Modelo de Recurso Especial Criminal ao STJ: Pedido de Absolvição por Nulidade de Reconhecimento Fotográfico sem Observância do CPP, Art. 226, e Ausência de Provas Independentes – Caso de Roubo Majorado
Publicado em: 30/10/2024 Direito Penal Processo Penal1. ENDEREÇAMENTO
AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção Criminal
2. PREÂMBULO
RÉU: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, motorista, inscrito no CPF sob o nº 123.456.789-00, portador do RG nº 1.234.567 SSP/RS, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Porto Alegre/RS, CEP 90000-000.
ADVOGADO: M. F. de S. L., OAB/RS 12345, endereço eletrônico: [email protected], com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Centro, Porto Alegre/RS, CEP 90000-001.
RECORRENTE: A. J. dos S.
RECORRIDO: Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul
Processo nº: 5001686-05.2020.8.21.0155
Origem: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
3. TEMPESTIVIDADE E PREPARO
O presente Recurso Especial Criminal é interposto tempestivamente, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, §5º, tendo em vista a publicação do acórdão recorrido em 10/02/2025 e a interposição dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis. O preparo recursal foi devidamente comprovado, conforme guia de recolhimento anexa (CPC/2015, art. 1.007).
4. DOS FATOS
O recorrente foi condenado pelo juízo da ___ Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre/RS pela suposta prática do crime de roubo majorado, com base, exclusivamente, em reconhecimento fotográfico realizado na fase inquisitorial, sem a observância das formalidades previstas no CPP, art. 226.
Ressalte-se que, durante a instrução processual, a vítima não compareceu à audiência de instrução e julgamento, impossibilitando a realização do reconhecimento pessoal em juízo, bem como a oitiva direta do ofendido para confirmação da autoria.
Não foram produzidas outras provas independentes e idôneas capazes de comprovar a autoria delitiva atribuída ao recorrente. Toda a condenação se baseou, portanto, em procedimento de reconhecimento fotográfico realizado de forma irregular, sem a observância das garantias mínimas previstas em lei.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul manteve a condenação, desconsiderando a nulidade do reconhecimento e a ausência de outras provas válidas, o que enseja a presente insurgência perante o Superior Tribunal de Justiça.
5. DO DIREITO
A) DA NULIDADE DO RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO SEM OBSERVÂNCIA DO CPP, ART. 226
O CPP, art. 226 estabelece procedimento obrigatório para o reconhecimento de pessoas, exigindo, dentre outros requisitos, que o suspeito seja colocado ao lado de outras pessoas que com ele tenham qualquer semelhança, para evitar indução ou erro por parte do reconhecedor. Tal formalidade constitui garantia mínima do acusado, sendo imprescindível para a validade do ato, conforme entendimento consolidado do STJ e do STF.
O reconhecimento realizado apenas por fotografia, sem observância do procedimento legal, é prova de baixa confiabilidade e não pode, por si só, fundamentar condenação criminal, sob pena de violação ao princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) e ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).
B) DA AUSÊNCIA DE OUTRAS PROVAS INDEPENDENTES
O CPP, art. 155 dispõe que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, salvo as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. No caso em tela, não há qualquer outro elemento de prova produzido em juízo que corrobore o reconhecimento fotográfico.
C) DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ E DO STF
O STJ, em reiteradas decisões, tem reconhecido a nulidade do reconhecimento fotográfico realizado sem observância do CPP, art. 226, especialmente quando não corroborado por outras provas independentes. Ademais, a ausência da vítima em juízo impede a reiteração do ato sob o crivo do contraditório, agravando a fragilidade da prova.
D) DOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS APLICÁVEIS
O caso em análise afronta os princípios da dignidade da pesso"'>...Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.