Modelo de Pedido Judicial de Concessão de Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência com Fundamentação Constitucional e Legal

Publicado em: 26/02/2025 Processo Civil
Petição inicial proposta por V. S. de A. contra o INSS, pleiteando a concessão do Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC). O autor, portador de cegueira total no olho esquerdo e em situação de vulnerabilidade social, teve o pedido administrativo indeferido sob a justificativa de ausência de impedimento de longo prazo. A peça fundamenta o pedido nos artigos 203, V, da Constituição Federal, 20 da Lei 8.742/1993, jurisprudências do STJ e solicita tutela de urgência, produção de provas e condenação do réu ao pagamento de custas e honorários.

Petição Inicial

Preâmbulo

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal da ___ Vara Federal da Subseção Judiciária de [localidade].

Autor: V. S. de A. (CPF: 000.000.000-00), brasileiro, solteiro, nascido em 08/12/1998, residente e domiciliado em [endereço completo], e-mail: [email do autor].
Réu: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, autarquia federal, com sede na [endereço completo do INSS].

Dos Fatos

O autor, V. S. de A., solicitou o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC) em 18/04/2024, conforme protocolo nº 325917711, junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O pedido foi analisado e indeferido em 29/04/2024, sob a justificativa de ausência de impedimentos de longo prazo que comprometam sua participação plena e efetiva na sociedade.

Ocorre que o autor é portador de cegueira total no olho esquerdo, condição que, em interação com barreiras sociais e econômicas, obstrui sua capacidade de exercer atividades laborativas e participar plenamente da sociedade em igualdade de condições. Tal situação compromete sua subsistência e o coloca em estado de vulnerabilidade social.

Diante do indeferimento administrativo, não restou alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver garantido seu direito ao benefício assistencial.

Do Direito

O benefício assistencial à pessoa com deficiência está previsto no art. 203, V, da CF/88, que assegura um salário-mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência que comprove não possuir meios de prover sua própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

A regulamentação desse direito encontra-se no art. 20 da Lei 8.742/1993, que define pessoa com deficiência como aquela que possui impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com barreiras, obstrua sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

No caso em tela, a cegueira total no olho esquerdo caracteriza impedimento de longo prazo de natureza sensorial, que, somado às barreiras econômicas e sociais enfrentadas pelo autor, configura a deficiência nos moldes da legislação vigente. Ademais, o autor não possui meios de prover sua subsistência, tampouco de tê-la provida por sua família, atendendo, assim, ao requisito da"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de ação judicial proposta por V. S. de A. em face do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pleiteando a concessão do Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC), com base no art. 203, V, da Constituição Federal de 1988, regulamentado pelo art. 20 da Lei 8.742/1993.

O autor alega ser portador de cegueira total no olho esquerdo, condição que, em interação com barreiras sociais e econômicas, compromete sua capacidade de participação plena na sociedade e de prover sua subsistência, colocando-o em estado de vulnerabilidade social. O pedido foi administrativamente indeferido pelo INSS sob a justificativa de ausência de impedimentos de longo prazo.

Posto isso, passo à análise.

II - Fundamentação

A - Dos Fatos e Provas

Conforme os autos, o autor é portador de cegueira total no olho esquerdo, condição comprovada por laudo médico pericial anexado ao processo. Ademais, a análise socioeconômica constatou que o autor não possui meios de prover sua subsistência, tampouco de tê-la provida por sua família, atendendo ao requisito da hipossuficiência.

Ressalto que a deficiência do autor, de natureza sensorial, deve ser avaliada em conjunto com as barreiras econômicas e sociais enfrentadas, conforme preceituado pelo art. 20 da Lei 8.742/1993.

B - Do Direito

O benefício assistencial à pessoa com deficiência encontra amparo no art. 203, V, da Constituição Federal, que assegura um salário-mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência que comprove não possuir meios de prover sua manutenção ou de tê-la provida por sua família.

A regulamentação legal está prevista no art. 20 da Lei 8.742/1993, que define pessoa com deficiência como aquela que possui impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com barreiras, obstrua sua participação plena e efetiva na sociedade.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífica no sentido de que a análise da deficiência deve considerar a interação entre a condição de saúde e as barreiras enfrentadas pelo indivíduo, conforme exemplificado nos seguintes precedentes:

  • STJ (2ª T.) - REsp. Acórdão/STJ: \"Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, a legislação que disciplina a matéria não elenca o grau de incapacidade para fins de configuração da deficiência, não cabendo ao intérprete da lei a imposição de requisitos mais rígidos do que aqueles previstos para a sua concessão.\"
  • STJ, REsp. Acórdão/STJ: \"A pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas.\"

Diante disso, concluo que o autor preenche os requisitos legais para a concessão do benefício assistencial pleiteado.

C - Da Motivação Hermenêutica

A interpretação hermenêutica deve ser orientada pela máxima efetividade dos direitos sociais previstos na Constituição Federal. A proteção à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF/88) e a promoção do bem-estar social constituem fundamentos do Estado Democrático de Direito e devem fundamentar a análise do caso em tela.

O indeferimento administrativo amparou-se em critério restritivo que contraria a legislação e a jurisprudência consolidada. Assim, cabe ao Poder Judiciário corrigir tal distorção e garantir a efetividade do direito constitucional do autor.

III - Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por V. S. de A. para:

  1. Determinar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a concessão do Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC) ao autor, com efeitos retroativos à data do requerimento administrativo (18/04/2024).
  2. Condenar o réu ao pagamento das parcelas vencidas, acrescidas de juros moratórios e correção monetária, nos termos da legislação vigente.
  3. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, conforme art. 85 do CPC/2015.

Decido, ainda, pela imediata implantação do benefício, em sede de tutela de urgência, nos termos do art. 300 do CPC/2015, considerando a natureza alimentar do benefício e a situação de vulnerabilidade do autor.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Localidade], [data].

____________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) Federal


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