Modelo de Pedido de Revogação de Mandado de Prisão com Fundamentação na Lei de Execução Penal e Princípios Constitucionais

Publicado em: 28/01/2025 Direito Penal Processo Penal
Petição apresentada ao Juízo da Vara de Execuções Penais da Comarca de Goiás requerendo a revogação de mandado de prisão expedido contra o reeducando Marquiel Lima Araújo. Fundamenta-se no art. 118, §2º, da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) e nos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/88), argumentando a ausência de prévia oitiva judicial e a desproporcionalidade da medida. Apresenta jurisprudências relevantes e solicita audiência de justificação, além de medidas alternativas à prisão.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE GOIÁS

Processo nº: 7000535-18.2024.8.09.0137

PREÂMBULO

MARQUIEL LIMA ARAÚJO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 118, §2º, da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal), bem como nos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), apresentar o presente PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

Versa o presente processo sobre a execução penal instaurada em desfavor do reeducando MARQUIEL LIMA ARAÚJO, que foi intimado das condições para cumprimento da pena em regime semiaberto no dia 22/08/2024, conforme consta no movimento 28.1.

Contudo, no movimento 29.1, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGPP) informou que o reeducando não compareceu à Unidade Prisional para dar início ao cumprimento da pena. Diante disso, o Ministério Público manifestou-se pela decretação da prisão do apenado, com base no art. 118, I, da Lei nº 7.210/84, o que culminou na regressão cautelar do regime prisional para o fechado e na expedição de mandado de prisão.

A defesa, no entanto, entende que a decisão carece de fundamentação suficiente e desrespeita o direito do reeducando à prévia oitiva judicial, conforme prevê o art. 118, §2º, da Lei de Execução Penal.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o art. 118, §2º, da Lei nº 7.210/84 (LEP) estabelece que, para a regressão definitiva de regime, é imprescindível a prévia oitiva do apenado em juízo. Tal dispositivo visa assegurar o contraditório e a ampla defesa, princípios basilares do ordenamento jurídico brasileiro, previstos no art. 5º, LV, da CF/88.

No caso em tela, observa-se que a regressão cautelar do regime prisional foi decretada sem que o reeducando fosse previamente ouvido, configurando flagrante violação ao devido processo legal. A ausência de oitiva judicial compromete a validade da decisão, uma vez que impede o apenado de apresentar justificativas ou esclarecimentos acerca de sua ausência na Unidade Prisional.

Além disso, a decretação da prisão como medida para viabilizar o início do cumprimento da pena revela-se desproporcional e desnecessária, especialmente considerando que existem medidas alternativas menos gravosas que poderiam ser adotadas, como a intimação pessoal do reeducando para comparecimento imediato ou a a"'>...

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Informações complementares

Aqui está a simulação do voto do magistrado em formato HTML, com base no documento jurídico apresentado:

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de pedido de revogação de mandado de prisão apresentado por MARQUIEL LIMA ARAÚJO, fundamentado no art. 118, §2º, da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal), e nos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988). A defesa alega que a decisão de regressão cautelar do regime prisional para o fechado foi decretada sem a prévia oitiva judicial do apenado, configurando violação ao devido processo legal.

Fundamentação

A análise dos autos evidencia que a regressão cautelar de regime foi determinada com base na ausência do reeducando à Unidade Prisional, conforme informado pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária. Todavia, a Lei nº 7.210/84, em seu art. 118, §2º, é clara ao estabelecer que a regressão definitiva de regime exige a prévia oitiva do apenado, em respeito aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/88).

A ausência de oitiva judicial compromete a validade da decisão, uma vez que o reeducando não teve a oportunidade de justificar sua ausência ou apresentar esclarecimentos. A jurisprudência reiterada, tanto de tribunais estaduais quanto do Superior Tribunal de Justiça, tem reconhecido que a ausência de oitiva judicial configura nulidade absoluta, conforme exemplificado no seguinte precedente:

TJSP (1ª Câmara de Direito Criminal) - Agravo de Execução Penal / Pena Privativa de Liberdade Acórdão/TJSP - Araçatuba - Rel.: Des(ª). Andrade Sampaio - J. em 02/03/2023 - DJ 02/03/2023:
\"Para a regressão definitiva de regime carcerário, é imprescindível a prévia oitiva do apenado em juízo. Precedentes deste E. Tribunal e do C. STJ. De rigor que outra decisão seja proferida, após a oitiva judicial do reeducando e apresentação de defesa técnica. Decisão anulada. Agravo provido.\"

No caso em tela, a decretação de prisão como medida para viabilizar o início do cumprimento da pena revela-se desproporcional e desnecessária, havendo outras medidas alternativas menos gravosas, como a intimação pessoal ou a aplicação de monitoramento eletrônico.

Assim, em respeito ao devido processo legal e aos princípios constitucionais aplicáveis, concluo que a decisão que decretou a regressão cautelar de regime e expediu o mandado de prisão carece de fundamentação suficiente e deve ser anulada.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente o pedido formulado pela defesa, para:

  1. Revogar o mandado de prisão expedido em desfavor de MARQUIEL LIMA ARAÚJO;
  2. Determinar a designação de audiência de justificação, nos termos do art. 118, §2º, da Lei nº 7.210/84, para que o reeducando possa apresentar suas razões e esclarecimentos;
  3. Intimar pessoalmente o reeducando para comparecimento à Unidade Prisional, como medida alternativa à prisão;
  4. Garantir ao apenado o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, em observância ao art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988.

Determino, ainda, a intimação das partes para ciência desta decisão e a adoção das providências necessárias para seu cumprimento.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Goiás, 15 de outubro de 2024.

Magistrado: Nome do Juiz
Vara: Vara de Execuções Penais
Assinatura: ___________________________

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