Modelo de Réplica à Contestação em Ação Revisional de Contrato com Pedido de Indenização por Danos Contra Empresa de Negócios Imobiliários

Publicado em: 04/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor Direito Imobiliário
Documento jurídico apresentado pelo autor em ação revisional de contrato cumulada com pedido de indenização por danos, em face de WLR – Empreendimentos e Negócios Imobiliários LTDA, contestando preliminar de incompetência do Juizado Especial Cível e sustentando a abusividade de cláusula contratual que prevê cobrança de taxa residual de diferenças de IGP-M. O texto fundamenta o pleito no CDC e no CPC/2015, solicitando a nulidade da cláusula abusiva, revisão contratual e indenização pelos danos sofridos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE NERÓPOLIS – GOIÁS

Processo nº: 5288105-70.2024.8.09.0112

Autor: N. de S.

Ré: WLR – Empreendimentos e Negócios Imobiliários LTDA

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

O Autor, N. de S., já qualificado nos autos da ação revisional de contrato cumulada com pedido de indenização por danos que move em face de WLR – Empreendimentos e Negócios Imobiliários LTDA, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

com fulcro no CPC/2015, art. 350, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

I – PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL – INEXISTÊNCIA

A Ré, em sua contestação, suscita preliminar de incompetência do Juizado Especial Cível, sob o argumento de que a demanda exige produção de prova pericial contábil, o que extrapolaria os limites da Lei 9.099/95.

Tal alegação não merece prosperar. A presente demanda versa sobre revisão de cláusulas contratuais abusivas em contrato de adesão, com valor inferior a 40 salários mínimos, sendo, portanto, de menor complexidade, nos termos da Lei 9.099/1995, art. 3º.

Ademais, a matéria discutida é eminentemente de direito, e os documentos acostados à exordial são suficientes para a formação do convencimento do juízo, não sendo necessária a realização de perícia técnica, sendo plenamente possível a análise da abusividade das cláusulas contratuais com base na legislação consumerista.

Ressalte-se que a jurisprudência é pacífica no sentido de que a simples alegação de necessidade de perícia não afasta a competência do Juizado Especial, especialmente quando a questão pode ser resolvida com base em prova documental.

II – DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

O contrato firmado entre as partes é contrato de adesão, elaborado unilateralmente pela Ré, sem possibilidade de discussão de suas cláusulas pelo Autor, o que atrai a incidência do Código de Defesa do Consumidor (CDC), nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, § 2º.

O Autor é consumidor final do serviço de aquisição de imóvel, e a Ré é fornecedora de serviços imobiliários, caracterizando-se a relação de consumo. Assim, devem ser observados os princípios da boa-fé objetiva, da transparência e do equilíbrio contratual, conforme preconiza o CDC, art. 6º, III e IV.

III – DA ABUSIVIDADE DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS – COBRANÇA DE IGP-M EM DUPLICIDADE

O Autor demonstrou na exordial que o contrato foi reajustado anualmente pelo índice IGP-M, conforme cláusula contratual. Contudo, ao final do contrato, a Ré exigiu o pagamento de uma “taxa residual de reajuste de diferenças de IGP-M”, configurando reajuste em duplicidade.

Tal cobrança é teratológica e abusiva, pois impõe ao consumidor ônus financeiro excessivo e desequilibrado, em violação ao CDC, art. 51, IV e § 1º, III, que considera nulas as cláusulas que estabeleçam obrigações iníquas, abusivas ou que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada.

Além disso, a cláusula q"'>...

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Informações complementares

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Simulação de Voto

Processo nº 5288105-70.2024.8.09.0112

Autor: N. de S.

Ré: WLR – Empreendimentos e Negócios Imobiliários LTDA

Voto do Magistrado

Trata-se de ação revisional de contrato cumulada com pedido de indenização por danos, proposta por N. de S. em face de WLR – Empreendimentos e Negócios Imobiliários LTDA, objetivando a revisão de cláusulas contratuais consideradas abusivas e a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos.

Análise Preliminar

Inicialmente, a Ré suscita preliminar de incompetência do Juizado Especial Cível, sob o argumento de que a demanda exige produção de prova pericial contábil, o que extrapolaria os limites da Lei 9.099/1995.

Contudo, verifico que a matéria em discussão é eminentemente de direito e que os documentos acostados aos autos são suficientes para a formação do convencimento deste juízo. Ademais, nos termos da Lei 9.099/1995, art. 3º, demandas de menor complexidade, como a presente, podem ser resolvidas no âmbito do Juizado Especial, sendo desnecessária a realização de perícia técnica. Rejeito, portanto, a preliminar de incompetência.

Da Aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor

O contrato firmado entre as partes caracteriza-se como contrato de adesão, elaborado unilateralmente pela Ré, sem possibilidade de discussão de cláusulas pelo Autor, configurando, assim, relação de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, § 2º.

É indispensável observar os princípios da boa-fé objetiva, da transparência e do equilíbrio contratual, conforme preceituado no CDC, art. 6º, III e IV.

Da Abusividade das Cláusulas Contratuais

Com relação à cobrança de \"taxa residual de reajuste de diferenças de IGP-M\" ao final do contrato, entendo que tal cláusula é abusiva e impõe ao consumidor ônus financeiro excessivo, em violação ao CDC, art. 51, IV, e § 1º, III. A prática de reajuste em duplicidade desequilibra a relação contratual e contraria os princípios da boa-fé e da transparência.

Assim, deve ser declarada nula a cláusula que prevê a referida cobrança, com fundamento no CDC, art. 51.

Do Ônus da Prova

A inversão do ônus da prova, prevista no CDC, art. 6º, VIII, é aplicável ao presente caso, considerando a hipossuficiência técnica do Autor e a verossimilhança de suas alegações. Dessa forma, caberia à Ré demonstrar a legalidade da cobrança questionada, ônus do qual não se desincumbiu.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria reforça o entendimento de que cláusulas abusivas em contratos de adesão devem ser declaradas nulas. Exemplos disso são os precedentes citados nos autos, como a Apelação Cível nº Acórdão/TJSP do TJSP e a Apelação nº Acórdão/TJRJ do TJRJ.

Conclusão

Diante do exposto, voto no sentido de:

  1. Rejeitar a preliminar de incompetência do Juizado Especial Cível;
  2. Declarar a nulidade da cláusula contratual que prevê a cobrança de taxa residual de diferenças de IGP-M;
  3. Julgar procedente o pedido do Autor para revisão do contrato e condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos;
  4. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

É como voto.

Nerópolis/GO, ___ de ___________ de 2024.

Magistrado: ____________________________

### Observações: - O texto foi estruturado em um formato de voto judicial, com análise hermenêutica entre os fatos e o direito. - Foram utilizados fundamentos constitucionais e legais, como a Constituição Federal de 1988, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), a Lei 9.099/95, e o Código de Processo Civil (CPC/2015). - O voto foi elaborado de forma fundamentada e objetiva, como seria esperado de um magistrado em um processo judicial real.


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