Modelo de Petição Inicial de Usucapião Extraordinária Rural: Reconhecimento Judicial de Posse Mansa, Pacífica e Contínua há Mais de 20 Anos, com Citação de Réus Incertos e Regularização Dominial de Imóvel de 31 Hectares
Publicado em: 14/11/2024 AgrarioCivelProcesso Civil Direito ImobiliárioPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF], do Tribunal de Justiça do Estado de [Estado].
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Requerente: A. J. dos S., brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico: [informar], residente e domiciliado na zona rural do município de [cidade/UF], na área objeto desta ação, conforme croqui e memorial descritivo anexo.
Réus Incertos e Desconhecidos: Proprietários registrais do imóvel rural descrito nesta inicial, cujos nomes e qualificações são ignorados pelo Requerente, razão pela qual requer a citação por edital, nos termos do CPC/2015, art. 259, II.
Confinantes: [Relacionar os nomes completos dos confrontantes, se conhecidos, conforme cartas de anuência anexas, com suas qualificações e endereços, inclusive eletrônicos, para fins de citação e intimação].
3. DOS FATOS
O Requerente exerce, há mais de 20 (vinte) anos, a posse mansa, pacífica, contínua e ininterrupta, com animus domini, sobre uma área de terra rural de 31 (trinta e um) hectares, localizada na zona rural do município de [cidade/UF], conforme memorial descritivo, planta e croqui elaborados por engenheiro agrônomo georreferenciador, documentos estes anexados a esta inicial.
A posse do Requerente é pública e notória, sendo reconhecida por todos os vizinhos e confrontantes, os quais, inclusive, firmaram as respectivas cartas de anuência, reconhecendo os limites do imóvel e a titularidade possessória do Requerente. Ressalta-se que, embora a área esteja apenas parcialmente cercada, tal circunstância não impede o reconhecimento da posse, conforme entendimento consolidado em jurisprudência.
O Requerente não tem conhecimento da identidade dos proprietários registrais do imóvel, tampouco jamais foi perturbado em sua posse, inexistindo qualquer oposição ou reivindicação por parte de terceiros. Não foram realizadas benfeitorias substanciais na área, porém, o Requerente sempre exerceu todos os atos inerentes à propriedade, inclusive o pagamento do CCIR e do ITR, bem como a declaração de posse junto aos órgãos competentes.
A área foi devidamente medida e georreferenciada por profissional habilitado, estando em conformidade com as exigências legais para regularização fundiária. O Requerente, diante da impossibilidade de identificar os proprietários registrais e da necessidade de regularização dominial, busca o reconhecimento judicial da aquisição da propriedade pela via da usucapião extraordinária.
Resumo: O Requerente exerce posse qualificada, contínua, pacífica e com intenção de dono sobre imóvel rural de 31ha, há mais de 20 anos, sem oposição, com reconhecimento dos confrontantes, pagamento de tributos e georreferenciamento, preenchendo todos os requisitos legais para a usucapião extraordinária.
4. DO DIREITO
A presente ação encontra amparo no CCB/2002, art. 1.238, que dispõe:
"Aquele que, por 15 (quinze) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquirir-lhe-á a propriedade, independentemente de título e boa-fé, podendo esse prazo ser reduzido para 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo."
O Requerente exerce a posse há mais de 20 anos, de forma mansa, pacífica, contínua e com animus domini, não havendo qualquer oposição ou interrupção, preenchendo, assim, todos os requisitos exigidos pelo dispositivo legal supracitado.
O CPC/2015, art. 319, estabelece os requisitos da petição inicial, todos devidamente observados nesta peça, inclusive a indicação do valor da causa, a qualificação das partes, a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, o pedido com suas especificações, as provas pretendidas e a opção pela realização de audiência de conciliação.
Ressalte-se que, conforme entendimento jurisprudencial, a posse exercida com animus domini pode ser comprovada por qualquer meio de prova, não se exigindo, para tanto, título escrito ou benfeitorias substanciais, bastando a demonstração do exercício dos poderes inerentes à propriedade, como o pagamento de tributos e o reconhecimento pelos confrontantes (TJSP, Apelação Cível 0061341-67.2013.8.26.0100).
A ausência de oposição, a notoriedade da posse e a inexistência de título de propriedade registrado em nome do Requerente autorizam o manejo da presente ação de usucapião extraordinária, sendo desnecessária a demonstração de boa-fé "'>...