Modelo de Recurso Administrativo ao INCRA para Revisão de Decisão sobre Bloqueio de Benefícios e Regularização Fundiária

Publicado em: 29/12/2024 AgrarioAdministrativo
Recurso administrativo apresentado por agricultor contra decisão do INCRA que bloqueou benefícios de investimentos públicos, impediu a regularização da posse de gleba rural e aplicou penalidades por suposta infração ambiental. O documento fundamenta o pedido no cumprimento da função social da terra, na ausência de comprovação de infrações ambientais e nos princípios constitucionais e administrativos, solicitando a regularização fundiária, o desbloqueio de benefícios e a realização de perícia técnica.

RECURSO ADMINISTRATIVO

PREÂMBULO

Ilustríssimo Senhor Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA),

Requerente: A. J. dos S., brasileiro, casado, agricultor, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Gleba Rural localizada no município de [indicar município], com endereço eletrônico [email do requerente].

Com fundamento na Lei 9.784/1999, art. 4º, e demais dispositivos legais aplicáveis, o requerente vem, respeitosamente, interpor o presente RECURSO ADMINISTRATIVO contra a decisão que bloqueou benefícios de investimentos públicos, impediu a regularização da posse e aplicou penalidades por suposta infração ambiental, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

O requerente possui a posse de uma gleba rural de 14 alqueires há mais de 20 (vinte) anos, utilizando-a para fins de moradia e produção agrícola, cumprindo, assim, a função social da terra, conforme preceitua a CF/88, art. 5º, XXIII.

Recentemente, o INCRA alegou que o requerente cometeu infração ambiental, sem apresentar provas concretas, e, com base nessa alegação, bloqueou os benefícios de investimentos públicos destinados à propriedade. Além disso, a autarquia impediu a regularização da posse da gleba, aplicando penalidades que comprometem a subsistência do requerente e sua família.

O requerente reitera que a área é utilizada de forma sustentável e produtiva, não havendo qualquer prática que configure infração ambiental. Ademais, a posse é exercida de maneira contínua, pacífica e de boa-fé, atendendo aos requisitos legais para a regularização fundiária.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 assegura, em seu art. 5º, XXXV, o direito de acesso à justiça para a proteção de direitos ameaçados ou violados. No caso em tela, o requerente busca a revisão administrativa de decisão que viola seu direito à posse e à regularização fundiária.

O art. 191 da CF/88 estabelece que aquele que, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição, possuir como sua área rural não superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, adquire o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel rural ou urbano. O requerente, ao exercer a posse por mais de 20 (vinte) anos, cumpre os requisitos para a regularização da gleba.

A Lei 9.784/1999, art. 2º, caput, dispõe que a Administração Pública deve observar os princípios da legalidade, moralidade, eficiência e razoabilidade. A decisão administrativa que bloqueou os benefícios e impediu a regularização da posse care"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Preâmbulo

Trata-se de recurso administrativo interposto por A. J. dos S., agricultor residente na Gleba Rural no município de [indicar município], contra decisão administrativa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O recurso contesta o bloqueio de benefícios públicos, a impossibilidade de regularização fundiária e penalidades impostas por alegada infração ambiental.

Dos Fatos

O requerente exerce a posse de uma área rural de 14 alqueires há mais de 20 anos, utilizando-a de forma sustentável e produtiva, em cumprimento à função social da terra, conforme a Constituição Federal (CF/88, art. 5º, XXIII). A decisão administrativa, baseada em suposta infração ambiental não comprovada, impediu a regularização fundiária e bloqueou benefícios essenciais à atividade agrícola e à subsistência familiar.

Do Direito

A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXV, assegura o direito de acesso à justiça para proteção de direitos ameaçados ou violados. Ademais, o art. 191 da CF/88 prevê que a posse contínua e produtiva de área rural, por mais de 5 anos, confere o direito à regularização fundiária. No presente caso, o requerente exerce a posse há mais de 20 anos.

A Lei 9.784/1999, art. 2º, caput, exige que a Administração Pública atue de forma fundamentada, respeitando os princípios da legalidade, moralidade, eficiência e razoabilidade. A decisão administrativa em análise carece de fundamentação adequada, violando tais princípios. Reforça-se, ainda, que a ausência de comprovação da infração ambiental alegada torna imprescindível a realização de perícia técnica, conforme disposto no art. 95 do CPC/2015.

Da Hermenêutica Jurídica e Fundamentação

A análise hermenêutica do caso em tela, à luz dos princípios constitucionais e legais, conduz à conclusão de que a decisão administrativa não atende aos requisitos de legalidade, razoabilidade e proporcionalidade. A função social da propriedade, elevando-se à condição de princípio constitucional (CF/88, art. 5º, XXIII), impõe ao Estado o dever de promover a regularização fundiária de áreas ocupadas de forma contínua, pacífica e produtiva.

Também é necessário observar o princípio do contraditório e da ampla defesa no processo administrativo, especialmente quando há a aplicação de penalidades que afetam direitos fundamentais, como o direito à posse e ao sustento familiar.

Jurisprudências Aplicáveis

A jurisprudência reforça o direito do requerente à regularização fundiária e à revisão administrativa de decisões não fundamentadas:

  • STJ (1ª Seção) - REsp 1.912.784-SP: "A ausência de requerimento administrativo não impede a propositura da ação, desde que configurada a ameaça ou lesão a direito."
  • TJSP (1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP: "A realização de perícia técnica é indispensável para esclarecer fatos relacionados à supressão de vegetação e outras questões ambientais."

Conclusão e Voto

Em face do exposto, com base nos fatos apresentados, na análise hermenêutica dos dispositivos constitucionais e legais aplicáveis e na jurisprudência mencionada, voto no sentido de conhecer o recurso administrativo, dando-lhe provimento, para:

  1. Cancelar as penalidades impostas ao requerente, por ausência de comprovação de infração ambiental;
  2. Determinar a liberação dos benefícios de investimentos públicos, bloqueados de forma indevida;
  3. Garantir a regularização fundiária da gleba de 14 alqueires, mediante a expedição do título de propriedade, em atenção ao cumprimento da função social da terra;
  4. Determinar a realização de perícia técnica, caso necessário, para comprovação da inexistência de infração ambiental;
  5. Intimar o INCRA para que se manifeste no prazo legal, promovendo a revisão de sua decisão administrativa com base nas determinações acima.

Assim, voto pela procedência do recurso administrativo, nos termos acima expostos.

[Local], [Data].

___________________________
Magistrado Relator


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