Modelo de Razões de Recurso Ordinário Trabalhista: Contestação de Sentença por Empresa em Reclamação Trabalhista sobre Horas Extras, Vale Transporte, Intervalo Intrajornada, Danos Patrimoniais e Devolução de Descontos

Publicado em: 21/04/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Este modelo apresenta as razões de recurso ordinário interposto por empresa reclamada no âmbito de processo trabalhista, direcionado ao Tribunal Regional do Trabalho. O documento impugna sentença de primeiro grau que julgou parcialmente procedentes pedidos do reclamante, tais como pagamento de horas extras relativas a intervalo intrajornada, diferenças de vale transporte, labor em feriados, indenização por dano patrimonial e devolução em dobro de descontos referentes a faltas justificadas. Fundamenta-se em dispositivos constitucionais e legais (CLT, CF/88, Lei 7.418/1985, CCB/2002) e jurisprudência do TST, defendendo a regularidade do procedimento, inexistência de cerceamento de defesa, observância do ônus da prova e a legitimidade dos atos praticados pela empresa. Ao final, formula pedidos de reforma integral da sentença, afastando todas as condenações impostas à recorrente.

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da ___ª Região.

Processo nº: 0000000-00.0000.5.00.0000
Recorrente: Empresa X Ltda. (CNPJ: 00.000.000/0001-00)
Recorrido: M. F. de S. L. (CPF: 000.000.000-00)

Endereço eletrônico da Recorrente: [email protected]
Endereço eletrônico do Recorrido: [email protected]

2. TEMPESTIVIDADE

As presentes razões são tempestivas, uma vez que o prazo recursal previsto no CLT, art. 895, II, está sendo rigorosamente observado, tendo a Recorrente sido intimada da r. sentença em ___/___/____, protocolando o presente recurso dentro do prazo legal de 8 (oito) dias.

3. DOS FATOS

O Recorrido ajuizou reclamação trabalhista em face da Recorrente, pleiteando, dentre outros, o reconhecimento de cerceamento de defesa, pagamento de diferenças relativas ao intervalo intrajornada, vale transporte, horas extras laboradas em feriado nacional, indenização por dano patrimonial e devolução em dobro de descontos referentes a faltas justificadas. A sentença de primeiro grau julgou parcialmente procedentes os pedidos do Recorrido, condenando a Recorrente ao pagamento das verbas pleiteadas.

Entretanto, a r. sentença merece reforma, pois não observou a correta aplicação dos dispositivos legais e constitucionais, tampouco considerou a prova produzida nos autos, resultando em condenação injusta e desproporcional à Recorrente.

4. DO CERCEAMENTO DE DEFESA

A Recorrente não foi cerceada em seu direito de defesa, tendo apresentado contestação e participado de todas as audiências designadas, conforme comprovam os autos. O princípio do contraditório e da ampla defesa, previsto no CF/88, art. 5º, LV, foi integralmente observado, inexistindo qualquer prejuízo processual à parte adversa.

Ademais, conforme entendimento consolidado, o simples indeferimento de produção de prova testemunhal ou documental, quando devidamente fundamentado pelo juízo, não configura cerceamento de defesa, mormente quando os elementos constantes nos autos são suficientes para o deslinde da controvérsia.

Assim, não há que se falar em nulidade processual por cerceamento de defesa, devendo ser mantida a regularidade do procedimento adotado.

5. DO INTERVALO INTRAJORNADA

O Recorrido alega supressão do intervalo intrajornada, pleiteando o pagamento de horas extras. Contudo, restou comprovado nos autos que a Recorrente sempre concedeu o intervalo intrajornada mínimo de 1 (uma) hora, conforme determina o CLT, art. 71, §1º. Os controles de ponto anexados demonstram o correto cumprimento da jornada, não havendo qualquer irregularidade.

Ressalta-se que eventual supressão eventual e não habitual do intervalo não enseja o pagamento integral da hora extra, mas tão somente do período suprimido, conforme entendimento do TST.

Portanto, é indevida a condenação ao pagamento de horas extras a título de intervalo intrajornada, devendo ser reformada a sentença nesse ponto.

6. DO VALE TRANSPORTE

A Recorrente sempre forneceu vale transporte ao Recorrido, nos termos da Lei 7.418/1985, art. 1º, mediante comprovação da necessidade de deslocamento. O Recorrido não comprovou a ausência de fornecimento ou qualquer prejuízo decorrente de eventual atraso ou insuficiência do benefício.

Ademais, o desconto do vale transporte em folha de pagamento, limitado a 6% do salário base, encontra respaldo legal (Lei 7.418/1985, art. 4º), sendo legítima a conduta da Recorrente.

Assim, não há que se falar em condenação ao pagamento de diferenças de vale transporte, devendo ser afastada a condenação imposta.

7. DAS HORAS EXTRAS SOBRE FERIADO NACIONAL

O Recorrido não comprovou a prestação de serviços em feriados nacionais, sendo ônus seu, nos termos do CLT, art. 818 e CPC/2015, art. 373, I. Os controles de jornada e recibos de pagamento demonstram que não houve labor em tais datas, tampouco pagamento a menor de eventuais horas extras.

Ademais, eventual labor em feriado foi devidamente compensado por folga em outro dia da semana, conforme previsão em acordo coletivo, em consonância com o CF/88, art. 7º, XXVI.

Dessa forma, é indevida a condenação ao pagamento de horas extras sobre feriado nacional.

8. DA INDENIZAÇÃO POR DANO PATRIMONIAL

Não restou comprovado nos autos qualquer ato ilícito ou conduta culposa da Recorrente capaz de ensejar dano patrimonial ao Recorrido, nos termos do CCB/2002, art. 186. O Recorrido não demonstrou a existência de prejuízo efetivo, tampouco nexo de causalidade entre eventual conduta da Recorrente e o alegado dano.

Ressalta-se que a responsabilidade "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Relatório

Trata-se de Recurso Ordinário interposto por Empresa X Ltda. em face da sentença proferida nos autos do processo nº 0000000-00.0000.5.00.0000, que julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados por M. F. de S. L. em reclamação trabalhista, condenando a recorrente ao pagamento de diferenças de intervalo intrajornada, vale transporte, horas extras sobre feriados, indenização por dano patrimonial e devolução em dobro de descontos relativos a faltas justificadas.

Conhecimento do Recurso

O recurso é tempestivo, tendo sido protocolado dentro do prazo legal estabelecido pelo art. 895, II, da CLT. Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso Ordinário.

Fundamentação

1. Do Cerceamento de Defesa

Não há que se falar em cerceamento de defesa. A recorrente participou de todas as audiências e apresentou defesa, tendo sido observado o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV). Conforme entendimento consolidado, o indeferimento fundamentado de prova testemunhal ou documental, quando suficientes os elementos dos autos, não caracteriza nulidade processual.

2. Do Intervalo Intrajornada

Conforme os controles de ponto anexados aos autos, verifica-se o cumprimento regular do intervalo mínimo de uma hora, nos termos do art. 71, § 1º, da CLT. Não restou comprovada a supressão habitual do intervalo. Assim, afasto a condenação ao pagamento de horas extras a título de intervalo intrajornada.

3. Do Vale Transporte

A recorrente comprovou o fornecimento do vale transporte, nos termos da Lei 7.418/1985, art. 1º, e os descontos realizados respeitaram o limite legal de 6% do salário base (art. 4º). Não há nos autos prova de prejuízo ao recorrido. Reformo a sentença para excluir a condenação ao pagamento de diferenças de vale transporte.

4. Das Horas Extras sobre Feriado Nacional

O ônus de provar a prestação de serviços em feriados era do recorrido (CLT, art. 818; CPC/2015, art. 373, I), ônus do qual não se desincumbiu. Os controles de jornada não evidenciam labor em tais datas, e eventuais compensações foram previstas em acordo coletivo, conforme CF/88, art. 7º, XXVI. Excluo a condenação ao pagamento de horas extras sobre feriados nacionais.

5. Da Indenização por Dano Patrimonial

Não restou demonstrado nos autos ato ilícito, dano ou nexo causal (CCB/2002, art. 186). A responsabilidade civil do empregador pressupõe prova do dano e da culpa, o que inexiste no caso concreto. Reformo a sentença para afastar a condenação em indenização por dano patrimonial.

6. Da Devolução em Dobro das Faltas Justificadas

Os descontos realizados pela recorrente foram legítimos, baseando-se em faltas não justificadas (CLT, art. 473). Não se comprovou a má-fé ou desconto indevido. Afasto a condenação à devolução em dobro dos descontos.

7. Da Regularidade do Procedimento

O procedimento adotado pelo juízo de origem não apresenta qualquer vício de nulidade, tendo sido respeitados todos os princípios constitucionais e processuais.

8. Da Distribuição do Ônus da Prova

Ressalto que o ônus da prova compete ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito, cabendo ao réu a demonstração de fato impeditivo, modificativo ou extintivo (CPC/2015, art. 373, I e II; CLT, art. 818). O recorrido não se desincumbiu do seu ônus probatório.

9. Da Observância dos Fundamentos Constitucionais

O presente voto é proferido em estrita observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige fundamentação das decisões judiciais, e aos princípios do devido processo legal, contraditório, ampla defesa e prevalência do negociado sobre o legislado (CF/88, art. 5º, II e LV; art. 7º, XXVI).

Dispositivo

Ante o exposto, conheço do Recurso Ordinário e, no mérito, dou-lhe provimento para reformar integralmente a sentença de primeiro grau, julgando improcedentes todos os pedidos formulados pelo recorrido.

Ficam invertidos os ônus sucumbenciais, se cabíveis, nos termos da lei.

Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.

Referências Jurisprudenciais

  • TST (6ª Turma) - RRAg 10500-69.2014.5.17.0121 – \"O indeferimento fundamentado de prova não configura cerceamento de defesa se suficientes os elementos constantes nos autos.\"
  • TST (7ª Turma) - RR 681-05.2012.5.04.0101 – \"A distribuição do ônus da prova segue a regra ordinária, cabendo ao autor provar o fato constitutivo do seu direito.\"

Conclusão

Este voto é proferido em conformidade com a Constituição Federal, especialmente o art. 93, IX, que exige fundamentação das decisões judiciais, e demais dispositivos legais aplicáveis.

Sala de Sessões, ___ de ___________ de 2024.

___________________________________
Magistrado Relator


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