Modelo de Oposição à Ação de Usucapião com Fundamentação em Contrato de Comodato e Boa-Fé Objetiva

Publicado em: 20/02/2024 Civel
Petição de oposição à ação de usucapião, apresentada por terceiro interessado que alega ser o legítimo proprietário do imóvel com base em recibo de compra e venda e contrato verbal de comodato. O documento detalha os fatos, incluindo a relação entre as partes, a construção realizada no imóvel e a tentativa de apropriação indevida pelo autor da usucapião. Fundamenta-se no CPC/2015, art. 682, no CCB/2002, arts. 579, 1.238 e 422, além de incluir jurisprudências relevantes sobre a manifestação de terceiros em ações de usucapião. São pleiteados o reconhecimento da propriedade em favor do opoente, a extinção da ação de usucapião e a condenação do autor ao pagamento de custas e honorários.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE [LOCAL]

Processo nº: [número do processo]

PREÂMBULO

OPOENTE: [Nome do terceiro interessado, qualificação completa: estado civil, profissão, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência].
OPONENTE: [Nome do autor da ação de usucapião, qualificação completa: estado civil, profissão, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência].
OBJETO: Oposição à Ação de Usucapião.

DOS FATOS

O ora opoente, [nome do terceiro interessado], adquiriu o imóvel objeto da presente lide por meio de um recibo de compra e venda, não possuindo, entretanto, escritura pública do bem. Posteriormente, firmou com o autor da ação de usucapião, [nome do autor], um contrato verbal de comodato, cedendo-lhe o imóvel para que residisse temporariamente até que concluísse a construção de sua própria casa em outro endereço.

Durante o período de ocupação, o opoente decidiu demolir a casa existente no terreno e construir uma nova edificação de dois pavimentos. Para tal, firmou um acordo verbal com o autor, que é pedreiro, no qual este forneceria sua mão de obra em troca de continuar residindo no imóvel. O opoente, por sua vez, arcou integralmente com os custos dos materiais de construção, realizando os depósitos na conta da esposa do autor.

Contudo, agindo de má-fé, o autor passou a adquirir os materiais em seu próprio nome e, agora, utiliza as notas fiscais para alegar que possui direito ao imóvel, pleiteando a usucapião do bem. Tal conduta configura evidente tentativa de se apropriar indevidamente de propriedade alheia, em afronta aos princípios da boa-fé e da função social da posse.

DO DIREITO

A presente oposição encontra fundamento no CPC/2015, art. 682, que assegura ao terceiro juridicamente interessado o direito de intervir em processo alheio para proteger seu direito. No caso em tela, o opoente é legítimo proprietário do imóvel, conforme comprovado pelo recibo de compra e venda e pelos depósitos realizados para aquisição dos materiais de construção.

O contrato verbal de comodato firmado entre as partes caracteriza-se pela cessão gratuita do uso do imóvel, sem transferência de posse ou propriedade, conforme disposto no CCB/2002, art. 579. Assim, o autor da ação de usucapião jamais exerceu posse com animus domini, requisito essencial para a configuração da usucapião, nos termos do CCB/2002, art. 1.238.

Ademais, a conduta do autor viola o princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422, ao tentar se beneficiar de um acordo verbal para usurpar a propriedade do opoente. A boa-f"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Simulação de Voto

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Relatório

Trata-se de oposição à ação de usucapião em que o terceiro interessado, ora opoente, alega ser o legítimo proprietário do imóvel objeto da lide, com base em recibo de compra e venda e na ausência de animus domini por parte do autor da ação de usucapião.

Fundamenta-se a oposição no Código de Processo Civil de 2015 e no Código Civil de 2002, destacando-se a ausência de requisitos essenciais para a configuração da usucapião e a violação ao princípio da boa-fé objetiva.

Voto

Inicialmente, cumpre enfatizar que o presente julgamento encontra fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passa-se à análise da presente demanda.

1. Da análise dos fatos

Verifica-se, pelas provas apresentadas nos autos, que o imóvel objeto da lide foi adquirido pelo opoente mediante recibo de compra e venda, instrumento que, embora não configure título hábil à transferência formal da propriedade, demonstra a posse legítima e o domínio exercido pelo opoente sobre o bem.

Ademais, o contrato verbal de comodato, firmado entre as partes, caracteriza-se pela cessão gratuita do uso do imóvel, sem a transferência do animus domini ao autor da ação de usucapião. Este fato é corroborado pelos depósitos realizados pelo opoente para a aquisição de materiais de construção e pela ausência de conduta que demonstre posse qualificada por parte do autor.

2. Da aplicação do direito

Nos termos do art. 1.238 do Código Civil de 2002, a usucapião exige, entre outros requisitos, a posse exercida com animus domini, o que não se verifica no caso em tela. O autor da ação jamais agiu como proprietário do bem, limitando-se a usufruir do imóvel por mera liberalidade do opoente.

Além disso, a conduta do autor afronta o princípio da boa-fé objetiva, previsto no art. 422 do Código Civil de 2002. A tentativa de se apropriar de propriedade alheia, valendo-se de artifícios e omissões, não pode ser chancelada pelo Poder Judiciário, sob pena de subversão dos princípios que regem o direito de propriedade e a função social da posse.

Por fim, destaca-se que a oposição apresentada pelo terceiro interessado encontra respaldo no art. 682 do Código de Processo Civil de 2015, configurando-se como meio legítimo para a proteção de seu direito de propriedade.

3. Da jurisprudência

A jurisprudência reiterada dos Tribunais Pátrios confirma a possibilidade de terceiros interessados manifestarem oposição diretamente nos autos da ação de usucapião, conforme demonstrado nas ementas mencionadas no corpo da inicial. Ressalte-se que tal entendimento visa à garantia do contraditório e da ampla defesa, pilares do devido processo legal.

Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento nos princípios constitucionais e legais aplicáveis, voto no sentido de julgar procedente a oposição apresentada pelo terceiro interessado, para:

  1. Reconhecer a propriedade do imóvel em favor do opoente;
  2. Extinguir a ação de usucapião proposta pelo autor, nos termos do art. 487, I, do CPC/2015;
  3. Condenar o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

É como voto.

[Assinatura do Magistrado]
[Nome do Magistrado]


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