Modelo de Pedido de Antecipação de Tutela em Ação de Manutenção de Posse de Imóvel Familiar com Autorização para Aluguel em Benefício de Menores com Deficiência

Publicado em: 21/04/2025 CivelProcesso Civil Advogado Familia
Modelo de petição intermediária apresentada por viúva em nome próprio e de suas filhas menores portadoras de deficiência, nos autos de ação de manutenção de posse contra os irmãos do falecido companheiro, coproprietários do imóvel. O documento requer concessão de tutela antecipada para garantir a posse da autora sobre o imóvel, impedir atos de esbulho e permitir o aluguel do bem, cuja renda é essencial para custear despesas médicas e plano de saúde das filhas em situação de vulnerabilidade. Fundamenta-se no CPC/2015, Código Civil, Constituição Federal e jurisprudência, destacando a presença dos requisitos para tutela de urgência e a proteção aos direitos fundamentais da família e da pessoa com deficiência.

PETIÇÃO INTERMEDIÁRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Ananindeua – Tribunal de Justiça do Estado do Pará
Processo nº 0807800-90.2025.8.14.0006

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. M. da S., viúva, brasileira, do lar, portadora do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 1234567-PA, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, Ananindeua/PA, CEP 67000-000, neste ato representando suas filhas menores B. F. da S. e C. F. da S., ambas portadoras de deficiência, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da Ação de Manutenção de Posse que move em face de D. J. dos S., E. R. dos S. e F. L. dos S., todos brasileiros, irmãos do falecido companheiro da autora, residentes na Rua das Palmeiras, nº 200, Bairro Centro, Ananindeua/PA, CEP 67000-001, endereço eletrônico: [email protected], apresentar a presente Petição Intermediária com Pedido de Antecipação de Tutela.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A autora, A. M. da S., conviveu em união estável com o falecido G. F. dos S. por mais de trinta anos, residindo no imóvel situado à Rua das Flores, nº 100, Ananindeua/PA, desde o início da relação, em 1993. Após o falecimento do companheiro, em 2015, a autora permaneceu no imóvel com suas duas filhas menores, ambas portadoras de deficiência, sem qualquer oposição dos demais coproprietários, irmãos do falecido.

Recentemente, os irmãos do falecido passaram a praticar atos de esbulho possessório, ameaçando a permanência da autora e de suas filhas no imóvel, inclusive impedindo a autora de alugar o bem para custear despesas médicas e o plano de saúde das menores, cuja manutenção é imprescindível para a dignidade e saúde das crianças.

Ressalte-se que a autora necessita, com urgência, da renda proveniente do aluguel do imóvel para garantir o tratamento e o plano de saúde das filhas, sendo o imóvel o único bem de valor significativo da família.

Diante da situação de vulnerabilidade e da iminência de dano irreparável, a autora requer a concessão de tutela antecipada para garantir sua posse e o direito de alugar o imóvel, afastando qualquer turbação ou esbulho praticado pelos réus.

4. DO DIREITO

4.1. DA MANUTENÇÃO DE POSSE E DA TUTELA ANTECIPADA

O direito à proteção possessória encontra respaldo no CPC/2015, art. 561, que exige, para a concessão da manutenção de posse, a demonstração da posse, da turbação ou esbulho praticado pelo réu, da data do esbulho e da continuação da posse. No caso em tela, a autora exerce a posse mansa e pacífica do imóvel há mais de trinta anos, tendo sido surpreendida por atos de esbulho praticados pelos irmãos do falecido companheiro, que passaram a ameaçar sua permanência e impedir a fruição do bem.

O CCB/2002, art. 1.210 assegura ao possuidor o direito de ser mantido ou reintegrado na posse em caso de turbação ou esbulho, cabendo ao juiz conceder medidas liminares para resguardar a posse, especialmente quando demonstrado o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.

A tutela de urgência, prevista no CPC/2015, art. 300, pode ser concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. No presente caso, a autora preenche ambos os requisitos: a posse de longa data, a vulnerabilidade das filhas menores com deficiência e a necessidade de alugar o imóvel para custear despesas essenciais evidenciam o perigo de dano irreparável.

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à saúde (CF/88, art. 6º) reforçam o dever do Estado de proteger a autora e suas filhas, especialmente diante da situação de vulnerabilidade social e econômica. Impedir a autora de alugar o imóvel para garantir o tratamento das menores configura violação a direitos fundamentais.

4.2. DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA

A concessão da tutela antecipada exige a presença do fumus boni iuris (probabilidade do direito) e do periculum in mora (perigo da demora). A autora comprova a posse contínua e pacífica do imóvel, bem como a turbação praticada pelos réus, que ameaçam sua permanência e impedem a fruição do bem. O perigo de dano é evidente, pois a renda do aluguel é imprescindível para o"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de pedido de antecipação de tutela em Ação de Manutenção de Posse, ajuizada por A. M. da S., em benefício próprio e de suas filhas menores portadoras de deficiência, em face de D. J. dos S., E. R. dos S. e F. L. dos S., irmãos do falecido companheiro da autora.

A autora alega que reside no imóvel objeto da lide há mais de trinta anos, desde o início da união estável com o falecido companheiro, e que, após o seu falecimento, permaneceu no imóvel com suas filhas, sem oposição dos coproprietários até o momento em que, recentemente, os réus passaram a praticar atos de esbulho possessório, ameaçando sua permanência e impedindo o aluguel do bem, renda esta que seria imprescindível para despesas médicas e plano de saúde das menores.

Requer, liminarmente, a concessão de tutela antecipada para garantir sua posse e o direito de alugar o imóvel, afastando qualquer turbação ou esbulho praticado pelos réus.

II. Fundamentação

2.1. Da aplicação do art. 93, IX, da Constituição Federal

O art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 determina que \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, o presente voto apresenta a análise dos fatos à luz do direito aplicável, explicitando as razões de decidir.

2.2. Dos Requisitos para a Tutela Antecipada e Manutenção de Posse

O Código de Processo Civil (CPC/2015, art. 561) exige para concessão da manutenção de posse: a posse, a turbação ou esbulho, a data do esbulho e a continuação da posse. No caso dos autos, restou comprovada a posse da autora, por mais de trinta anos, mansa e pacífica, e os recentes atos de esbulho praticados pelos réus, que ameaçam sua permanência e impedem o exercício pleno do direito de fruição do imóvel.

O Código Civil (CCB/2002, art. 1.210) assegura ao possuidor o direito de ser mantido ou reintegrado na posse em caso de turbação ou esbulho, cabendo ao juiz conceder medidas liminares para resguardar a posse, notadamente quando evidenciado o perigo de dano irreparável.

O art. 300 do CPC/2015 prevê a concessão da tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano (periculum in mora). No presente caso, a autora preenche ambos os requisitos: a posse de longa data, a situação de vulnerabilidade das filhas menores com deficiência, e a necessidade de alugar o imóvel para custear despesas essenciais.

Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à saúde (CF/88, art. 6º) impõem ao Estado o dever de proteção, principalmente diante da vulnerabilidade social e econômica demonstrada nos autos.

2.3. Jurisprudência Aplicável

Jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reconhece a possibilidade de manutenção da posse da autora em hipóteses similares (TJSP, AI Acórdão/TJSP), destacando a prudência em garantir a posse do bem até o deslinde final do feito quando a autora reside no imóvel há muitos anos, sem oposição dos demais coproprietários, até o surgimento dos atos de esbulho.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido de antecipação de tutela, nos termos do art. 300 do CPC/2015 e art. 1.210 do Código Civil, para:

  • Garantir a manutenção da posse da autora, A. M. da S., sobre o imóvel situado na Rua das Flores, nº 100, Ananindeua/PA,
  • Reconhecer o direito da autora de alugar o referido bem, afastando quaisquer atos de esbulho ou turbação praticados pelos réus,
  • Determinar que os réus se abstenham de praticar qualquer ato que impeça a autora de exercer plenamente a posse e o direito de alugar o imóvel, sob pena de multa diária a ser fixada em posterior decisão,
  • Determinar a intimação dos réus para apresentação de defesa,
  • Conceder os benefícios da justiça gratuita à autora, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

Confirmo a tutela antecipada ora concedida até o julgamento final da ação, consolidando a manutenção da posse da autora sobre o imóvel, com o reconhecimento do direito de alugar o bem para custear as despesas de saúde das filhas menores.

Condeno os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, a serem fixados oportunamente.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

Ante o exposto, CONHEÇO do pedido e JULGO PROCEDENTE a antecipação de tutela, nos termos acima.

 

Ananindeua/PA, 18 de junho de 2025.
Juiz de Direito


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