenta que a prática viola os princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual, bem como os direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor.

A parte requerida, por sua vez, sustenta a regularidade do contrato celebrado, afirmando que os valores cobrados estão de acordo com os termos pactuados e respeitam as normas aplicáveis.

Passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos.

Fundamentação

O caso em apreço exige a análise sob a ótica do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), que regula a relação jurídica entre as partes, considerando que a autora, consumidora, contratou os serviços financeiros do réu, fornecedor de crédito. O art. 6º, IV, do CDC, assegura a proteção contra práticas abusivas e cláusulas que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada.

A cobrança de juros em percentual que excede a média praticada pelo mercado e que resulta na triplicação do valor da dívida inicial viola os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e da boa-fé objetiva (art. 422 do Código Civil). Além disso, o equilíbrio contratual é um elemento essencial para a validade e eficácia dos contratos.

A jurisprudência, conforme destacado nos autos, segue no mesmo sentido. O Tribunal de Justiça de São Paulo, em diversos precedentes, tem reconhecido a necessidade de rigor na análise de contratos bancários, especialmente em casos de cobrança abusiva de juros. Tais decisões reforçam a proteção ao consumidor e a vedação de práticas que resultem em enriquecimento sem causa por parte das instituições financeiras.

Ademais, a parte autora apresentou planilha detalhada com os valores pagos e o saldo remanescente, demonstrando que já quitou montante superior ao valor originalmente devido. Dessa forma, é cabível a revisão das cláusulas contratuais, em especial no tocante à taxa de juros aplicada, para que seja ajustada ao patamar médio de mercado.

Por fim, considerando que a prática abusiva de cobrança de valores indevidos está devidamente demonstrada nos autos, aplica-se o art. 42, parágrafo único, do CDC, que prevê a devolução em dobro dos valores pagos em excesso, salvo engano justificável.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por E. E. dos S., nos seguintes termos:

  1. Determino a revisão das cláusulas contratuais abusivas, com adequação da taxa de juros ao patamar médio de mercado;
  2. Declaro a quitação do débito da autora, considerando os valores pagos que superam o montante originalmente devido;
  3. Condeno o réu à devolução, em dobro, dos valores pagos a maior pela autora, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC;
  4. Condeno o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, § 2º, do CPC/2015;
  5. Determino a expedição de ofício ao Banco Central do Brasil para que considere os termos desta decisão no cálculo de eventuais taxas médias de mercado.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

__________, ___ de __________ de 20__.

___________________________________
Magistrado(a)

 


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