Modelo de Recurso de Apelação Criminal contra Sentença Condenatória por Importunação Sexual com Base na Fragilidade Probatória

Publicado em: 10/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Recurso de apelação interposto por C.E.U.P.F. contra sentença condenatória proferida pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP, que o condenou pelo crime de importunação sexual (art. 215-A do Código Penal). A defesa sustenta a ausência de provas robustas e inequívocas quanto à autoria e materialidade do delito, pleiteando a absolvição com fundamento no princípio do in dubio pro reo (CPP, art. 386, VII) e na fragilidade probatória. Subsidiariamente, requer-se a redução da pena, com sua substituição por penas restritivas de direitos, nos termos do art. 44 do Código Penal, e o direito de recorrer em liberdade.

RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

2. PREÂMBULO

C. E. U. P. F., já qualificado nos autos da Ação Penal nº 1530391-53.2023.8.26.0228, que lhe move o Ministério Público do Estado de São Paulo, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua X, nº Y, Bairro Z, São Paulo/SP, endereço eletrônico: advogado@exemplo.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 593, I, interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL

contra a r. sentença proferida pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP, que condenou o Apelante pela prática do crime previsto no CP, art. 215-A, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

3. TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO

A presente apelação é tempestiva, pois interposta dentro do prazo legal de 5 (cinco) dias úteis, conforme dispõe o CPP, art. 593, caput. É também cabível, por se tratar de sentença condenatória proferida por juiz singular, sendo o recurso adequado para sua impugnação.

4. DOS FATOS

O Apelante foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas sanções do CP, art. 215-A, sob a acusação de, no dia 25 de outubro de 2023, por volta da 1h da manhã, em uma casa noturna na Vila Madalena, São Paulo/SP, ter passado a mão nas nádegas da vítima, Sra. A. A. P. de B., sem o seu consentimento, supostamente com o intuito de satisfazer sua lascívia.

Durante a instrução processual, foram ouvidas a vítima, duas testemunhas e o próprio réu. A defesa, desde o início, sustentou a ausência de provas robustas e inequívocas quanto à autoria e à materialidade do delito, requerendo a absolvição do réu, ou, subsidiariamente, a aplicação da pena mínima com substituição por penas restritivas de direitos.

Contudo, a MM. Juíza entendeu pela procedência da ação penal, condenando o Apelante com base no depoimento da vítima e em elementos considerados frágeis e inconsistentes, como o boletim de ocorrência e o auto de prisão em flagrante, os quais não foram corroborados por prova técnica ou testemunhal conclusiva.

5. DO DIREITO

A r. sentença merece reforma, pois não há nos autos prova segura e inequívoca da prática do crime de importunação sexual, nos termos exigidos pelo CPP, art. 386, VII, que determina a absolvição do réu quando não houver prova suficiente para a condenação.

O crime de importunação sexual, previsto no CP, art. 215-A, exige a prática de ato libidinoso contra alguém, sem sua anuência, com o objetivo de satisfazer a lascívia do agente. No caso em tela, a única prova direta da suposta conduta é o relato da vítima, que, embora relevante, não foi corroborado por testemunhas presenciais ou por qualquer outro elemento probatório que conferisse certeza à acusação.

A jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que, embora a palavra da vítima tenha valor probatório relevante em crimes contra a dignidade sexual, ela deve ser analisada com cautela e em consonância com os demais elementos dos autos. No presente caso, as testemunhas ouvidas não presenciaram o fato e não puderam confirmar a versão apresentada pela vítima.

Ademais, o Apelante negou veementemente a prática do ato, afirmando que houve um mal-entendido e que não teve qua"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Claro! Com base no conteúdo do documento jurídico fornecido, segue abaixo a simulação de um voto de magistrado estruturado em HTML, fundamentado na CF/88, art. 93, IX (que exige fundamentação das decisões judiciais), com análise hermenêutica dos fatos e do direito:

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de recurso de apelação interposto por C. E. U. P. F., nos autos da Ação Penal nº 1530391-53.2023.8.26.0228, contra sentença proferida pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de São Paulo/SP, que o condenou pela prática do crime previsto no art. 215-A do Código Penal, consistente em importunação sexual.

A defesa alega ausência de provas suficientes para a condenação, requerendo a absolvição nos termos do art. 386, VII, do CPP, ou, alternativamente, a aplicação da pena mínima com substituição por penas restritivas de direitos.

2. Fundamentação

2.1. Da análise probatória

A materialidade do delito encontra-se formalmente demonstrada pelo boletim de ocorrência e pelo auto de prisão em flagrante. A autoria, contudo, repousa exclusivamente no depoimento da vítima, não corroborado por testemunhas presenciais ou por outros meios de prova robustos.

Durante a instrução, não foram produzidas provas técnicas, como imagens de câmeras de segurança ou perícias, que pudessem confirmar ou infirmar a narrativa acusatória. As testemunhas ouvidas não presenciaram o fato e o réu negou veementemente a prática do ato.

2.2. Da valoração da palavra da vítima

É pacífico na jurisprudência que, em crimes contra a dignidade sexual, a palavra da vítima possui especial relevância. No entanto, esta deve ser analisada com cautela, especialmente quando isolada das demais provas.

Conforme entendimento jurisprudencial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, “a palavra da vítima é de grande relevância, contudo, para uma condenação, é exigida a certeza e não apenas ilações quanto à autoria” (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ).

2.3. Do princípio do in dubio pro reo

O princípio do in dubio pro reo decorre do devido processo legal e da presunção de inocência, conforme previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal. Diante da ausência de provas inequívocas quanto à autoria e à intenção libidinosa do agente, impõe-se a absolvição.

Ressalte-se que o art. 386, VII, do Código de Processo Penal prevê a absolvição do acusado quando “não houver prova suficiente para a condenação”, hipótese que se configura no presente caso.

2.4. Da fundamentação nos termos da Constituição Federal

Conforme determina o art. 93, IX, da Constituição da República de 1988, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. A presente decisão encontra-se devidamente motivada com base nas provas dos autos, na legislação vigente e na jurisprudência consolidada.

3. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, e em respeito ao princípio constitucional do in dubio pro reo (CF/88, art. 5º, LVII), dou provimento ao recurso de apelação criminal interposto por C. E. U. P. F., para reformar a sentença de primeiro grau e absolver o réu da imputação do crime previsto no art. 215-A do Código Penal, por insuficiência de provas.

Determino, ainda, o imediato levantamento de eventuais restrições impostas ao apelante em razão da presente ação penal.

4. Determinação

Oficie-se ao juízo de origem para as providências cabíveis.

É como voto.

5. Local, Data e Assinatura

São Paulo, 20 de abril de 2025.

_______________________________________
Desembargador Relator
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

🧾 Observações: - O voto foi elaborado com base na análise hermenêutica dos fatos e fundamentos legais e constitucionais; - A estrutura contempla o relatório, fundamentação, dispositivo e assinatura, conforme estilo judicial brasileiro; - A fundamentação segue o art. 93, IX da CF/88, exigindo motivação das decisões judiciais; - A conclusão foi pela absolvição com base no in dubio pro reo e no art. 386, VII do CPP. Essa simulação pode ser adaptada para outros sentidos de julgamento (improcedência, não conhecimento do recurso etc.), conforme o caso concreto.

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