Modelo de Pedido de Liberdade Provisória com Fundamentação na Ausência dos Requisitos da Prisão Preventiva e Possibilidade de Medidas Cautelares Diversas – Processo Criminal envolvendo Furto e Tráfico de Drogas – 3ª Vara Criminal de Rio Verde/GO

Publicado em: 14/11/2024 Constitucional Direito Penal Processo Penal
Modelo completo de pedido de liberdade provisória formulado em favor de réu primário, sem antecedentes criminais, preso em flagrante por suposta prática de furto e porte de drogas, com fundamentação detalhada na ausência dos requisitos do art. 312 do CPP para a prisão preventiva, possibilidade de substituição por medidas cautelares diversas (art. 319 do CPP), afronta aos princípios da presunção de inocência, proporcionalidade e homogeneidade, além de jurisprudência atualizada. O modelo contempla qualificação das partes, exposição detalhada dos fatos, fundamentos jurídicos, pedidos objetivos, rol de documentos e sugestão de medidas alternativas à prisão. Indicado para advogados atuantes na área criminal.

PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Verde – Estado de Goiás.

Processo nº: [inserir número do processo]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: E. P. S., brasileiro, solteiro, profissão [informar], portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], residente e domiciliado à [informar endereço completo], endereço eletrônico: [informar e-mail].

Advogado: [Nome do advogado], inscrito na OAB/UF sob o nº [informar], com escritório profissional à [informar endereço completo], endereço eletrônico: [informar e-mail].

Requerido: Ministério Público do Estado de Goiás.

3. DOS FATOS

No dia 07 de novembro de 2024, o Requerente E. P. S. foi preso em flagrante, após diligências da Companhia de Patrulhamento Especializado (CPE) relacionadas a uma ocorrência de furto. Segundo consta nos autos, a Sra. Raimunda Cândida da Silva, moradora da residência onde foram localizados diversos objetos supostamente furtados, teria franqueado a entrada dos policiais, que encontraram joias e outros pertences atribuídos ao Requerente. Ademais, durante abordagem veicular nas proximidades, foram localizadas uma balança de precisão e pequenas porções de substâncias análogas a crack e maconha no interior do veículo do Requerente.

O Requerente, usuário de drogas, alega ser vítima de perseguição policial, afirmando que as substâncias entorpecentes e a balança de precisão foram implantadas pelos próprios agentes, que teriam utilizado de violência física para forçá-lo a confessar o paradeiro de suposto traficante. Ressalta-se que o Requerente não possui antecedentes criminais, possui residência fixa e exerce atividade laborativa lícita, sendo pessoa conhecida na comunidade local.

A decisão homologatória da prisão em flagrante, proferida por este Juízo, fundamentou-se na existência de indícios de autoria e materialidade, bem como na gravidade dos fatos, convertendo a custódia em prisão preventiva. Entretanto, a defesa entende que não estão presentes os requisitos autorizadores da segregação cautelar, motivo pelo qual pugna pela concessão da liberdade provisória, com ou sem aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

Diante desse contexto fático, busca-se a tutela jurisdicional para que o Requerente possa responder ao processo em liberdade, garantindo-se, assim, o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, conforme preconizado pela Constituição Federal.

4. DO DIREITO

4.1. DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E DA EXCEPCIONALIDADE DA PRISÃO CAUTELAR

O princípio da presunção de inocência, consagrado na CF/88, art. 5º, LVII, estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. A prisão cautelar, por sua natureza excepcional, somente deve ser decretada quando presentes os requisitos do CPP, art. 312, quais sejam: garantia da ordem pública, da ordem econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.

O Requerente é primário, possui residência fixa e exerce atividade lícita, não havendo elementos concretos que indiquem risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. A manutenção da prisão preventiva, nessas condições, afronta o princípio da proporcionalidade, devendo ser substituída por medidas cautelares diversas, nos termos do CPP, art. 319.

4.2. DA POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO

A Lei 12.403/2011 e a Lei 13.964/2019 introduziram importantes alterações no sistema processual penal, privilegiando a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, em consonância com o princípio da ultima ratio da custódia cautelar. O CPP, art. 319, elenca diversas medidas que podem ser aplicadas, como comparecimento periódico em juízo, proibição de acesso a determinados lugares, recolhimento domiciliar, dentre outras.

No caso em tela, não há elementos concretos que justifiquem a segregação cautelar do Requerente, sendo plenamente possível a aplicação de medidas alternativas, suficientes para garantir o regular andamento do processo e a ordem pública.

4.3. DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA E CONCRETA PARA A PRISÃO PREVENTIVA

A decisão que converteu a prisão em flagrante em preventiva fundamentou-se genericamente na gravidade abstrata dos delitos imputados (receptação e tráfico de drogas), sem demonstrar, de forma individualizada, a necessidade da medida extrema. A jurisprudência do STJ e do STF é pacífica no sentido de que a gravidade em abstrato não autoriza, por si só, a prisão preventiva, sendo imprescindível a demonstração de elementos concretos que evidenciem o fumus comissi delicti e o periculum "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Voto do Magistrado

I. RELATÓRIO

Trata-se de pedido de liberdade provisória formulado por E. P. S., preso em flagrante no dia 07 de novembro de 2024 por suposta prática dos crimes de furto, receptação e tráfico de drogas, conforme narrado nos autos. Consta que o acusado é primário, possui residência fixa, exerce atividade laborativa lícita e não possui antecedentes criminais. A defesa sustenta a ausência dos requisitos autorizadores da segregação cautelar, pugnando pela concessão da liberdade provisória, com ou sem aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

A prisão em flagrante foi convertida em preventiva por este Juízo, fundamentando-se na gravidade dos fatos e na existência de indícios de autoria e materialidade. A defesa alega constrangimento ilegal, por inexistirem elementos concretos que justifiquem a manutenção da custódia.

É o relatório. Decido.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Do controle constitucional da decisão – art. 93, IX, da CF/88

Preceitua o art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”. Assim, impõe-se a análise cuidadosa do caso concreto à luz dos fatos e dos fundamentos jurídicos aplicáveis.

2. Da presunção de inocência e excepcionalidade da prisão cautelar

O art. 5º, LVII, da CF/88 consagra a presunção de inocência: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. A prisão cautelar possui natureza excepcional, sendo admitida apenas quando preenchidos os requisitos do art. 312 do CPP: garantia da ordem pública, da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.

No caso, verifico que o Requerente é primário, possui residência fixa e ocupação lícita, não havendo notícias de antecedentes ou elementos concretos que demonstrem periculosidade acentuada ou risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal.

3. Da possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão

Com o advento da Lei 12.403/2011 e da Lei 13.964/2019, o sistema processual passou a privilegiar a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão (CPP, art. 319), cabíveis quando a prisão se revela desproporcional, como no presente caso. A jurisprudência pátria, inclusive do STJ e STF, é firme no sentido de que a gravidade abstrata do delito não autoriza, por si só, a custódia preventiva.

4. Da ausência de fundamentação idônea e concreta

A decisão que converteu a prisão em preventiva baseou-se, em grande parte, na gravidade abstrata dos delitos imputados. Não há, nos autos, elementos individualizados que demonstrem risco concreto à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. Ressalte-se, ainda, que o Requerente não apresenta antecedentes e não há indícios de que, solto, possa frustrar a instrução ou furtar-se à aplicação da lei penal.

5. Da proporcionalidade e homogeneidade

O princípio da proporcionalidade, implícito na CF/88 e expresso no art. 282, §6º, do CPP, impõe que a prisão preventiva seja a ultima ratio. A medida cautelar não pode ser mais gravosa do que a eventual pena a ser aplicada, sobretudo diante da primariedade do acusado e da pequena quantidade de substância apreendida, conforme ressaltado pela defesa e pela jurisprudência colacionada.

6. Da jurisprudência

Os precedentes dos Tribunais de Justiça do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro, juntados aos autos, reconhecem a possibilidade de concessão de liberdade provisória, com a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, para réus primários e em situações análogas, em consonância com o entendimento consolidado dos tribunais superiores.

III. DISPOSITIVO

Diante do exposto, julgo procedente o pedido e concedo a liberdade provisória ao Requerente E. P. S., mediante imposição das seguintes medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP:

  • Comparecimento periódico em juízo, para informar e justificar suas atividades (art. 319, I, CPP);
  • Proibição de ausentar-se da Comarca sem prévia autorização judicial (art. 319, IV, CPP);
  • Proibição de manter contato com as testemunhas arroladas (art. 319, III, CPP).

Advirto que o descumprimento injustificado das medidas impostas poderá acarretar a revogação do benefício e decretação da prisão preventiva.

Oficie-se à autoridade policial e ao Ministério Público para ciência e providências.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

IV. CONCLUSÃO

Assim, conheço do pedido e dou-lhe provimento, concedendo a liberdade provisória ao Requerente, com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, nos termos acima expostos.

Rio Verde, [data do julgamento].

[Assinatura do Magistrado]
Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Verde – GO


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