Modelo de Pedido de Liberdade Provisória com Fundamentação no Art. 310, III do CPP para Acusados de Tráfico sem Indícios de Periculosidade e com Residência Fixa

Publicado em: 10/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de petição de pedido de liberdade provisória formulado com base no CPP, art. 310, inciso III, em favor de dois acusados presos em flagrante por suposto tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput). O documento destaca a ausência de elementos que justifiquem a prisão preventiva, como o risco à ordem pública ou à instrução criminal, especialmente para um dos acusados que é primário, possui residência fixa e não foi encontrado no local da apreensão. O pedido inclui, alternativamente, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, conforme o CPP, art. 319, e é acompanhado de documentos comprobatórios e jurisprudência favorável.

PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Guarulhos – SP

2. QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO E DOS AUTOS

Processo nº 1509716-98.2025.8.26.0228

M. S. L. S., brasileiro, solteiro, profissão não informada, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº XXX, Guarulhos/SP, com endereço eletrônico email@email.com;

R. J. DA S., brasileiro, solteiro, profissão não informada, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XXX, Guarulhos/SP, com endereço eletrônico reinaldo@email.com;

vêm, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com fundamento no CPP, art. 310, III, e demais dispositivos aplicáveis, requerer a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA, nos termos que seguem.

3. DOS FATOS

No dia 9 de abril de 2025, os acusados foram presos em flagrante por suposta prática do crime previsto na Lei 11.343/2006, art. 33, caput, após denúncia anônima que levou a Polícia Militar ao apartamento 103 de um prédio localizado na Rua XX, Guarulhos/SP.

No local, foram encontrados entorpecentes e apetrechos utilizados para o preparo e comercialização de drogas. O acusado J. confessou a posse dos entorpecentes e estava no interior do apartamento no momento da abordagem, sendo ele o único a assumir a responsabilidade pelos ilícitos.

O acusado M., irmão de J., foi preso no mesmo prédio, porém em outro apartamento, pertencente à sua sogra, D. S. L., onde se encontrava no momento da prisão. Ressalta-se que M. é primário, possui residência fixa e não foi encontrado no local onde estavam as drogas. Apresenta, inclusive, comprovante de residência da sogra, confirmando sua versão.

Já o acusado R. foi preso na porta de um bar, distante do local da apreensão dos entorpecentes. Embora ostente antecedentes criminais, não foi flagrado em posse de substâncias ilícitas nem no interior do imóvel onde se deu a apreensão.

4. DO DIREITO

A prisão preventiva deve ser medida excepcional, conforme preceitua o CPP, art. 312, sendo cabível apenas quando presentes os requisitos do fumus comissi delicti (indícios suficientes de autoria e materialidade) e o periculum libertatis (risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal).

No caso de M., não há qualquer elemento que demonstre risco à ordem pública ou à instrução criminal. O acusado é primário, possui residência fixa e não foi preso no local onde estavam os entorpecentes. Sua prisão ocorreu em outro apartamento, pertencente à sogra, o que afasta a vinculação direta com o crime.

Quanto a R., embora possua antecedentes, foi preso fora do local dos fatos, não sendo encontrado com drogas ou objetos"'>...

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I – RELATÓRIO

Trata-se de pedido de liberdade provisória formulado em favor dos acusados M. S. L. S. e R. J. da S., presos em flagrante no dia 9 de abril de 2025, pela suposta prática do crime tipificado na Lei 11.343/2006, art. 33, caput.

Consta dos autos que M. foi preso em apartamento distinto daquele onde foram encontrados os entorpecentes, estando no imóvel de sua sogra, com quem reside. Ressalta-se que é primário, possui residência fixa e não foi flagrado com substâncias ilícitas. Já R. foi detido nas proximidades do local, em frente a um bar, sem que tenha sido encontrado em sua posse qualquer droga.

II – FUNDAMENTAÇÃO

Conforme preceitua a CF/88, art. 93, IX, \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, passo à análise do pedido.

A prisão preventiva possui natureza excepcional, devendo ser aplicada apenas em hipóteses em que se verifique a presença cumulativa dos requisitos previstos no CPP, art. 312: indícios suficientes de autoria e materialidade (fumus comissi delicti) e a necessidade da medida para garantia da ordem pública, da instrução criminal ou da aplicação da lei penal (periculum libertatis).

No caso de M., não se verifica a presença do periculum libertatis. O acusado é primário, possui residência fixa e não foi encontrado no local da apreensão das drogas. Sua prisão deu-se em outro imóvel, e não há elementos que demonstrem periculosidade social ou risco à instrução do processo.

Quanto a R., embora possua antecedentes criminais, não foi detido no local dos fatos, tampouco com qualquer substância ilícita. A simples presença nas imediações não autoriza, por si só, a manutenção da prisão preventiva, notadamente diante da ausência de risco concreto à ordem pública ou à instrução criminal.

O princípio da presunção de inocência, insculpido na CF/88, art. 5º, inciso LVII, veda a antecipação da pena. Ademais, a Lei 12.403/2011 introduziu no ordenamento jurídico as medidas cautelares diversas da prisão, previstas no CPP, art. 319, as quais devem ser priorizadas sempre que suficientes para assegurar o regular andamento do processo penal.

Jurisprudência consolidada endossa esse entendimento:

“Após a edição da Lei 12.403/2011, o instituto da prisão preventiva tornou-se exceção, aplicável somente quando não for possível a aplicação de qualquer medida cautelar. (...) Ordem concedida.” (TJSP, 16ª Câmara de Direito Criminal, HC Acórdão/TJSP)

“Paciente primário, com residência fixa e sem antecedentes. (...) Ordem parcialmente concedida para substituir a prisão do paciente por outras medidas cautelares previstas no CPP, art. 319. (TJRJ, Quinta Câmara Criminal, HC Acórdão/TJRJ)

III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, com fundamento no CPP, art. 310, inciso III, e nos princípios constitucionais da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) e do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), concedo a liberdade provisória aos acusados M. S. L. S. e R. J. da S., mediante a imposição das seguintes medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do CPP, art. 319:

  1. Comparecimento periódico em juízo, no prazo e condições a serem fixadas pelo juízo de origem, para informar e justificar suas atividades;
  2. Proibição de se ausentarem da Comarca sem prévia autorização judicial;
  3. Proibição de manterem contato com os demais corréus e testemunhas do processo;
  4. Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga.

Expeça-se alvará de soltura, se por outro motivo não estiverem presos, com as devidas advertências legais quanto ao descumprimento das medidas impostas.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Guarulhos, 15 de abril de 2025.

_______________________________________
Dr. J. da S. M.
Juiz de Direito


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