Modelo de Revisão de Cláusulas Contratuais de Financiamento com Cobranças Abusivas

Publicado em: 20/11/2024 Consumidor
Este documento trata de uma Ação de Revisão de Cláusulas Contratuais, na qual o consumidor busca a revisão das condições impostas em contrato de financiamento celebrado com um banco, devido à imposição de juros e encargos considerados abusivos. A petição visa reequilibrar a relação contratual, garantindo a proteção dos direitos do consumidor frente à vulnerabilidade diante do poder econômico do fornecedor.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

Ação de Revisão de Cláusulas Contratuais

Requerente: [nome do requerente], brasileiro, [estado civil], [profissão], inscrito no CPF/MF sob o nº [número], e-mail: [endereço eletrônico], residente e domiciliado na [endereço completo].

Requerido: [nome do banco], inscrito no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo].

Valor da Causa: R$ [valor da causa]

I. DOS FATOS

O requerente celebrou com o requerido contrato de financiamento em [data], com o objetivo de adquirir um bem de natureza [móvel/imóvel]. Ao longo do cumprimento do contrato, verificou-se a imposição de cláusulas manifestamente abusivas, as quais resultam em excessiva onerosidade para o requerente, violando o princípio da força obrigatória dos contratos e trazendo um desequilíbrio econômico financeiro à relação contratual.

O contrato firmado com o requerido apresenta cláusulas que estabelecem taxas de juros extremamente elevadas, além de encargos que não foram claramente explicados no momento da contratação, o que caracteriza clara violação ao princípio da transparência e da boa-fé objetiva, conforme CDC, art. 6º, III. Ademais, foram impostas tarifas administrativas que não encontram respaldo legal, acarretando um evidente desequilíbrio contratual em desfavor do requerente, que, além de não ter sido devidamente informado sobre os encargos, se viu em situação de total vulnerabilidade frente ao poder econômico do banco.

Ainda, o requerido se aproveitou da posição privilegiada e da falta de conhecimento técnico do requerente para impor cláusulas leoninas que geram vantagem manifestamente excessiva ao banco. Essa prática é vedada pelo CDC, art. 39, V, que proíbe o fornecedor de prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impor obrigações desproporcionais.

II. DO DIREITO

A relação contratual estabelecida entre as partes é regida pelo princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), previsto no CCB/2002, art. 421. Todavia, tal princípio não é absoluto e deve ser interpretado em consonância com os princípios da função social do contrato e da boa-fé objetiva, também estabelecidos no CCB/2002, art. 422 e 421-A. Esses princípios são norteadores do direito contratual e têm como objetivo promover o equilíbrio e a justiça nas relações jurídicas, especialmente nas situações em que uma das partes se encontra em evidente condição de vulnerabilidade, como é o caso do requerente.

As cláusulas contratuais que impõem encargos excessivos ao consumidor devem ser revistas, conforme prevê o CDC, art. 51, IV e § 1º, sendo nulas de pleno direito aquelas que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada. A imposição de juros remuneratórios abusivos e de tarifas que não foram pactuadas claramente fere o princípio da função social do contrato e configura violação ao equilíbrio contratual, prejudicando o consumidor em benefício exclusivo do banco. A função social do contrato busca garantir que as partes envolvidas em uma relação contratual obtenham benefícios mútuos e que não haja abuso de poder econômico por uma das partes.

Além disso, as Súmulas 297/STJ e 381/STJ também são aplicáveis ao presente caso, na medida em que afirmam a possibilidade de revisão judicial das cláusulas contratuais, especialmente quando estas forem abusivas ou não tiverem sido previamente discutidas entre as partes. No presente contrato, os encargos financeiros foram estabelecidos de forma unilateral pelo banco, sem que houvesse qualquer negociação ou informação adequada ao consumidor, violando o direito à informação, previsto no CDC, art. 6º, III. A ausência de transparência na elaboração do contrato configura prática abusiva e desequilibrada, que deve ser corrigida pelo Judiciário.

O contrato firmado entre as partes possui cláusulas que estipulam juros remuneratórios muito acima da média de mercado, bem como encargos que não foram informados de maneira clara, violando o princípio da transparência que deve nortear todas as relações de consumo. A boa-fé objetiva exige que o fornecedor de serviços, no caso o banco, atue com lealdade e de forma clara, apresentando todas as informações pertinentes e relevantes ao consumidor, de modo que ele possa compreender plenamente as obrigações que está assu"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

O requerente celebrou contrato de financiamento com o banco requerido para a aquisição de um bem móvel, comprometendo-se a pagar o valor financiado em parcelas mensais. No entanto, ao longo do cumprimento do contrato, percebeu que as cláusulas impostas eram extremamente onerosas, estabelecendo juros abusivos e diversas tarifas não pactuadas de forma clara, o que ocasionou um desequilíbrio contratual em desfavor do requerente. Essas condições violam o princípio da transparência e da boa-fé objetiva, previstos no Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 6º, III, e no Código Civil, art. 422.

O contrato de adesão, característico das relações entre consumidor e instituições financeiras, apresenta cláusulas impostas de maneira unilateral pelo banco, o que compromete a autonomia do consumidor, que, em sua vulnerabilidade técnica e econômica, não tem possibilidade de discutir ou modificar tais cláusulas. Assim, as condições do contrato, especialmente quanto aos encargos financeiros e às tarifas administrativas, configuram um abuso do poder econômico do banco, conforme proibido pelo CDC, art. 39, V.

Diante dessa situação, o requerente pleiteia a revisão das cláusulas contratuais abusivas, com a consequente adequação das taxas de juros à média de mercado e a exclusão das tarifas não pactuadas de forma clara. Requer também a declaração de nulidade das cláusulas que estipulam encargos desproporcionais, bem como a restituição dos valores pagos indevidamente. A revisão contratual está prevista no art. 51 do CDC, que prevê a nulidade das cláusulas abusivas que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada.

Defesas da Parte Contrária

A parte contrária, o banco requerido, poderá alegar que o contrato foi celebrado de forma livre e consciente pelo requerente, que tinha conhecimento das condições pactuadas e aceitou os encargos e taxas estipulados no contrato. O banco poderá ainda argumentar que os juros aplicados estão de acordo com as práticas de mercado e que os encargos financeiros são necessários para garantir a segurança da operação de crédito e a cobertura dos custos administrativos.

Outra defesa possível é a de que o consumidor assinou um contrato de adesão no qual todas as condições estavam devidamente descritas e que não há qualquer indício de vício no consentimento, pois não se verificou qualquer pressão ou circunstância que comprometesse a vontade do consumidor. A instituição financeira também poderá defender que a cobrança da tarifa administrativa está respaldada pela previsão contratual e pela legislação aplicável.

Conceitos e Definições

  • Contrato de Adesão: Um contrato cujas cláusulas são estabelecidas unilateralmente por uma das partes, sem que a outra possa discutir ou modificar seu conteúdo.

  • Função Social do Contrato: Princípio que estabelece que os contratos devem ser utilizados de forma a promover o bem comum e evitar o abuso de direito ou o enriquecimento sem causa.

  • Princípio da Boa-Fé Objetiva: Exige que ambas as partes ajam com lealdade e transparência ao longo de toda a relação contratual, assegurando que não haja desequilíbrio ou aproveitamento indevido de uma das partes.

Considerações Finais

Diante da evidente desigualdade de poder econômico e da vulnerabilidade do consumidor, é necessária a intervenção judicial para reequilibrar as condições pactuadas e garantir a justa distribuição dos encargos financeiros. A revisão das cláusulas abusivas se impõe como forma de restabelecer a equidade e a função social do contrato, garantindo que a relação de consumo seja justa e não excessivamente onerosa para uma das partes.

A proteção do consumidor contra práticas abusivas é essencial para garantir que o princípio da boa-fé e o direito à informação sejam respeitados. Neste contexto, espera-se que a decisão judicial reconheça a abusividade das cláusulas e restabeleça o equilíbrio contratual, promovendo a justiça nas relações entre consumidores e fornecedores.


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