Modelo de Oposição à Ação de Usucapião com Fundamentação em Contrato de Comodato e Boa-Fé Objetiva
Publicado em: 20/02/2024 CivelEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE [LOCAL]
Processo nº: [número do processo]
PREÂMBULO
OPOENTE: [Nome do terceiro interessado, qualificação completa: estado civil, profissão, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência].
OPONENTE: [Nome do autor da ação de usucapião, qualificação completa: estado civil, profissão, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência].
OBJETO: Oposição à Ação de Usucapião.
DOS FATOS
O ora opoente, [nome do terceiro interessado], adquiriu o imóvel objeto da presente lide por meio de um recibo de compra e venda, não possuindo, entretanto, escritura pública do bem. Posteriormente, firmou com o autor da ação de usucapião, [nome do autor], um contrato verbal de comodato, cedendo-lhe o imóvel para que residisse temporariamente até que concluísse a construção de sua própria casa em outro endereço.
Durante o período de ocupação, o opoente decidiu demolir a casa existente no terreno e construir uma nova edificação de dois pavimentos. Para tal, firmou um acordo verbal com o autor, que é pedreiro, no qual este forneceria sua mão de obra em troca de continuar residindo no imóvel. O opoente, por sua vez, arcou integralmente com os custos dos materiais de construção, realizando os depósitos na conta da esposa do autor.
Contudo, agindo de má-fé, o autor passou a adquirir os materiais em seu próprio nome e, agora, utiliza as notas fiscais para alegar que possui direito ao imóvel, pleiteando a usucapião do bem. Tal conduta configura evidente tentativa de se apropriar indevidamente de propriedade alheia, em afronta aos princípios da boa-fé e da função social da posse.
DO DIREITO
A presente oposição encontra fundamento no CPC/2015, art. 682, que assegura ao terceiro juridicamente interessado o direito de intervir em processo alheio para proteger seu direito. No caso em tela, o opoente é legítimo proprietário do imóvel, conforme comprovado pelo recibo de compra e venda e pelos depósitos realizados para aquisição dos materiais de construção.
O contrato verbal de comodato firmado entre as partes caracteriza-se pela cessão gratuita do uso do imóvel, sem transferência de posse ou propriedade, conforme disposto no CCB/2002, art. 579. Assim, o autor da ação de usucapião jamais exerceu posse com animus domini, requisito essencial para a configuração da usucapião, nos termos do CCB/2002, art. 1.238.
Ademais, a conduta do autor viola o princípio da boa-fé objetiva, previsto no CCB/2002, art. 422, ao tentar se beneficiar de um acordo verbal para usurpar a propriedade do opoente. A boa-f"'>...