Modelo de Reclamação Trabalhista para Anulação de Dispensa por Justa Causa em Razão de Aposentadoria com Pedido de Verbas Rescisórias e Indenização por Danos Morais

Publicado em: 24/03/2024 Trabalhista
Ação trabalhista proposta por ex-empregada aposentada contra empresa empregadora, requerendo a nulidade da dispensa por justa causa aplicada de forma arbitrária e injustificada, com alegação de ausência de falta grave e violação dos princípios da proporcionalidade, razoabilidade e imediatidade. O pedido inclui a conversão da dispensa em rescisão sem justa causa, pagamento das verbas rescisórias devidas (aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário, FGTS com multa de 40%), indenização por danos morais, multa por atraso nas rescisórias, além de justiça gratuita e honorários advocatícios sucumbenciais. Fundamenta-se no art. 482 da CLT, na Constituição Federal e em jurisprudências do TST.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DE [LOCALIDADE]

[Localidade], [Data]

PREÂMBULO

Reclamante: M. F. da S.
Reclamada: [Nome da Empresa]
Processo nº: [Número do Processo]

M. F. da S., brasileira, casada, aposentada, portadora do CPF nº [número], residente e domiciliada na Rua [endereço completo], vem, por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço eletrônico [e-mail do advogado], com fundamento no CPC/2015, art. 319, propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de [Nome da Empresa], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na Rua [endereço completo], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

A Reclamante foi contratada pela Reclamada em [data de admissão], exercendo a função de [cargo]. Durante todo o vínculo empregatício, desempenhou suas atividades com zelo, dedicação e sem qualquer registro de penalidade disciplinar.

Em [data], a Reclamante comunicou à Reclamada sua aposentadoria, o que, de forma arbitrária e injustificada, resultou na sua dispensa por justa causa. A Reclamada alegou que a aposentadoria seria incompatível com a continuidade do vínculo empregatício, configurando suposta "falta grave".

A dispensa por justa causa foi aplicada sem qualquer comprovação de infração disciplinar grave, desrespeitando os princípios da proporcionalidade e da imediatidade, além de causar prejuízos financeiros e morais à Reclamante.

DO DIREITO

A dispensa por justa causa é a penalidade mais severa aplicada ao empregado, devendo ser fundamentada em falta grave, conforme disposto no CLT, art. 482. No caso em tela, a Reclamada não apresentou qualquer prova robusta que justificasse a aplicação da penalidade.

A aposentadoria não constitui, por si só, motivo para a rescisão contratual por justa causa. A Constituição Federal de 1988 assegura o direito ao trabalho e à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III e IV), sendo vedada qualquer forma de discriminação em razão da condição de aposentado.

Ademais, a ausência de imediatidade na aplicação da penalidade e a inexistência "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Reclamação Trabalhista proposta por M. F. da S. em face de [Nome da Empresa], objetivando a nulidade da dispensa por justa causa e a conversão em dispensa sem justa causa, com a consequente condenação da Reclamada ao pagamento das verbas rescisórias e indenizações correlatas.

Após a análise dos autos, verifico que a controvérsia reside na validade da dispensa por justa causa aplicada à Reclamante, sob o fundamento de que a sua aposentadoria seria incompatível com a continuidade do vínculo empregatício.

Fundamentação

1. Da inexistência de justa causa

A justa causa, nos termos do art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), exige a configuração de falta grave, devidamente comprovada, que comprometa a relação de confiança entre empregador e empregado. No caso em tela, não restou comprovada qualquer conduta da Reclamante que justificasse a aplicação da penalidade máxima.

A Reclamada, ao alegar que a aposentadoria da Reclamante seria incompatível com a continuidade do vínculo empregatício, violou o princípio da presunção de inocência e os direitos fundamentais ao trabalho e à dignidade humana, insculpidos nos artigos 1º, III e IV, e 7º da Constituição Federal de 1988.

2. Da proporcionalidade e razoabilidade

O princípio da proporcionalidade impõe que as penalidades aplicadas pelo empregador sejam adequadas à gravidade da conduta imputada ao empregado. No presente caso, a ausência de imediatidade e de qualquer histórico de faltas graves por parte da Reclamante evidencia a desproporcionalidade da dispensa por justa causa.

A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reforça a nulidade de dispensas por justa causa quando ausentes os requisitos de proporcionalidade e imediatidade, conforme os precedentes apresentados nos autos.

3. Da nulidade da dispensa por justa causa

Ante a ausência de provas robustas que sustentem a justa causa e considerando os prejuízos financeiros e morais ocasionados à Reclamante, entendo que a dispensa deve ser convertida em dispensa sem justa causa, com o consequente pagamento das verbas rescisórias e indenizações devidas.

Conclusão

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988 e no art. 482 da CLT, voto no sentido de:

  1. Julgar procedente o pedido da Reclamante, declarando a nulidade da dispensa por justa causa;
  2. Determinar a conversão da dispensa em dispensa sem justa causa;
  3. Condenar a Reclamada ao pagamento das verbas rescisórias devidas, incluindo aviso prévio, férias proporcionais acrescidas de 1/3, 13º salário proporcional, FGTS com multa de 40%, e demais direitos trabalhistas;
  4. Condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no art. 477, §8º, da CLT;
  5. Reconhecer o direito à indenização por danos morais, fixando o valor em R$ [valor arbitrado];
  6. Conceder à Reclamante o benefício da justiça gratuita, nos termos do art. 790, §3º e §4º, da CLT;
  7. Condenar a Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos da legislação aplicável.

É como voto.


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