Modelo de Petição Inicial de Usucapião Extraordinária Rural: Reconhecimento Judicial de Posse Mansa, Pacífica e Contínua há Mais de 20 Anos, com Citação de Réus Incertos e Regularização Dominial de Imóvel de 31 Hectares

Publicado em: 14/11/2024 AgrarioCivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Modelo completo de petição inicial para propositura de ação de usucapião extraordinária rural, visando o reconhecimento judicial da aquisição da propriedade de imóvel rural de 31 hectares. O documento detalha a qualificação do requerente, a posse mansa, pacífica, contínua e com animus domini exercida há mais de 20 anos, a impossibilidade de identificação dos proprietários registrais (réus incertos e desconhecidos), a anuência dos confrontantes, o georreferenciamento da área e o pagamento dos tributos incidentes. Fundamenta o pedido nos artigos 1.238 do Código Civil, 319 do CPC/2015 e nos princípios constitucionais da função social da propriedade e segurança jurídica, além de citar vasta jurisprudência sobre o tema. Inclui pedidos de produção de provas, justiça gratuita, expedição do mandado de registro e demais providências processuais. Ideal para advogados que atuam em regularização fundiária e direito agrário.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF], do Tribunal de Justiça do Estado de [Estado].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: A. J. dos S., brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico: [informar], residente e domiciliado na zona rural do município de [cidade/UF], na área objeto desta ação, conforme croqui e memorial descritivo anexo.

Réus Incertos e Desconhecidos: Proprietários registrais do imóvel rural descrito nesta inicial, cujos nomes e qualificações são ignorados pelo Requerente, razão pela qual requer a citação por edital, nos termos do CPC/2015, art. 259, II.

Confinantes: [Relacionar os nomes completos dos confrontantes, se conhecidos, conforme cartas de anuência anexas, com suas qualificações e endereços, inclusive eletrônicos, para fins de citação e intimação].

3. DOS FATOS

O Requerente exerce, há mais de 20 (vinte) anos, a posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta, com animus domini, sobre uma área de terra rural de 31 (trinta e um) hectares, localizada na zona rural do município de [cidade/UF], conforme memorial descritivo, planta e croqui elaborados por engenheiro agrônomo georreferenciador, documentos estes anexados a esta inicial.

A posse do Requerente é pública e notória, sendo reconhecida por todos os vizinhos e confrontantes, os quais, inclusive, firmaram as respectivas cartas de anuência, reconhecendo os limites do imóvel e a titularidade possessória do Requerente. Ressalta-se que, embora a área esteja apenas parcialmente cercada, tal circunstância não impede o reconhecimento da posse, conforme entendimento consolidado em jurisprudência.

O Requerente não tem conhecimento da identidade dos proprietários registrais do imóvel, tampouco jamais foi perturbado em sua posse, inexistindo qualquer oposição ou reivindicação por parte de terceiros. Não foram realizadas benfeitorias substanciais na área, porém, o Requerente sempre exerceu todos os atos inerentes à propriedade, inclusive o pagamento do CCIR e do ITR, bem como a declaração de posse junto aos órgãos competentes.

A área foi devidamente medida e georreferenciada por profissional habilitado, estando em conformidade com as exigências legais para regularização fundiária. O Requerente, diante da impossibilidade de identificar os proprietários registrais e da necessidade de regularização dominial, busca o reconhecimento judicial da aquisição da propriedade pela via da usucapião extraordinária.

Resumo: O Requerente exerce posse qualificada, contínua, pacífica e com intenção de dono sobre imóvel rural de 31ha, há mais de 20 anos, sem oposição, com reconhecimento dos confrontantes, pagamento de tributos e georreferenciamento, preenchendo todos os requisitos legais para a usucapião extraordinária.

4. DO DIREITO

A presente ação encontra amparo no CCB/2002, art. 1.238, que dispõe:

"Aquele que, por 15 (quinze) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquirir-lhe-á a propriedade, independentemente de título e boa-fé, podendo esse prazo ser reduzido para 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo."

O Requerente exerce a posse há mais de 20 anos, de forma mansa, pacífica, contínua e com animus domini, não havendo qualquer oposição ou interrupção, preenchendo, assim, todos os requisitos exigidos pelo dispositivo legal supracitado.

O CPC/2015, art. 319, estabelece os requisitos da petição inicial, todos devidamente observados nesta peça, inclusive a indicação do valor da causa, a qualificação das partes, a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, o pedido com suas especificações, as provas pretendidas e a opção pela realização de audiência de conciliação.

Ressalte-se que, conforme entendimento jurisprudencial, a posse exercida com animus domini pode ser comprovada por qualquer meio de prova, não se exigindo, para tanto, título escrito ou benfeitorias substanciais, bastando a demonstração do exercício dos poderes inerentes à propriedade, como o pagamento de tributos e o reconhecimento pelos confrontantes (TJSP, Apelação Cível 0061341-67.2013.8.26.0100).

A ausência de oposição, a notoriedade da posse e a inexistência de título de propriedade registrado em nome do Requerente autorizam o manejo da presente ação de usucapião extraordinária, sendo desnecessária a demonstração de boa-fé "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de usucapião extraordinária ajuizada por A. J. dos S. em face de réus incertos e desconhecidos, objetivando o reconhecimento do domínio de imóvel rural de 31 hectares, situado na zona rural do município de [cidade/UF]. Narra o autor que exerce a posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta do imóvel, há mais de 20 anos, com animus domini, reconhecida pelos confrontantes e sem qualquer oposição de terceiros. Alega não conhecer a identidade dos proprietários registrais e que preenche todos os requisitos legais para a aquisição da propriedade pela via da usucapião extraordinária. Juntou documentos, inclusive memorial descritivo, planta, croqui, comprovantes de pagamento de tributos e cartas de anuência.

Citados os réus por edital, conforme requerido, não houve manifestação. O Ministério Público opinou pela regular tramitação do feito. Vieram os autos conclusos para julgamento.

Fundamentação

1. Da Admissibilidade

Inicialmente, verifica-se que a petição inicial preenche os requisitos previstos no CPC/2015, art. 319, havendo regularidade na qualificação das partes, exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, pedido certo e determinado, prova documental suficiente para instrução do feito, bem como indicação do valor da causa. O feito tramitou em observância ao contraditório e à ampla defesa, com regular citação dos réus incertos por edital e intimação dos confrontantes e do Ministério Público.

2. Dos Requisitos da Usucapião Extraordinária

O art. 1.238 do Código Civil estabelece que "aquele que, por 15 (quinze) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquirir-lhe-á a propriedade, independentemente de título e boa-fé, podendo esse prazo ser reduzido para 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo."

Dos autos, restou suficientemente comprovado que o autor exerce a posse do imóvel há mais de 20 anos, de forma pública, mansa, pacífica e ininterrupta, com animus domini, conforme reconhecido pelos confrontantes e pelas provas documentais acostadas (memorial descritivo, croqui, CCIR, ITR, declarações de posse, cartas de anuência e demais documentos). Não há notícia de oposição ou contestação à posse, tampouco de interrupção no exercício dos poderes inerentes à propriedade.

A jurisprudência consolidada do Tribunal de Justiça de São Paulo, notadamente nos julgados Apelação Cível Acórdão/TJSP e Apelação Cível Acórdão/TJSP, reconhece ser suficiente a comprovação da posse qualificada, contínua e com animus domini para a declaração de usucapião extraordinária, independentemente de título formal ou demonstração de boa-fé.

3. Da Função Social da Propriedade e da Regularização Fundiária

O art. 5º, XXIII, da Constituição Federal consagra o princípio da função social da propriedade, impondo ao Estado o dever de promover a regularização fundiária e garantir a segurança jurídica àqueles que, por longo período, exercem posse qualificada sobre bens imóveis. A regularização do domínio contribui para a pacificação social e cumprimento do princípio constitucional.

4. Do Devido Processo Legal e Fundamentação

Ressalte-se que, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. O presente voto encontra-se motivado tanto na análise dos fatos quanto na hermenêutica dos dispositivos legais e constitucionais pertinentes.

Conclusão

Em face do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para reconhecer o domínio do imóvel rural de 31 (trinta e um) hectares, localizado na zona rural do município de [cidade/UF], em favor do Requerente A. J. dos S., determinando-se a expedição de mandado para registro da propriedade junto ao Cartório de Registro de Imóveis competente.

Defiro, ainda, os benefícios da justiça gratuita, caso não tenha sido anteriormente apreciado.

Sem condenação em custas e honorários, ante a ausência de resistência ou manifestação dos réus, ressalvado o disposto no CPC/2015, art. 85, §7º, caso venha a ocorrer oposição futura.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Transitada em julgado, expeça-se o competente mandado ao Cartório de Registro de Imóveis.

Dispositivo

Ante o exposto, com fulcro no art. 1.238 do Código Civil, art. 5º, XXIII, e art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO PROCEDENTE o pedido de usucapião extraordinária, para declarar o domínio do imóvel rural de 31ha em nome do Requerente, nos termos acima.

Cumpra-se.

Certidão

Dou meu voto.

[Cidade/UF], [data].

____________________________________
Juiz de Direito


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