Modelo de Pedido de Interdição com Curatela Provisória e Internação Compulsória de Pessoa com Dependência Alcoólica

Publicado em: 22/11/2024 Familia
Esta ação visa obter a interdição de um indivíduo devido à incapacidade de gerir a própria vida em razão do uso abusivo de álcool, classificado como hébrio habitual, e apresentar pedidos de curatela provisória e internação compulsória. O objetivo é proteger tanto o Requerido quanto os familiares, que se encontram em risco diante dos comportamentos agressivos e desequilibrados do interditando. A peça fundamenta-se em normas que buscam garantir a proteção e a dignidade da pessoa humana, proporcionando o tratamento adequado ao Requerido.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE [CIDADE/UF]

AÇÃO DE INTERDIÇÃO - CURATELA PROVISÓRIA C/C INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA

Requerentes: [Nomes dos Requerentes], [estado civil], [profissão], portadores dos CPF [números], com endereços residenciais na [endereço completo], e-mails: [endereços eletrônicos]

Requerido: [Nome do Requerido], [estado civil], [profissão], portador do CPF [número], residente na [endereço completo]

Valor da Causa: R$ [valor da causa]

DOS FATOS

Os Requerentes são filhos do Requerido, que sofre de problemas crônicos com o uso abusivo de bebidas alcoólicas, sendo identificado como hébrio habitual, conforme classificação CID F10. O Requerido já passou por internação no período de 16/07/2024 até 12/08/2024, mas, mesmo com o tratamento, conseguiu permanecer apenas um mês em abstinência, retornando posteriormente ao vício.

Desde o retorno ao uso abusivo de álcool, o Requerido tem demonstrado comportamentos extremamente agressivos e desequilibrados, embriagando-se e ameaçando familiares, incluindo declarações de que vai pôr fogo no imóvel onde residem. Em virtude dessas ameaças e pela insegurança sentida pela família, a esposa do Requerido, Sra. C. [inicial do sobrenome], solicitou uma medida protetiva, a qual foi concedida em 09/11/2024, determinando o afastamento do Requerido do lar.

No entanto, o Requerido não tem respeitado a medida protetiva, tendo, em diversas ocasiões, aparecido na residência da família, violando a ordem judicial e proferindo ameaças. A situação tem causado imenso desgaste e medo aos Requerentes, que estão extremamente preocupados com a segurança de sua mãe, Sra. C.

Atualmente, a mãe dos Requerentes trabalha de maneira informal, acompanhando uma senhora idosa, sendo necessário pernoitar algumas noites por semana na residência da idosa. Contudo, o Requerido, ignorando qualquer limite, teve a audácia de entrar em contato com a filha da idosa, também proferindo ameaças, o que tem colocado em risco a subsistência da Sra. C., bem como prejudicado o ambiente de trabalho e o bem-estar da família assistida.

Além disso, o Requerido tem apresentado comportamentos que indicam um agravamento progressivo de sua condição, como delírios persecutórios, surtos de agressividade sem qualquer provocação e episódios de desorientação temporal e espacial. Estes comportamentos aumentam consideravelmente o risco para todos ao seu redor, especialmente para os familiares mais próximos, que acabam sendo os principais alvos de suas ameaças e atitudes violentas. A situação se tornou insustentável e, a cada dia, os Requerentes convivem com o medo constante de que algo mais grave possa ocorrer.

Diante dos reiterados episódios de agressividade, ameaças e da recusa do Requerido em seguir tratamentos voluntários, torna-se necessário e urgente buscar uma medida mais eficaz que assegure não só o bem-estar do Requerido, mas também a proteção da família e da comunidade que se vê em risco. Os Requerentes acreditam que a única forma de garantir a segurança de todos e proporcionar ao Requerido a chance de recuperação é por meio da interdição e internação compulsória, a fim de que ele receba o tratamento adequado em ambiente seguro.

DO DIREITO

A presente ação de interdição e curatela provisória com internaçã"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

I - Narrativa dos Fatos e Fundamentos de Direito

Os Requerentes são filhos do Requerido, que se encontra em uma situação crítica de dependência do uso de bebidas alcoólicas. O Requerido é classificado como hébrio habitual, conforme a CID F10, e já foi submetido a um período de internação de 16 de julho a 12 de agosto de 2024, sem, contudo, obter sucesso duradouro na recuperação, pois voltou ao uso abusivo do álcool em poucas semanas. Desde então, a situação do Requerido tem se agravado, evidenciando comportamentos cada vez mais descontrolados, agressivos e ameaçadores.

O Requerido proferiu ameaças contra os próprios familiares, chegando a declarar sua intenção de atear fogo na residência da família. Tal conduta levou a Sra. C., esposa do Requerido, a solicitar uma medida protetiva, que foi concedida em 9 de novembro de 2024, determinando o afastamento do Requerido do lar. No entanto, o Requerido tem desrespeitado reiteradamente essa ordem judicial, retornando à residência familiar e ameaçando os presentes, o que tem causado grande temor e insegurança.

Além disso, o Requerido invadiu o espaço de trabalho da Sra. C., proferindo ameaças contra uma terceira pessoa (filha da idosa que é acompanhada pela Sra. C.), colocando em risco a subsistência da esposa e dificultando a continuidade de seu trabalho. Comportamentos recentes, como delírios persecutórios, agressividade sem provocação e desorientação temporal e espacial, indicam o agravamento da condição mental do Requerido.

Diante dos riscos para a integridade física da família e da incapacidade do Requerido de seguir tratamentos voluntários, os Requerentes decidiram pleitear a sua interdição, buscando a curatela provisória e internação compulsória para garantir tanto a segurança do Requerido quanto de seus familiares. A medida de internação compulsória, além de proteger terceiros, visa proporcionar o tratamento adequado ao Requerido, promovendo sua saúde e reintegração social.

II - Fundamentos Jurídicos para a Interdição e Internação Compulsória

A interdição e curatela provisória têm fundamento no Código Civil de 2002 (art. 1.767, III), que trata da incapacidade de pessoas que, por enfermidade ou deficiência mental, não têm o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. No presente caso, a condição do Requerido, como hébrio habitual, se encaixa nessa situação, visto que ele apresenta uma incapacidade de gerir sua vida e proteger a integridade de seus bens, sendo necessário que terceiros assumam a administração de seus atos civis.

O pedido de internação compulsória também encontra respaldo na Lei 10.216/2001, que regula a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais. Segundo o art. 6º, § 1º, essa internação é justificável quando há risco para o próprio interditando ou para terceiros, sendo essa a situação apresentada, dado o comportamento agressivo e as ameaças reiteradas contra seus familiares.

Além disso, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 1º, III, destaca a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, a internação compulsória busca assegurar ao Requerido o direito a um tratamento adequado e digno, que lhe permita retomar o controle de sua vida e garantir uma convivência pacífica com seus familiares.

Os Requerentes também solicitam a concessão de tutela de urgência, conforme o CPC/2015, art. 300, uma vez que há elementos que evidenciam a probabilidade do direito (problemas psiquiátricos do Requerido, seu comportamento agressivo, e a violação de medidas protetivas) e o perigo de dano irreparável (ameaças constantes à integridade física da família).

III - Defesas que Podem Ser Opostas pela Parte Contrária

  1. Capacidade Civil do Requerido: A parte contrária poderá alegar que o Requerido possui plena capacidade de entendimento e discernimento, argumentando que ele não se encontra em estado de incapacidade civil que justifique a sua interdição. Poderá ainda sustentar que o Requerido possui períodos de lucidez e que suas ações foram pontuais e motivadas por eventos externos, que não caracterizam uma incapacidade permanente.

  2. Violação ao Direito de Liberdade do Requerido: A defesa pode alegar que a internação compulsória viola o direito à liberdade do Requerido, previsto na Constituição Federal, art. 5º, XV. Alega-se que a internação compulsória só deveria ser utilizada em última instância, quando outras medidas terapêuticas e sociais forem totalmente ineficazes, e que, no presente caso, não se tentou outras abordagens menos restritivas.

  3. Inadequação das Medidas Propostas: Pode ser argumentado que as medidas propostas pelos Requerentes são inadequadas e excessivamente restritivas. A defesa poderá alegar que, ao invés de uma curatela provisória e internação compulsória, seria mais razoável a adoção de medidas menos invasivas, como acompanhamento médico regular, tratamento ambulatorial ou aplicação de medidas protetivas com monitoramento mais rigoroso.

IV - Conceitos e Definições Importantes

  1. Curatela Provisória: A curatela provisória é a nomeação temporária de um curador para representar e gerir os atos da vida civil de uma pessoa que se encontra incapaz de fazê-lo por si mesma. No caso, os filhos do Requerido pedem a curatela provisória para proteger o pai, que é incapaz de gerir sua vida em decorrência da dependência alcoólica.

  2. Internação Compulsória: Refere-se à medida de internação psiquiátrica determinada por ordem judicial, independentemente da vontade da pessoa internada. Essa medida é justificada quando a pessoa representa risco a si mesma ou a terceiros e não tem condições de decidir por um tratamento voluntário.

  3. Hébrio Habitual: A expressão "hébrio habitual" refere-se à pessoa que faz uso abusivo de bebidas alcoólicas de forma constante, a ponto de afetar sua capacidade de discernimento e funcionamento social. Essa condição é classificada pelo CID F10 e é uma das causas que pode justificar a interdição.

  4. Dignidade da Pessoa Humana: A dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental garantido pela Constituição Federal, que impõe a proteção dos direitos humanos em sua integralidade, assegurando tratamento digno e respeito aos direitos individuais, incluindo o direito à saúde e à integridade.

V - Considerações Finais sobre o Modelo de Peça Processual

O modelo de ação de interdição com curatela provisória e internação compulsória é utilizado quando o interditando se encontra em uma situação que compromete seriamente sua capacidade de cuidar de si mesmo e de proteger os direitos dos familiares. No presente caso, a dependência alcoólica do Requerido e seus comportamentos agressivos e ameaçadores colocam em risco a sua integridade e a de seus familiares, justificando as medidas judiciais requeridas pelos filhos.

A peça processual apresenta, de forma clara e detalhada, os fatos que evidenciam a incapacidade do Requerido, bem como fundamenta juridicamente a necessidade das medidas requeridas, utilizando normas constitucionais, civis e processuais. O pedido de curatela e internação compulsória busca não apenas proteger terceiros, mas também garantir ao Requerido a possibilidade de tratamento e recuperação, assegurando sua dignidade e promovendo a segurança de todos os envolvidos.

Ao mesmo tempo, o modelo também antecipa as possíveis defesas da parte contrária, que pode alegar a capacidade do Requerido, a violação de direitos fundamentais, e a inadequação das medidas propostas. No entanto, as circunstâncias de risco e o comportamento reiterado do Requerido fortalecem a argumentação dos Requerentes quanto à necessidade da interdição e internação.

Esta ação de interdição reflete a complexidade de casos envolvendo saúde mental e segurança familiar, visando garantir a proteção de todos os envolvidos e a promoção da dignidade humana.


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