Modelo de Petição Inicial de Ação de Apropriação Indébita de Bens com Pedido de Restituição e Indenização

Publicado em: 09/11/2024 Civel
Modelo completo de petição inicial para Ação de Apropriação Indébita de Bens, na qual o autor busca a restituição de bens móveis confiados à guarda da ré e indevidamente retidos, além da condenação ao pagamento de indenização por danos materiais e morais decorrentes da apropriação. O documento detalha a relação jurídica entre as partes, expõe os fundamentos legais (art. 1.228 do Código Civil, art. 168 do Código Penal, art. 319 do CPC e princípios constitucionais), inclui jurisprudências atualizadas e apresenta os pedidos principais, como tutela de urgência para devolução dos bens, citação, condenação da ré e produção de provas. Indicado para situações de litígio envolvendo guarda e posse de bens móveis, proteção à propriedade e reparação de danos.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE BENS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, comerciante, portador do RG nº [___], inscrito no CPF sob o nº [___], endereço eletrônico [___], residente e domiciliado na Rua [___], nº [___], Bairro [___], CEP [___], Cidade/UF, vem, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor a presente AÇÃO DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE BENS em face de M. F. de S. L., brasileira, casada, empresária, portadora do RG nº [___], inscrita no CPF sob o nº [___], endereço eletrônico [___], residente e domiciliada na Rua [___], nº [___], Bairro [___], CEP [___], Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor e a Ré mantinham relação de confiança, tendo o Autor, em [data], confiado à Ré a guarda de determinados bens móveis de sua propriedade, a saber: [descrever detalhadamente os bens – ex: veículo marca/modelo, eletrodomésticos, joias, etc.], para fins de [motivo da entrega – ex: guarda temporária, manutenção, empréstimo, etc.].

Ocorre que, ao término do prazo ajustado, o Autor solicitou a devolução dos referidos bens, sendo surpreendido pela recusa injustificada da Ré em restituí-los, apropriando-se indevidamente dos mesmos e passando a utilizá-los como se fossem de sua propriedade.

Ressalte-se que o Autor tentou, por diversas vezes, resolver a questão de forma amigável, sem sucesso, restando-lhe apenas a via judicial para reaver o que lhe pertence por direito.

A conduta da Ré caracteriza, de forma inequívoca, a apropriação indébita de bens, causando ao Autor prejuízos materiais e morais, além de violar princípios basilares do ordenamento jurídico, como a boa-fé objetiva e a proteção à propriedade privada.

Diante disso, busca o Autor a tutela jurisdicional para ver reconhecido seu direito à restituição dos bens apropriados indevidamente, bem como a condenação da Ré ao pagamento de indenização pelos danos sofridos.

4. DO DIREITO

A presente demanda encontra amparo no CCB/2002, art. 1.228, que assegura ao proprietário o direito de reaver a coisa do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. No caso em tela, restou demonstrado que a Ré detém, sem justa causa, bens de titularidade do Autor, recusando-se a devolvê-los.

Ademais, a conduta da Ré configura, em tese, o ilícito penal previsto no CP, art. 168, que tipifica a apropriação indébita como crime, sendo cabível, na esfera cível, a restituição dos bens e a reparação dos danos causados.

O CPC/2015, art. 319 estabelece os requisitos da petição inicial, todos devidamente observados nesta peça, inclusive a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o valor da causa, as provas pretendidas e a opção pela audiência de conciliação.

Ressalta-se, ainda, o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), que impõe às partes o dever de lealdade e confiança mútua, sendo a conduta da Ré manifestamente contrária a tal princípio.

Por fim, a Constituição Federal garante, em seu CF/88, art. 5º, XXII, o direito de propriedade, bem como o acesso à justiça para a proteção de direitos violados (CF/88, art. 5º, XXXV).

Diante do exposto, resta evidenciado o direito do Autor à restituição dos bens e à indenização pelos danos sofridos, em consonância com os dispositivos legais mencionados e os princípios que norteiam o ordenamento jurídico pátrio.

5. JURISPRUDÊNCIAS

TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1003170-78.2024.8.26.0306 - José Bonifácio - Rel.: Des. João Camillo de Almeida Prado Costa - J. em 20/01/2025 - DJ 20/01/2025
"Ação declaratória e indenizatória. Hipótese em que sérios indícios de abuso do direito de litigar vêm sendo constatados, a consubstanciar a denominada advocacia predatória (ajuizamento de demandas massificadas com a utilização de procuração genérica) e a justificar a adoção das orientações estabelecidas nos Comunicados CG 02/2017 e CG 456/2022, do Núcleo de Monitoramento de Perfis de Demandas e Estatística - Numopede, da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, que, aliás, estão e"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação de Apropriação Indébita de Bens ajuizada por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L.. Narra o Autor que, em razão de relação de confiança, entregou à Ré a guarda de determinados bens móveis de sua propriedade, para fins de guarda temporária. Ao término do prazo ajustado, a Ré recusou-se injustificadamente a restituir os bens, passando a utilizá-los como se fossem de sua propriedade. Requereu, assim, a restituição dos bens e indenização por danos materiais e morais.

A petição inicial foi instruída com documentos comprobatórios e requerida a produção de outras provas. As partes foram regularmente citadas, sendo ofertada contestação pela Ré, que negou a apropriação indevida sob o argumento de inexistência de prazo para devolução e ausência de má-fé.

Encerrada a instrução processual, vieram os autos conclusos para julgamento.

II. Fundamentação

2.1. Preliminares

Verifico que estão presentes os pressupostos de admissibilidade, não havendo nulidades ou irregularidades a serem sanadas.

A petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando devidamente instruída com os elementos necessários à análise do mérito.

2.2. Mérito

O cerne da controvérsia reside em apurar se houve, de fato, apropriação indébita dos bens por parte da Ré, ensejando restituição e indenização.

A prova dos autos demonstra que existia relação de confiança entre as partes, tendo o Autor confiado à Ré a posse de bens móveis descritos na inicial. Restou incontroverso que, findo o prazo convencionado, o Autor buscou a devolução dos bens, sendo frustrado em sua tentativa, diante da recusa injustificada da Ré.

Nos termos do CCB/2002, art. 1.228, "O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha." A conduta da Ré, ao recusar a devolução dos bens e utilizá-los como se fossem seus, caracteriza esbulho possessório e afronta ao direito de propriedade, assegurado pelo art. 5º, XXII, da Constituição Federal.

Ademais, revela-se presente a violação ao princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), uma vez que a Ré agiu em desacordo com o dever de lealdade e confiança, frustrando legítima expectativa do Autor.

Destaco que a jurisprudência é pacífica no sentido de assegurar ao proprietário a restituição do bem indevidamente apropriado, bem como a reparação dos danos materiais e morais comprovados (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

No presente caso, restou suficientemente comprovado o prejuízo material diante da indevida retenção dos bens, sendo cabível a indenização correspondente, a ser apurada em liquidação de sentença. Quanto aos danos morais, a conduta da Ré extrapola o mero inadimplemento contratual, atingindo a esfera anímica do Autor, o que justifica a condenação.

Não há nos autos elementos que desabonem a pretensão autoral ou que justifiquem a improcedência do pedido.

2.3. Aplicação do art. 93, IX, da CF/88

Cumpre registrar que a presente decisão observa o dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, expondo de forma clara e precisa os motivos de convencimento que conduzem ao desfecho da lide.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:
a) Determinar a imediata restituição dos bens descritos na inicial ao Autor, sob pena de multa diária a ser fixada em fase de cumprimento de sentença;
b) Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos materiais, a ser apurada em liquidação de sentença;
c) Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo, desde logo, em valor a ser arbitrado na fase de liquidação, considerando-se a extensão do dano e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
d) Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as cautelas de praxe.

IV. Recurso

Deixo de conhecer de eventuais recursos interpostos que não atendam aos requisitos de admissibilidade previstos no CPC/2015 e na legislação vigente.

Caso interposto recurso em condições regulares, determino seu processamento nos termos legais.

V. Conclusão

É como voto.

[Cidade], [data].

___________________________________________
Magistrado(a)


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